A Era Vitoriana foi o período no qual reinou a rainha Vitória, de 1837 a 1901, marcado por grande desenvolvimento político, econômico e cultural.
A Era Vitoriana foi o período compreendido entre 1837 e 1901, no qual a rainha Vitória governou a Inglaterra. Nessa época, a Inglaterra formou um grande império, possuindo colônias na América, África, Ásia e Oceania.
Considerada a era de ouro da Inglaterra, a Era Vitoriana influenciou a política, a economia e a cultura mundial do século XX. Vale lembrar que, para o Brasil, os ingleses trouxeram o futebol, hoje o esporte mais popular do nosso país.
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Resumo sobre a Era Vitoriana
- A Era Vitoriana foi o período em que Vitória foi monarca inglesa, de 1837 a 1901, durante 63 anos.
- A Segunda Revolução Industrial teve início na Inglaterra, durante a Era Vitoriana.
- A Inglaterra se tornou a maior potência econômica e militar do mundo.
- A população das principais cidades inglesas cresceu rapidamente.
- Devido à falta de infraestrutura, problemas urbanos, como a poluição das águas, do ar, a falta de moradias, a violência e epidemias, foram agravados.
- A Inglaterra construiu uma rede telegráfica de cabos oceânicos que ligou os cinco continentes.
- A Inglaterra exerceu grande influência cultural em diversas partes do mundo.
- Charles Dickens, Lewis Carroll e Conan Doyle foram alguns dos escritores do período.
- A classe trabalhadora inglesa conquistou diversos direitos. O trabalho infantil foi proibido e a educação para as crianças se tornou obrigatória.
- No Brasil, os ingleses da Era Vitoriana foram responsáveis pela criação de diversos serviços e obras, principalmente de infraestrutura.
- Boa parte das ferrovias, dos sistemas de abastecimento de gás, de iluminação pública e de telégrafo do Brasil do século XIX foi feita por empresas inglesas.
O que foi a Era Vitoriana?
A Era Vitoriana foi o período no qual a rainha Vitória foi a monarca da Inglaterra, entre 1837 e 1901. O período foi marcado por grande desenvolvimento tecnológico, científico, econômico e pelo imperialismo inglês. Na Era Vitoriana, a Inglaterra era a maior potência econômica e militar do mundo, e, dessa forma, também exerceu certa influência cultural em diversas partes do planeta, sobretudo nas suas colônias e ex-colônias.
Antecedentes históricos da Era Vitoriana
Em meados do século XVIII se iniciou na Inglaterra a Revolução Industrial, que modificou drasticamente o modo de vida humano e a paisagem das maiores cidades inglesas. Vitória começou a reinar nesse momento de grande industrialização, aumento demográfico e urbanização de diversas cidades inglesas.
O aperfeiçoamento do motor a vapor, de James Watt, possibilitou seu uso em diversas áreas, como mineração, indústria têxtil, ferroviária, entre outras. As ferrovias construídas pelos ingleses em diversos países durante a Era Vitoriana são hoje a maior herança do período, inclusive no Brasil, onde muitas ferrovias construídas pelos ingleses continuam em funcionamento.
Durante a Era Vitoriana se iniciou a Segunda Revolução Industrial. Nela foram desenvolvidos o motor a combustão interna, o gerador elétrico, o motor elétrico, a lâmpada, o telégrafo, entre diversas outras tecnologias que, mais uma vez, transformaram a forma de viver do ser humano.
Outro processo iniciado antes de Vitória, e aprofundado no seu reinado, foi o imperialismo inglês. Durante o período, a Grã-Bretanha se tornou o maior império da história humana, possuindo colônias em todos os continentes, com exceção da Antártica.
O império britânico ficou conhecido como “O império onde o Sol nunca se põe”, pois, mesmo com o movimento de rotação da Terra, sempre um lugar do império estaria sob a luz do Sol.
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Características da Era Vitoriana
→ Moda na Era Vitoriana
É difícil definir a moda da Era Vitoriana por ter sido um período extenso e porque o modo de vestir variava bastante, principalmente por causa da classe social. O que comumente chamamos de moda da Era Vitoriana é, na verdade, a moda da elite do período.
Uma das principais características da moda vitoriana foi o uso dos grandes vestidos, largos na base. Essa foi uma tendência durante todo o século XIX, mas o tamanho do decote e sua posição, alta ou baixa, variou no decorrer do período.
