A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) foi um conflito gerado dentro da chamada II República Espanhola, que terminou com o general Franco no poder.
A chamada Guerra Civil Espanhola teve início em 1936 e findou-se em 1939, ano em que começou a Segunda Guerra Mundial. Para compreender os motivos pelos quais essa guerra foi deflagrada, é necessário saber qual era a situação política da Espanha até o início da década de 1930.
De 1923 a 1930, a Espanha foi governada pelo ditador Miguel Primo Rivera, que exerceu uma política de feitio autoritário e nacionalista, com perseguição aos comunistas e anarquistas, além da centralização política e econômica no Estado. Em 1930, Rivera renunciou, deixando o cargo de chefe máximo da Espanha nas mãos dos militares do rei Afonso XIII, que queria restabelecer uma monarquia parlamentarista e constitucional no país.
Em 1931, novas eleições foram organizadas, porém os representantes dos setores conservadores da sociedade espanhola, ligados ao seguimento católico espanhol, acirraram suas diferenças ideológicas e políticas contra os comunistas e os anarquistas. A chamada II República, instituída a partir de 1931, que foi liderada por Niceto Alcalá-Zamora, teve de enfrentar tal acirramento ideológico, que ganhou proporções cada vez maiores até o ano de 1936. Em junho de 1936, Manuel Azaña Díaz sucedeu a Niceto Alcalá-Zamora, levando consigo o político socialista Largo Caballero como seu primeiro-ministro.
A insatisfação com o novo governo da II República conduziu os setores conservadores e a direita política ao golpe de Estado. Entretanto, ao contrário do golpe que foi dado por Rivera na década de 1920, as forças da direita espanhola tiveram que enfrentar forte resistência das organizações anarquistas e do Partido Comunista Espanhol (PCE), que também recebia ajudar do centro difusor do comunismo na época: Moscou. Foi nesse contexto que se formaram as duas principais linhas de combate da guerra civil: a Frente Popular, que concentrou as forças da esquerda, e o Movimento Nacional, que concentrou, por sua vez, grande parte das forças da direita, lideradas pelo general Francisco Franco.
O general Franco inspirou-se fortemente no fascismo italiano e no nazismo alemão para compor sua perspectiva política e defendê-la. Os “franquistas” possuíam uma posição contrária ao liberalismo e à democracia representativa, que consideravam um modelo de política incompatível com a realidade espanhola dos anos 1930. Sendo assim, em meio à guerra, os nacionalistas partidários de Francisco Franco tiveram apoio internacional dos fascistas, enquanto os republicanos da Frente Popular receberam apoio do comunismo internacional, sobretudo da URSS. Esses apoios consistiam desde o fornecimento de armas (leves e pesadas) e equipamentos sofisticados de guerra até combatentes treinados.
Forças republicanas na Guerra Civil Espanhola*
A guerra contou com voluntários de várias regiões do mundo, inclusive do Brasil. Muitos escritores famosos, como George Orwell, participaram da Guerra Civil Espanhola, que trouxe enorme destruição para as principais cidades da Espanha. Foi um tipo de guerra que prenunciou a atmosfera do conflito que as potências totalitárias apresentariam ao mundo a partir de 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial.
A Guerra Civil Espanhola encerrou-se em 1939 com a vitória do Movimento Nacional de Francisco Franco, que só saiu do poder em 1975, ano em que foi restaurada a monarquia parlamentarista da Espanha, que vigora até hoje.
* Créditos de imagem: Commons
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