Esfinge foi uma criatura mitológica encontrada em diferentes povos da Antiguidade. É conhecida por possuir corpo de leão e rosto humano.
A esfinge foi um ser mitológico que surgiu no Egito e existiu em diferentes povos da Antiguidade, como no caso dos gregos. É conhecida por ser uma criatura com corpo de leão e rosto humano, podendo ter as feições femininas ou masculinas. Se tiver as feições masculinas, pode ser conhecida também como androsfinge.
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Resumo sobre esfinge
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A esfinge é um ser mitológico conhecido por ter corpo de leão e rosto humano.
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Pode ter feições femininas e masculinas; se tiver um rosto masculino, pode ser chamada de androsfinge.
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Acredita-se que a esfinge tenha surgido no Egito, sendo que a mais conhecida a Grande Esfinge de Gizé.
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Para os gregos, a esfinge era um monstro que devorava seres humanos.
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Na Mesopotâmia havia uma divindade chamada Lamassu, representada como uma esfinge.
O que é uma esfinge?
A esfinge (no feminino) ou androsfinge (no masculino) foi um ser encontrado em diferentes mitologias da Antiguidade. Ficou marcada por ser uma criatura mitológica que possui corpo de leão e, geralmente, um rosto humano, daí vindo a variação do nome. De toda forma, popularizou-se na cultura ocidental a sua forma grega.
A esfinge foi encontrada em diferentes povos antigos, tais como cuxitas, egípcios, gregos e persas. Em algumas culturas, foram encontradas esfinges sem um rosto humano, e, no caso dos gregos, por exemplo, elas possuíam asas. O papel dessa criatura mitológica variou de cultura para cultura.
Como mencionamos, a forma grega se popularizou, mas os historiadores apontam que a esfinge se originou no Egito Antigo. O nome desse ser também foi dado pelos gregos, e acredita-se que seja a derivação da palavra shesep-ankh, usada pelos egípcios para se referirem a um tipo de escultura.
Esfinge no Egito
Conforme apontado, a origem da esfinge é atribuída pelos historiadores ao Egito Antigo, quando foram encontradas as mais antigas representações desse ser. Os egípcios representavam a esfinge com o corpo de leão e o rosto masculino, tratando-se, portanto, uma androsfinge. A representação egípcia ainda possuía um adorno conhecido como nemés — uma espécie de touca usada pelos faraós.
A hipótese mais aceita atualmente é a de que as esfinges eram consideradas guardiãs espirituais pelos egípcios, e a mais simbólica para eles era a Grande Esfinge de Gizé, construída no mesmo anexo que comporta as Pirâmides de Gizé. Os historiadores afirmam que ela foi construída por volta de 2500 a.C.
A maioria dos historiadores afirma que a construção dessa esfinge se deu durante o reinado de Quéfren, faraó que governou o Egito em 2558-2532 a.C. Outros apontam que a construção ocorreu no reinado anterior, isto é, do faraó Jedefré, que governou em 2566-2558 a.C. De toda forma, os dois faraós correspondem à quarta dinastia do Egito.
Um fenômeno associado a essa esfinge foi o culto a Hórus, a partir do Novo Império. A Grande Esfinge de Gizé passou a ser chamada Horemakhet, termo traduzido como “Hórus no horizonte”. O desenvolvimento desse culto a Hórus na esfinge fez com que um templo fosse construído no complexo de Gizé pelo faraó Amenófis II (1425-1400 a.C.).
Uma grande restauração da construção teria sido realizada pelo faraó Tutémes IV (1400-1390 a.C.) em respeito à esfinge. A partir do século IV d.C., ela passou a ser conhecida pelos cristãos coptas como Bel-hit, que pode ser traduzido como “guardião”. As dimensões dessa construção demonstram sua grandeza: a Esfinge de Gizé possui 73 metros de comprimento e 20 metros de altura.
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Videoaula sobre Egito Antigo
Esfinge na Grécia
Os gregos, por sua vez, deram características distintas para a esfinge, e se os egípcios a consideravam como uma guardiã espiritual e que se relacionava com um deus, os gregos a tinham como um ser monstruoso que trazia morte e destruição aonde passava. Os gregos acreditavam que a esfinge tinha corpo de leão, rosto feminino e asas.
A esfinge já foi encontrada na Grécia durante o período Pré-Homérico, quando cretenses e micênicos estavam no auge. Nesses povos, os historiadores encontraram representações de esfinges em diferentes manifestações artísticas, como nos afrescos. A mitologia grega ainda registrou um mito que envolve essa figura.
Nesse mito, a esfinge chegou a Tebas trazendo morte e destruição. Todos os que iam para essa cidade grega eram interpelados pela esfinge com um enigma, e os que não acertavam a resposta eram devorados por ela. Creonte, rei da cidade, desesperado para ver-se livre do monstro, decidiu oferecer o trono da cidade para quem resolvesse o enigma.
Édipo apareceu na cidade e conseguiu resolver o enigma da esfinge, que, envergonhada, jogou-se de um penhasco, cometendo suicídio. Outras versões do mito afirmam que ele a matou depois de solucionar o problema. Esse mito foi bastante influente na cultura grega durante o período clássico, sendo representado em diferentes artigos dela.
Além disso, os historiadores já encontraram pequenas esculturas de esfinges depositadas como oferendas para deuses e oráculos bem como representações delas em estelas funerárias.
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Videoaula sobre Grécia Antiga: período Pré-Homérico
Esfinge em outros povos da Antiguidade
Como mencionado, as esfinges foram encontradas em diversos outros povos além de gregos e egípcios. Na Mesopotâmia, na Pérsia, em Elam, na Índia, na Ásia Menor (nas terras dominadas pelos hititas) e em muitos outros lugares. Uma hipótese para essa grande dispersão se ampara na influência da arte helenística, que se expandiu para a Ásia ao longo da dominação macedônica.
Na Pérsia, as esfinges eram representadas em portais de grandes cidades, como Susa e Persépolis, pois esses povos acreditavam que elas afastariam maus espíritos. Os povos da Mesopotâmia, por sua vez, cultuavam a divindade Lamassu, representada de forma muito similar à de uma esfinge.
Essa divindade foi registrada tanto no gênero masculino quanto no feminino, sendo conhecida como Lamma pelos sumérios e se popularizado como Lamassu entre os assírios. Este povo colocava pares de esculturas dessa divindade em portais que davam entrada a locais, como palácios. Consideravam que esse deus garantiria a proteção das pessoas.