Para manter o volume dos vestidos, a indústria têxtil desenvolveu a crinolina, uma espécie de estrutura para o vestido feita de crina de cavalo e de linho, daí seu nome. A estrutura era feita em argolas, o que permitia que as mulheres, segurando, unindo e girando as argolas, passassem por espaços apertados e tivessem maior conforto.
Antes da crinolina, diversas camadas de tecido eram utilizadas para dar volume ao vestido. Entretanto, a crinolina tinha um grande ponto negativo, era altamente inflamável e mulheres morreram queimadas por causa do seu uso.
Na Era Vitoriana trocar de roupa diversas vezes ao dia se tornou hábito, e em boa parte isso ocorreu pelo barateamento das vestimentas graças à industrialização. Era comum entre as mulheres da elite a troca de roupa no final da manhã e antes do jantar. Também existia o traje matinal, o roupão, os trajes diurnos, os trajes noturnos, os trajes para carruagem, para cavalgar, entre diversos outros.
A moda masculina na Era Vitoriana foi caracterizada pelo traje formal, geralmente com sapato, calça, camisa, casaco, gravata e chapéu, na maioria das vezes, uma cartola. Assim como as mulheres, os homens da elite utilizavam diversos trajes de acordo com a situação. Existiam trajes para cavalgar, de gala, de caça, de pesca, entre outros.
Os anúncios de roupas masculinas e femininas dominavam as propagandas feitas nos jornais impressos do período, mostrando a importância que a moda tinha na Inglaterra vitoriana.
→ Arte e arquitetura na Era Vitoriana
A arquitetura da Era Vitoriana não teve característica única a não ser utilizar diversos estilos arquitetônicos anteriores, como o neoclássico, gótico, renascentista e tudor. É costume entre os ingleses classificar seus períodos culturais, e arquitetônicos, de acordo com o monarca que reinava. Por isso é comum falar em arquitetura vitoriana ou arquitetura eduardina, por exemplo.
Em 1851, ocorreu em Londres a Grande Exposição, na qual participaram centenas de expositores, de diversos países, assim como milhares de visitantes. A exposição ocorreu no recém-construído Palácio de Cristal, que tinha diversas inovações, como a estrutura de ferro fundido e seu revestimento em vidro, semelhante a uma estufa.
O uso do ferro possibilitou a construção de enormes vãos, uma característica da arquitetura vitoriana. A construção do palácio e a organização da exposição foram lideradas pelo príncipe Alberto, esposo da rainha Vitória. Anos após a Grande Exposição, o Palácio de Cristal foi desmontado e montado em um novo lugar de Londres. Ele acabou sendo destruído em um incêndio, em 1936.
→ As artes na Era Vitoriana
Durante o início da Era Vitoriana, predominou na arte o romantismo, que valorizava os sentimentos em relação ao racionalismo iluminista. William Turner foi o artista inglês mais importante no início do período. Turner foi um artista romântico e, para muitos críticos, um dos primeiros a desenvolver o modernismo na pintura, sobretudo pelos seus estudos de luz e sombra.
O grande poderio econômico do Reino Unido atraiu diversos artistas franceses, principalmente após a Guerra Franco-Prussiana e as consequências da derrota para a França. O realismo foi outro estilo muito adotado pelos artistas na Era Vitoriana, mas perdeu força com a popularização da fotografia.
A principal pintora do Período Vitoriano foi Emily Maria Osborn. Ela utilizou sua arte para mostrar como as mulheres eram exploradas e passavam por dificuldades. E foi uma ferrenha defensora dos direitos das mulheres, inclusive o direito de produzir obras e vendê-las.
Em sua obra mais famosa, Nameless and friendless, algo como “Sem nome e sem amigos”, ela mostra a dificuldade de uma artista mulher em vender sua obra. Na pintura, a mulher manipula um cordão, com um ar de preocupada, enquanto isso, o vendedor observa atenciosamente sua obra, e o irmão dela observa o possível comprador.
→ Sociedade na Era Vitoriana
A sociedade inglesa da Era Vitoriana era extremamente hierarquizada, com a nobreza, geralmente ligada à terra, e os altos membros da burguesia no topo da pirâmide social. Essa elite era frequentadora de salões, de teatros e de óperas; realizava viagens ao exterior; e morava em mansões mantidas por diversos funcionários.
