Segundo o historiador Hilário Franco Jr., as divisões da Idade Média são: Primeira Idade Média, Alta Idade Média, Idade Média Central e Baixa Idade Média.
Quando estudamos o período da Idade Média, geralmente constatamos na maior parte dos livros didáticos a divisão esquemática entre Alta Idade Média e Baixa Idade Média. É sabido que essa divisão tem a finalidade de organizar os conteúdos referentes a um período que engloba cerca de dez séculos: do século V ao XV d.C. A Alta Idade Média corresponderia, aproximadamente, aos cinco primeiros séculos (século V a século X d.C.), enquanto à Baixa Idade Média estaria reservado o período relativo aos séculos seguintes (século XI ao XV d.C.).
Essa divisão ainda é maciçamente aceita no estudo da Idade Média, mas vale ressaltar que há outras formas de periodizar essa fase da História. Um exemplo disso é oferecido pelo historiador Hilário Franco Jr. em seu livro A Idade Média: nascimento do Ocidente. Franco divide a Idade Média em quatro períodos distintos:
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a Primeira Idade Média, ou Antiguidade Tardia, corresponde à fase das invasões bárbaras, do crescimento do cristianismo na Europa e do desmantelamento do Império Romano, indo do século V ao século VIII;
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a Alta Idade Média, que compreende os séculos VIII, IX e X, é o período de acontecimentos como o estabelecimento do Império Carolíngio, o desenvolvimento do sistema feudal e a expansão islâmica;
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a Idade Média Central, que abrange os séculos XI, XII e XIII, compreende o período de soerguimento após o esfacelamento do Império Carolíngio e as novas invasões e pilhagens de bárbaros, como os vikings. Nesse período, há também o desenvolvimento da arte sacra medieval, sobretudo da arquitetura gótica e românica, e o aparecimento das universidades e da filosofia escolástica, além de eventos de viés militar e religioso, como as Cruzadas;
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a Baixa Idade Média corresponde aos séculos XIV e XV e chega, em algumas regiões, até meados do XVI. Nesse período, há eventos como o Renascimento Comercial e Urbano, propiciados pela reabertura do Mar Mediterrâneo, que antes estava sob domínio muçulmano. Ainda nesse período, há, entre o fenômeno da Peste Negra e início o Renascimento Cultural e Artístico, que se destacou sobretudo na Itália e nos Países Baixos.
Essas divisões conseguem organizar os temas da Idade Média de forma mais compartimentada, sobretudo dando ênfase na formação daquilo que hoje, entre os historiadores, já é um consenso, isto é, a Cristandade. A Cristandade, mais que um período histórico que viveu sob influência da Igreja Católica (então tida como principal instituição tanto política quanto religiosa/espiritual), pode ser compreendida como a época, sobretudo a partir da Alta Idade Média, em que a Europa “nasceu”, isto é, o período em que a Europa foi concebida como uma organização orgânica e minimamente unitária.
Esse caráter minimamente unitário começou a ser dado pela articulação entre o Império Carolíngio, desenvolvido pelos francos, e a Igreja Católica. Depois se consolidou com o chamado Sacro Império Romano-Germânico.