Cisma do Oriente: as diferenças entre a Igreja Romana e a Ortodoxa

Vista da mesquita azul de uma janela da basílica de Santa Sofia, na cidade turca de Istambul

Uma série de conflitos entre Papas e Imperadores bizantinos deflagrou o Cisma do Oriente em 1054, que dividiu o mundo cristão entre a Igreja Católica do Ocidente, com sede na cidade de Roma, e a Igreja Católica do Oriente, com sede na cidade de Constantinopla. Na parte ocidental, a Igreja foi chefiada pelo Papa e, na parte oriental, o controle ficou estabelecido pelo Imperador que possuía grande influência religiosa. Apesar de o Cristianismo ter sido a religião oficial tanto no Ocidente quanto no Oriente, isso não impediu que houvesse uma gigantesca diferença cultural entre os dois lados.

A cidade de Constantinopla, atual região da Turquia, foi a capital do Império Romano do Oriente e possuía uma privilegiada localização geográfica entre a Ásia e a Europa, o que impulsionou o desenvolvimento do comércio e contribuiu para uma vida urbana agitada. Produtos como perfumes, tecidos de seda, porcelanas e peças de vidro eram comercializados pelo continente europeu. Esse desenvolvimento impulsionou o crescimento da capital oriental que chegou a ter aproximadamente 1 milhão de habitantes.

A prática do comércio contribuiu para que os bizantinos entrassem em contato com diferentes países. Diante disso, os cristãos do Oriente sofreram influência de diversas culturas. Essas influências atingiram, por exemplo, o idioma bizantino, que passou a ser o grego a partir do século VI. A arquitetura grega também influenciou os bizâncios, que realizaram construções gigantescas e luxuosas, como foi o caso da construção da Igreja de Santa Sofia.

As diferenças mais profundas entre cristãos do Ocidente e do Oriente estiveram no campo da religião. Os seguidores da Igreja Católica do Oriente desenvolveram vários pensamentos que se distanciaram das concepções religiosas dos fiéis da Igreja Católica do Ocidente. Entre essas diferenças, destacaram-se o Monofisismo e a Iconoclastia.

O Monofisismo foi a negação da natureza humana de Deus, afirmando somente a existência da natureza divina. Este pensamento era totalmente inverso ao que era postulado pelos cristãos do Ocidente. A Iconoclastia, outro exemplo das características próprias do cristianismo bizantino, era contra a adoração de imagens de santos por pensarem ser esta uma prática de heresia. Essas divergências religiosas dos cristãos da Igreja do Oriente perante os cristãos da Igreja do Ocidente foram consolidadas a partir do Cisma do Oriente em 1054.

Por: Fabrí­cio Barroso dos Santos

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