Na base da pirâmide estavam os trabalhadores das fábricas, que, no início do século XIX, cumpriam extenuantes jornadas de trabalhos, em lugares insalubres, recebendo baixos salários e sem qualquer direito trabalhista. Muitas mulheres e crianças trabalhavam nessas fábricas e tinham ainda menos direitos do que os homens.
O processo da Revolução Industrial e a perda das terras pelos camponeses por causa das Leis dos Cercamentos provocaram grande êxodo rural no Reino Unido, e muitas cidades passaram a ter muito mais habitantes do que suas estruturas podiam suportar.
Como consequência, boa parte da população vivia em péssimas condições, muitas vezes em cortiços, com muitas pessoas vivendo em pequenos espaços e utilizando o mesmo banheiro, sem ligação com a rede de esgoto. Não existia tratamento de água no início da Era Vitoriana, o ar londrino estava poluído, assim como o Tâmisa.
As ruas de Londres ficaram tomadas pela sujeira e o fedor, como o Grande Fedor de 1858. Nesse ano, o calor extremo e a falta de chuvas fizeram com que o rio Tâmisa exalasse um cheiro insuportável, impossibilitando até mesmo sessões no Parlamento. Como consequência, muitas epidemias atingiam os londrinos, como a de cólera, a peste negra, a febre tifoide e a malária.
Além da diferença de classe social, existia diferenciação social pelo gênero. Durante a Era Vitoriana, predominava a teoria de gênero das esferas separadas, em que homens e mulheres tinham papéis sociais distintos e bem definidos. No período, as mulheres eram vistas como emotivas, fracas, dependentes e tinham o dever de cuidar da casa, dos filhos e do marido.
Por outro lado, o homem era visto como o único provedor do lar, como alguém forte fisicamente, racional e independente. As mulheres não podiam se candidatar e votar nas eleições, só conquistando esse direito no país em 1918. A própria rainha Vitória foi contrária ao voto feminino.
→ Mudanças na população da Era Vitoriana
Uma mudança importante que ocorreu na Era Vitoriana em relação à demografia do Reino Unido foi a transformação de uma população rural para uma majoritariamente urbana. Uma pesquisa da Universidade de Cambridge apontou que a população urbana da Inglaterra e do País de Gales, em 1851, era de 41% da população total; em 1911, ela chegou a 68%.|1|
Outra mudança demográfica que ocorreu no período foi o aumento da expectativa de vida das pessoas, ou seja, as pessoas passaram a viver mais. Esse fato ocorreu por diversos motivos, entre eles, a descoberta feita por John Snow, médico da rainha Vitória.
John Snow investigou uma epidemia de cólera em Londres ocorrida em 1854. Snow utilizou um mapa e registrou onde as mortes por cólera estavam ocorrendo, e descobriu que a maioria dos casos provinha de uma região de Londres onde todas as pessoas coletavam água da mesma bomba d’água, em Broad Street. Ele percebeu que a água estava contaminada e que, por isso, as pessoas ficavam doentes.
Era uma época em que o ser humano não conhecia os micróbios, mas, com a percepção de John Snow, a bomba foi fechada e a epidemia cessou. Anos depois, a água de Londres passou a ser tratada, o que ajudou a aumentar a expectativa de vida da população. Outras medidas que contribuíram com o fenômeno foram a popularização da vacina da varíola, a construção do sistema de coleta de esgoto de Londres, após o Grande Fedor, e o desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos.
→ Economia na Era Vitoriana
Durante a Era Vitoriana, a Inglaterra se tornou a maior economia do mundo, em grande parte por causa dos recursos do seu grande império. Durante o período, as empresas britânicas realizaram obras e a prestação de serviços em diversos países.
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Era Vitoriana no Brasil
No Brasil, boa parte das ferrovias, dos sistemas de iluminação pública e das linhas de bonde foi feita pelos ingleses. Diversas edificações foram construídas nesse período, como a Estação da Luz, em São Paulo, e a Vila de Paranapiacaba, em Santo André, edificada para ser local de moradia dos trabalhadores que construíam ferrovias no Brasil.
A economia cresceu rapidamente na Era Vitoriana até o início da década de 1870, quando uma crise financeira atingiu o país. Após 1896, a economia voltou a crescer, e o processo de crescimento só foi interrompido com o início da Primeira Guerra Mundial. Ainda na Era Vitoriana, desenvolveu-se a teoria microbiana das doenças, considerada uma revolução na medicina.
