Festival de Woodstock

Festival de Woodstock foi realizado em agosto de 1969 e idealizado por quatro empresários que visavam ao lucro. O festival reuniu cerca de 500 mil pessoas.

Fazenda onde o Festival de Woodstock foi realizado, em agosto de 1969. Aqui, cerca de 500 mil pessoas se reuniram para ouvir música.

O Festival de Woodstock foi realizado nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969, contando com a participação de importantes nomes do rock, como Janis Joplin, Jimi Hendrix e Creedence Clearwater Revival. Realizado em uma fazenda no interior do estado de New York, o festival reuniu cerca de 500 mil pessoas.

Acesse também: 13 de julho - Dia Mundial do Rock

Resumo sobre Festival de Woodstock

  • Na década de 1960, os Estados Unidos viviam o auge do movimento de contracultura.

  • A contracultura questionava os valores hegemônicos da sociedade, como a família tradicional e o capitalismo, e tecia críticas a eventos como a Guerra do Vietnã.

  • O Festival de Woodstock foi idealizado por quatro jovens empresários que buscavam obter lucro com o evento.

  • Foi planejado para cerca de 50 mil pessoas, mas contou com cerca de 500 mil.

  • Gerou um prejuízo milionário para os quatro organizadores, mas a marca atualmente fatura milhões de dólares.

Movimentos de contracultura

O Festival de Woodstock foi realizado em 1969 e é reconhecido atualmente como o festival musical mais famoso de todos os tempos. Foi realizado em contexto de grande turbulência política e social nos Estados Unidos. No âmbito da cultura, os Estados Unidos passavam por uma grande agitação com o surgimento de diversos movimentos conhecidos como contracultura.

Os movimentos de contracultura começaram a se estabelecer na década de 1950 e tiveram grande força ao longo de toda a década de 1960. Basicamente, eles promoviam o questionamento dos valores hegemônicos na sociedade ocidental. Um dos movimentos de maior influência durante o Festival de Woodstock foi o hippie.

A partir da década de 1950, consolidou-se nos Estados Unidos o que veio a ser conhecido como american way of life, isto é, o estilo de vida americano em que o homem possuía um emprego estável, enquanto a mulher ficava reclusa ao cuidado da casa e dos filhos. Esse estilo de vida também era marcado por um forte consumismo, sobretudo dos eletrodomésticos, novidades na época.

Os movimentos de contracultura questionavam esse estilo de vida norte-americano ao mesmo tempo que tecia profundas críticas aos gargalos daquela sociedade. O envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã era um deles, e a luta contra o racismo também foi um tópico importante na contracultura.

Além disso, os movimentos de contracultura, como o hippie, questionavam valores conservadores da sociedade norte-americana. Uma das marcas dos hippies foi a liberdade sexual pregada por eles. Além disso, eram favoráveis ao consumo de drogas, sobretudo do LSD, entendendo que elas expandiam a mente humana.

Acesse também: Luta pelos direitos civis nos Estados Unidos – cenário político da contracultura

  • Videoaula sobre contracultura

Festival de Woodstock

Esse era o contexto da sociedade norte-americana no final da década de 1960, e nele ocorreu o Festival de Woodstock. Tudo começou quando quatro jovens reuniram-se para investir na realização de um evento musical. Os quatro jovens eram Artie Kornfeld, Joel Rosenman, John Roberts e Michael Lang.

Eles fundaram uma empresa chamada Woodstock Ventures Inc., responsável por idealizar o Woodstock Music and Art Fair, e o objetivo do evento era gerar algum lucro para os quatro investidores.

Logo eles decidiram dar início às buscas de um local para receber o festival, chegando à fazenda que pertencia a Max Yasgur e que ficava na cidade de Bethel, também no estado de New York e a alguns quilômetros da cidade de Woodstock. Os organizadores esperavam receber cerca de 50 mil pessoas e cobrar 18 dólares pelo ingresso no festival.

A data marcada para a realização do evento foram os dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969, reunindo bandas e cantores internacionalmente conhecidos, como Jimi Hendrix, Joan Baez, Janis Joplin, The Who e muitos outros. A primeira banda a entrar em acordo com os organizadores foi Creedence Clearwater Revival.

O sucesso do festival foi tamanho que a previsão de público dos organizadores foi superada em muito. À medida que o evento foi se aproximando, as pessoas foram chegando, e logo estava reunido cerca de meio milhão de espectadores para participarem de um dos festivais musicais mais famosos da história.

A grande quantidade de pessoas forçou os organizadores a interromperem a cobrança pelo ingresso do festival, pois não havia pessoas suficientes para realizar o controle de entrada de meio milhão de pessoas. Os presentes se abrigaram do jeito que era possível: alguns ficavam em barracas e muitos outros dormiam dentro de seus carros.

Programado para três dias, a aglomeração de pessoas na fazenda em Bethel se estendeu por uma semana e ficou marcada por ser pacífica. Ao longo desse período, apenas três pessoas faleceram – nenhuma delas por eventos relacionados à violência. Entretanto, o consumo de drogas durante o festival foi bastante elevado, e estima-se que ocorreram mais de 700 casos de overdose — quando o consumo de drogas é excessivo.

Outra questão relativa ao festival foi que a grande quantidade de pessoas obrigou os organizadores a trazerem água e comida de outras cidades, pois a cidade de Bethel não tinha capacidade para hidratar e alimentar tanta gente.

Além disso, houve engarrafamento nos arredores da fazenda, tamanho fluxo de pessoas indo na direção do festival, e as condições no local não eram as melhores. O solo se transformou em um lamaçal por conta da chuva, e as filas para usar banheiros e telefone eram muito grandes. Ainda assim, muitos dos que participaram do festival entendem aquele momento como de diversão e paz.

Naturalmente, enquanto evento que reproduziu a visão dos movimentos de contracultura, Woodstock ficou marcado por mensagens de protestos, sobretudo contra a Guerra do Vietnã.

Acesse também: Malcolm X, ícone da luta contra o racismo nos EUA

Qual foi o legado do Festival de Woodstock?

Muitos entendem o Festival de Woodstock como o momento que marcou a decadência dos movimentos de contracultura, pois a década de 1970 deu início a uma reação conservadora que se estendeu até o fim da década de 1980 nos Estados Unidos. Apesar disso, Woodstock gravou seu nome como um dos momentos mais marcantes dessa geração que abraçou a contracultura.

Como vimos, o festival acabou sendo gratuito porque os organizadores não tinham pessoal suficiente para controlar a entrada das pessoas. Isso fez com que os organizadores do evento tivessem um prejuízo que alcançou a quantia de três milhões de dólares. Entretanto, a marca Woodstock tornou-se poderosa e atualmente rende cerca de 20 milhões por ano.

Novas edições do Festival de Woodstock foram realizadas na década de 1990, mas elas estiveram longe de repetir o sucesso do festival de 1969. Em 2019, foi proposta a realização de uma nova edição do festival para comemorar os 50 anos da primeira, mas a ideia não avançou. Ainda hoje, muitos veem o festival como um símbolo da paz e da música, enquanto que outros questionam e criticam o nível de desorganização do evento. 

Por: Daniel Neves Silva

Artigos Relacionados

Últimas Aulas

América Anglo-saxônica
Parênquimas, Colênquimas e Esclerênquimas | Histologia Vegetal
Óptica no Enem: como esse tema é cobrado?
Nicolau Maquiavel
Todas as vídeo aulas

Versão completa