Cerco de Jerusalém

O cerco de Jerusalém foi um dos grandes feitos dos cavaleiros cruzados no fim do século XI d.C.

As ordens de cavalaria, como a dos templários, formaram-se após a Primeira Cruzada

O grande feito da chamada Primeira Cruzada, que durou de 1095 a 1099, foi o Cerco de Jerusalém, realizado de 7 a 15 de julho de 1099. Esse cerco consistiu em uma intensa batalha entre cavaleiros cruzados, convocados pelo papa Urbano II durante o Concílio de Clermont, em novembro de 1095, e os muçulmanos, que haviam conquistado a cidade de Jerusalém em 637 d.C. Para compreendermos a importância do Cerco de Jerusalém e suas consequências para o período histórico da Baixa Idade Média, precisamo remontar ao século IV d.C.

Sabemos que o cristianismo passou a ser plenamente aceito na Europa após o colapso do Império Romano do Ocidente e a consequente formação do Império Romano do Oriente, sob o comando de Constantino. Esse imperador, que se converteu em 325 d.C., foi o responsável pela institucionalização do cristianismo como religião no século IV. Sua mãe, Helena (tida como santa pelos católicos), também convertida, organizou em 326 d.C. uma expedição a Jerusalém com a finalidade de encontrar os lugares sagrados cristãos, como o monte Gólgota, ou monte Calvário, onde Cristo foi crucificado e morto, e o Santo Sepulcro, onde teria sido sepultado e de onde teria saído, ressuscitado.

A localização desses lugares pela expedição de Santa Helena provocaria, nos séculos posteriores, constantes peregrinações a Jerusalém tanto de fiéis dos domínios do Império Bizantino quanto de fiéis dos reinos cristãos que se formaram no Ocidente. O problema é que a cidade de Jerusalém, como quase toda a Palestina, foi conquistada pelos muçulmanos em 637 d.C. Esse fato tornou as peregrinações cada vez mais perigosas. Além disso, no século seguinte, os muçulmanos expandiram seus domínios em direção ao norte da África e ao sul da Europa, o que gerou ainda mais receio entre os cristãos.

No século XI, como já salientado, o Papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada, cujo objetivo era libertar Jerusalém dos muçulmanos e reaver para os cristãos a possibilidade de retomar em segurança as peregrinações aos lugares sagrados da Cidade Santa. Muitos cavaleiros e soldados de infantaria da nobreza europeia seguiram rumo a Jerusalém para lutar contra os membros do Califado Fatímida, que comandava a região da Palestina. O processo foi lento e muitas batalhas foram travadas antes mesmo de se chegar a Jerusalém. No dia 7 de julho de 1099, os cavaleiros cruzados chegaram à Cidade Santa e montaram o cerco contra os muçulmanos. A batalha durou até o dia 15, e os cristãos saíram vitoriosos.

Como diz o historiador inglês Charles G. Addison em sua obra “A história dos Cavaleiros Templários e do Templo”:

Quando a Europa tomou conhecimento da captura de Jerusalém pelos cruzados (1099 d.C.), o fervor das peregrinações irrompeu com ímpeto ainda maior. Ganhou intensidade com o fim da repressão dos violentos turcomanos, e multidões indiscriminadas de ambos os sexos, anciãos e crianças, virgens e matronas, julgando que estrada estava aberta e a jornada era viável, rumaram em levas sucessivas para a Cidade Santa no apaixonado desejo de contemplar os monumentos originais da Redenção. [1]

A libertação de Jerusalém, por meio do cerco feito pelos cruzados, provocou a retomada das peregrinações em massa e a onda das outras cruzadas que foram empreendidas nas décadas seguintes. Mas houve outra consequência desse fato: do contato com ordens religiosas mendicantes, como a dos monges beneditinos, os nobres guerreiros cruzados passaram a fundar as ordens religiosas militares, fiéis à Igreja e ao Papado e dispostas a defender os valores cristãos. Foi nesse momento que nasceram ordens como a dos templários, dos hospitalários e dos cavaleiros teutônicos.

NOTAS

[1] ADDISON, Charles. A história dos Cavaleiros Templários e do Templo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012. pp. 30-31.

Por: Cláudio Fernandes

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