→ Cultura na Era Vitoriana
Na Era Vitoriana houve grande aumento do número de pessoas alfabetizadas em consequência de leis aprovadas pelo Parlamento e dos investimentos feitos pelo Estado. Em 1870, foi aprovada a Lei do Ensino Primário, que organizou, pela primeira vez, o sistema de educação da Inglaterra e do País de Gales.
A lei determinou, ainda, que as autoridades locais realizassem um censo das crianças e das instituições de ensino. Em 1880, uma lei tornou obrigatória a educação de todas as crianças entre cinco e doze anos, e, em 1891, uma lei proibiu que qualquer taxa fosse cobrada nas escolas.
O aumento do número de alfabetizados, as máquinas criadas pela Revolução Industrial e os novos meios de comunicação, como o telégrafo, permitiram que ocorresse na Inglaterra o desenvolvimento da comunicação de massa. O baixo custo do papel e a alta produtividade das impressoras movidas por motores permitiram que diversos livros e periódicos fossem publicados.
Também foi na Era Vitoriana que diversos esportes se popularizaram, como o futebol, o críquete, o tênis, o rugby e o ciclismo. A Premier League, maneira como atualmente é chamado o campeonato de futebol inglês, teve sua primeira edição em 1888. O campeonato foi vencido pelo Preston North End, hoje um time da terceira divisão. Aston Villa e Wolverhampton ocuparam a segunda e a terceira posições respectivamente.
→ Literatura na Era Vitoriana
Durante a Era Vitoriana, o romance se tornou o principal gênero literário do Reino Unido. Charles Dickens foi o mais popular dos romancistas ingleses da época, sendo o responsável por introduzir a crítica social na literatura inglesa, uma característica da literatura vitoriana.
Em 1837, foi publicado Oliver Twist, a obra prima de Dickens. Ao mesmo tempo que conta a história do garoto órfão, a obra também aponta diversos problemas sociais em Londres, como a violência sofrida pelas crianças, a miséria, a desigualdade, a criminalidade e o trabalho infantil.
O livro Morro dos Ventos Uivantes foi publicado em 1857 e foi o único título de Emily Brontë. Na época a obra não foi muito popular, mas atualmente é considerada uma das principais obras de língua inglesa. A trama se passa no meio rural inglês, contando a história de um casal apaixonado, mas que pertence a classes sociais diferentes.
Outro gênero popular foi a literatura infantil. Os vitorianos são apontados como aqueles que inventaram a infância, sendo os pioneiros no combate ao trabalho infantil, assim como na educação obrigatória. Lewis Carroll, com sua obra Alice no País das Maravilhas, publicada em 1865, fez grande sucesso no Reino Unido, assim como publicações dos Irmãos Grimm. Escritores renomados, como Dickens, criaram obras destinadas especificamente ao público infantil.
Oscar Wilde foi o principal dramaturgo do final da Era Vitoriana, sendo conhecido pelas suas roupas marcantes e pelas obras marcadas pelo hedonismo e pela ironia. Na vida pessoal, enfrentou três processos por ser homossexual, sendo condenado, em um deles, a dois anos de prisão, com trabalhos forçados.
O personagem Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle, também foi muito popular na Era Vitoriana, quando a ciência passou a ser utilizada para elucidar crimes.
Quem foi a rainha Vitória?
A rainha Vitória nasceu em 1819 e herdou o trono com apenas 18 anos, em 1837, após o falecimento do seu tio, o rei Guilherme IV. Em 1840, ela se casou com um primo de primeiro grau, Alberto de Saxe-Coburgo Gota, príncipe da Alemanha.
Nos primeiros anos de reinado, Vitória se distanciou das obrigações monárquicas, que foram exercidas, em boa parte, pelo marido. Em 1861, Alberto faleceu em consequência da febre tifoide. Vitória entrou em luto profundo, afastando-se da vida pública e trajando preto até a sua morte, em 1901. O distanciamento da rainha gerou indignação em parte da população do Reino Unido e ela passou a ser chamada de Viúva de Windsor.
A partir de 1870, o movimento republicano ganhou força no Reino Unido, e Vitória se tornou uma monarca presente e muito popular. Antes dela, a monarquia inglesa era questionada e corria o risco de ser abolida. Quando Vitória faleceu, a monarquia constitucional inglesa estava consolidada.
