Einsatzgruppen

Einsatzgruppen foram grupos de extermínio utilizados pelos nazistas para matar judeus no leste europeu. Esses grupos foram responsáveis pela morte de 1 milhão de pessoas.

Tropas SS (Schutzstaffel) em marcha na Alemanha em 1933. Os grupos de extermínio estavam submetidos a SS.*

Einsatzgruppen (em português, “força-tarefa”) era um esquadrão nazista vinculado a SS (Schutzstaffel), tropa especial da Alemanha Nazista cujo nome significa “polícia de segurança”. O Einsatzgruppen foi criado em 1938 para dar suporte à Alemanha durante a anexação da Áustria, em 1938. Esse esquadrão ficou comumente conhecido como “grupo de extermínio” em virtude de seu papel na execução de milhões de judeus.

Colocado em 1939 sob a liderança de Reinhard Heydrich (um dos arquitetos do Holocausto), essa tropa atuou no papel de “pacificar” a retaguarda das tropas nazistas no leste europeu. O Einsatzgruppen contou com a adesão de membros da Gestapo (polícia secreta), do Exército, da SS e da Ordnungspolizei (polícia de ordem).

Contexto histórico


Reinhard Heydrich (ao centro) era o líder do Einsatzgruppen e foi um dos arquitetos do Holocausto.**

Durante a Segunda Guerra Mundial, aconteceu um dos maiores genocídios da história da humanidade, responsável pela morte de 6 milhões de judeus. A perseguição, o aprisionamento e a execução dos judeus na Europa promovidos pelos nazistas ficaram conhecidos como Holocausto. Além de judeus, foram mortos ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová, etc.

O ódio aos judeus era identificado nos discursos nazistas desde o surgimento do partido, em 1919. A partir da década de 1930, quando os nazistas tomaram o poder na Alemanha, o discurso de ódio transformou-se em perseguição por meio de medidas discriminatórias. Além disso, foi decretada a restrição das liberdades civis aos judeus.

Com o início da Segunda Guerra Mundial, os nazistas começaram a debater planos para lidar com a “questão judaica”. Questões como o aprisionamento e a deportação de judeus foram debatidas, uma vez que o desejo de Hitler era promover o extermínio desse povo depois de finalizada a guerra. A política nazista em relação aos judeus foi alterada no curso do conflito.

Heinrich Himmler e Reinhard Heydrich conseguiram convencer Hitler de que seu plano de extermínio deveria acontecer com a guerra em curso. Dessa forma, iniciou-se, em 1941, a Solução Final. Esse plano de execução dos judeus foi realizado em diferentes etapas, sendo a primeira delas exercida pelo Einsatzgruppen no leste europeu.

Qual foi o papel do Einsatzgruppen?

O Einsatzgruppen começou sua atuação como grupo de extermínio ainda em 1939, quando os alemães invadiram a Polônia. O papel do Einsatzgruppen nesse contexto foi perseguir e assassinar a elite intelectual do país, chamada de intelligentsia. O objetivo disso era eliminar os quadros intelectuais de expressão da Polônia e, assim, diminuir as possibilidades de resistência organizada no país. A atuação do Einsatzgruppen na Polônia resultou na morte de 50 mil pessoas, conforme afirmou o historiador Timothy Snyder|1|.

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Em 1941, Hitler foi convencido a autorizar o extermínio dos judeus. A ordem oficial foi transmitida por Hermann Göring para Reinhard Heydrich em 31 de julho de 1941. A partir de agosto do mesmo ano, o Einsatzgruppen mobilizou-se para realizar fuzilamentos em massa de judeus. A ordem na União Soviética era executar homens, mulheres e crianças judias.

A ordem nazista de execução dos judeus foi realizada por diferentes grupos do Einsatzgruppen, cada qual atuando em uma região diferente. Os principais grupos Einsatzgruppen foram:

  • Einsatzgruppen A: atuava nos países bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia)

  • Einsatzgruppen B: atuava na Bielorrússia

  • Einsatzgruppen C: atuava na Ucrânia

Esses grupos de extermínio agiam no leste europeu de maneira muito organizada. Possuíam uma listagem das pessoas que estavam à procura e, quando as localizavam, executavam-nas por fuzilamento. Ao todo, estima-se que os grupos de extermínio tenham sido responsáveis pela morte direta de cerca de 1 milhão de judeus até o fim da guerra|2|.

A tarefa desses grupos, no entanto, não era fácil, pois incluía as funções de localizar todos os judeus de uma determinada região, reuni-los, fuzilá-los para, então, enterrá-los em valas comuns (alguns grupos queimavam os corpos). Para que o Einsatzgruppen tivesse condições de realizar a tarefa, foram mobilizados até 20 mil soldados para esse grupo|3|.

A saúde mental dos soldados era outro grande desafio enfrentado pelos nazistas em sua missão de execução dos judeus. A quantidade de execuções, sobretudo de mulheres e crianças, mexeu bastante com o psicológico dos soldados dos grupos de extermínio. Em virtude do peso psicológico das execuções em massa, Heydrich autorizou os líderes do Einsatzgruppen a mobilizarem estrangeiros na tarefa.

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Massacres cometidos pelos grupos de extermínio


Memorial construído em Kiev em homenagem aos judeus executados durante o Massacre de Babi Yar.

O trabalho dos historiadores conseguiu reconstituir a atuação dos Einsatzgruppen. Sabe-se, hoje, que os grupos de extermínio estiveram envolvidos em grandes massacres que aconteceram em Vilnius (atual Lituânia) e na Letônia, onde mais de 180 mil judeus foram mortos. No entanto, a atuação desses grupos não se limitou a esses locais, destacando-se também na Ucrânia, sobretudo em um massacre conhecido como Massacre de Babi Yar.

Esse extermínio aconteceu em setembro de 1941 e foi uma represália dos nazistas depois de terem sofrido um ataque da resistência soviética em Kiev. Nesse massacre, os alemães coordenaram a execução de mais de 33 mil pessoas em menos de 36 horas, o que tornou esse genocídio um dos maiores realizados em um período de tempo tão curto.

Conforme mencionado, o fator psicológico afetou muito o papel dos grupos de extermínio. À medida que a atuação do Einsatzgruppen perdia intensidade, os alemães começaram a pensar em formas de aumentar o ritmo das execuções de judeus. Foi nesse momento que as câmaras de gás passaram a ser desenvolvidas, transformando os campos de concentração em indústrias da morte.

|1| SNYDER, Timothy. Terras de Sangue: a Europa entre Hitler e Stalin. Rio de Janeiro: Record, 2012, p. 167.
|2| Idem, p. 237.
|3| Idem, p. 248.

*Créditos da imagem: Everett Historical e Shutterstock

**Créditos da imagem: Everett Historical e Shutterstock

Por: Daniel Neves Silva

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