Congresso de Viena

O Congresso de Viena ocorreu na capital da Áustria, em 1815, e tinha por objetivo definir os rumos que a Europa deveria tomar após o fim da Era Napoleônica.

Líderes europeus reunidos em Viena, Áustria, após o período das Guerra Napoleônicas

Após assinar o Tratado de Fontainebleu, em março de 1814, tratado esse que implicava a abdicação do trono francês, Napoleão Bonaparte deu espaço para uma tentativa de retorno da estrutura política europeia anterior à Revolução Francesa, iniciada em 1789. O processo revolucionário francês, como é sabido, provocou a contestação e destruição da estrutura do Antigo Regime, isto é, do regime do absolutismo monárquico, cujo último representante na França fora o rei Luís XVI. Terminadas as guerras revolucionárias e ruído o império napoleônico, as nações que até então haviam conseguido resistir propuseram o retorno da antiga ordem. Essa proposta foi formalizada no “Congresso de Viena”.

O referido congresso, realizado na cidade de Viena, capital da Áustria, em 1815, foi organizado pelos líderes das potências vencedoras das guerras empreendidas contra Napoleão Bonaparte. Foram eles: o primeiro-ministro da Áustria, Clemente de Matternich; o czar da Rússia, Alexandre I; o primeiro-ministro inglês, Robert Stewart, Visconde de Castlereagh; e o rei da Prússia, Frederico Guilherme III. Esses líderes convocaram seus diplomatas para estabelecer diretrizes para uma paz duradoura na Europa. Tais diretrizes implicavam também medidas de contenção contra “surtos revolucionários” que pudessem seguir o exemplo francês.

Além disso, como já dissemos, a restauração da estrutura política do Antigo Regime e das coroas destituídas por Napoleão estava entre os pontos principais das resoluções do Congresso de Viena. Para tanto, duas foram as estratégias traçadas: 1) princípio da legitimidade e 2) princípio do equilíbrio do poder. O primeiro dos princípios reivindicava a retomada dos tronos e territórios perdidos em 1789, enquanto o segundo concedia largos benefícios e direitos aos países vencedores, tal como o de conseguir possessões em outras regiões fora da Europa; regiões essas que haviam sido conquistadas por Napoleão.

A Inglaterra foi uma das maiores beneficiadas com esse segundo princípio, haja vista que se tornou um império de extensões grandiosas no século XIX, além de controlar, com sua poderosa marinha, grande parte das principais rotas marítimas trafegadas à época.

Um dos fatos decorrentes das resoluções do Congresso de Viena foi a criação da chamada Santa Aliança, um acordo político-militar firmado entre Prússia, Rússia e Áustria que visava assegurar o “equilíbrio” do poder na Europa e um resguardo contra possíveis ofensivas revolucionárias. A tríade de países da Santa Aliança procurou selar uma “nova ordem” para o século XIX europeu sob a proteção divina (como pode ser visto no trecho abaixa). Ordem essa que seria abalada com as guerras nacionalistas e imperialistas.

Em nome da Santíssima e Indivisível Trindade e conforme as palavras das Sagradas Escrituras, segundo as quais todos os homens devem ter-se como irmãos, Suas Majestades o Imperador da Áustria, o Rei da Prússia e o Imperador da Rússia permanecerão unidos por laços de verdadeira e indissolúvel fraternidade: considerando-se compatriotas, em toda ocasião e em todo lugar, eles se prestarão assistência, ajuda e socorro.” (Trecho do Art. 1º do Tratado da Santa Aliança)

Por: Cláudio Fernandes

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