Vitória foi uma das personalidades mais conhecidas do século XIX e lançou moda, sendo responsável pela popularização do vestido de noiva de cor branca e pela tradição familiar de enfeitar a árvore de Natal.
Ao todo, a rainha e seu marido tiveram nove filhos, muito dos quais se casaram com nobres de outros países. Atualmente muitos monarcas europeus são descendentes da rainha Vitória, por esse motivo, ela ganhou a alcunha de Avó da Europa.
Qual a importância da Era Vitoriana?
A Era Vitoriana, marcada pelo início da Segunda Revolução Industrial, foi um período em que a vida no planeta Terra mudou drasticamente. Antes dele, os principais meios de transporte terrestre se moviam com tração animal. No final do período, as ferrovias cortavam diversos países, e uma viagem que demorava dias passou a demorar horas.
Outra revolução da Era Vitoriana ocorreu nas comunicações. Quando a rainha faleceu, em 1901, uma rede de telégrafos construída pelos ingleses conectava os cinco continentes. Antes, as informações levavam meses para cruzar os oceanos, mas, no fim da Era Vitoriana, lavavam alguns minutos.
Os ingleses consolidaram uma rede de comércio global que conectava diversas regiões, como a Europa, Bacia do Prata, África do Sul, Índia, Austrália e China. Outra importância da Era Vitoriana foi a consolidação da monarquia constitucional no Reino Unido. Foi a rainha Vitória que definiu o papel do monarca nesse sistema.
Saiba mais: Como funciona uma monarquia?
Curiosidades sobre a Era Vitoriana
- Fotografias post mortem: esse é um dos costumes da Era Vitoriana que mais nos choca na atualidade. Quando alguém morria, era necessário contratar um fotógrafo, o que era muito caro para a maioria das famílias. Tirar uma foto do falecido era, assim, a única forma de guardar uma recordação da pessoa querida. Muitas vezes essa seria a única foto da pessoa. Muitos corpos ficavam eretos com o uso de uma estrutura metálica, e, algumas vezes, artistas retocavam a fotografia, principalmente os olhos.
- Futebol inglês: em 1871 foi aprovada a Lei de Feriados Bancários, que criou quatro feriados na Inglaterra. Um deles é o Boxing Day, que ocorre no dia 26 de dezembro, quando o futebol é homenageado e ocorrem jogos de todas as séries do futebol inglês.
- Crimes famosos: na Era Vitoriana, por meio da mídia escrita, os crimes ocorridos nas ruas de Londres se tornaram populares. Os assassinatos praticados por Jack, o Estripador, foram destaque nos periódicos londrinos do final do século XIX. Ainda hoje não sabemos a identidade de Jack, esse apelido foi dado pela mídia após ela divulgar uma suposta carta enviada pelo criminoso. Ele é acusado de assassinar e mutilar cinco mulheres, “as cinco canônicas”; mas pode ainda ter praticado outros assassinatos.
- Colecionadores: no Período Vitoriano, as pessoas da elite tinham obsessão por coleções, das mais variadas possíveis. Elas colecionavam rochas e minerais, objetos e múmias do Egito, insetos, livros, cardápios de restaurantes, fotografias, animais taxidermizados e muitas outras coisas.
- Pontualidade: o relógio se tornou um símbolo da Era Vitoriana, e os ingleses se tornaram obcecados pela pontualidade nesse período. Vale lembrar que um dos símbolos de Londres é o Big Ben, construído na Era Vitoriana.
Nota
|1|UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE. Populations Past — Atlas of Victorian and Edwardian Population. Disponível em: https://www.populationspast.org/resources/
Créditos das imagens
[2]Luciano Marques/ Shutterstock
Fontes
BAIRD, Julia. Vitória, a rainha: história íntima da mulher que comandou um império. Editora Objetiva, São Paulo, 2018.
GOODWIN, Daisy. Vitória: a jovem rainha. Harper Collins, Rio de Janeiro, 2017.
HOBSBAWN, Erick. A Era das Revoluções. Editora Paz e Terra, São Paulo, 2012.
MENEGUELLO, Cristina. DECCA, Edgar Salvadori. Fábricas e homens: Revolução Industrial e o cotidiano dos trabalhadores. Editora Atual, São Paulo, 2019.
TEIXEIRA, Francisco M. P. Revolução Industrial. Editora Ática, São Paulo, 2019.