Celtas

Os celtas foram um povo que se originou na Europa Central e se espalhou por diversas regiões do continente europeu, existindo entre os anos de 1200 a.C. e 500 d.C.Celtas: quem foram, origem, características

Ruínas celtas localizadas no norte da Península Ibérica.

Os celtas foram um povo originado na Europa Central que habitou diversas partes da Europa entre os anos de 1200 a.C. e 500 d.C. Originaram-se de culturas que se desenvolveram na Idade do Ferro, espalhando-se pela Europa e chegando a regiões como as Ilhas Britânicas, a Península Ibérica, a Gália, entre outras.

O nome dos celtas tem origem nos gregos e romanos, que se referiam a eles como “keltoi”. Os celtas possuíam uma sociedade estratificada e uma religião politeísta, marcada pela presença de sacrifícios humanos e rituais em locais abertos, devido à forte relação da religião e cosmogonia desse povo com a natureza.

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Resumo sobre os celtas

  • Os celtas foram um povo que se originou na Europa Central por volta de 1200 a.C.

  • O termo “celta” é uma forma genérica de se referir a uma série de tribos que possuíam cultura, idioma e religião em comum.

  • Ficaram conhecidos como celtas porque eram chamados de “keltoi” por gregos e romanos.

  • Espalharam-se por diversas regiões da Europa, como as Ilhas Britânicas e a Península Ibérica.

  • Os druidas eram o grupo mais poderoso e influente da sociedade celta.

Quem foram os celtas?

Os celtas são como conhecemos um conjunto de tribos e povos que habitaram diversas regiões da Europa entre 1200 a.C. e 500 d.C. As regiões habitadas pelos celtas se estenderam da Península Ibérica e das Ilhas Britânicas até a região da Ásia Menor.

Vale salientar que os celtas não formaram um único povo. Isso porque, ao longo de toda essa extensão territorial, havia diversos povos, e o que os unia ao ponto de serem considerados como “celtas” era o idioma e a religião.

O termo “celta”, no entanto, não é a forma como eles chamavam a si mesmos. Como estamos falando de diversos povos, consequentemente estamos falando de povos que poderiam referir a si mesmos de formas variadas. A palavra “celta” vem de “keltoi”, vocábulo que foi muito usado por gregos e romanos para se referir aos celtas.

Origens dos celtas

Os celtas têm como origem uma cultura que surgiu na Europa Central por volta de 1300 a.C. Nessa região estabeleceu-se a Cultura dos Campos de Urnas, entendida como uma cultura protocelta, isto é, que possuía alguns dos elementos culturais que definiram os celtas. Com o tempo, uma nova cultura se estabeleceu na região e considera-se que, a partir dela, pode-se falar na origem dos celtas.

Essa é a Cultura Hallstatt, que surgiu por volta de 1200 a.C. e existiu até o século V a.C. Ela ficou marcada por possuir domínio do bronze e também do ferro. Os contatos entre essas culturas do centro da Europa e os gregos originou a Cultura La Tène entre os séculos VI a.C. e V a.C. O desenvolvimento dessas culturas ocasionou o estabelecimento dos povos celtas.

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Onde os celtas viveram?

Os celtas estavam presentes em diversas regiões, ocupando um vasto espaço no continente europeu, alcançando, até mesmo, a Ásia. Essa propagação dos celtas por longas distâncias é explicada pela busca por melhores terras para garantir a sua sobrevivência. Além disso, essas migrações são entendidas como uma fuga de povos mais poderosos, como os romanos.

O local mais conhecido pela presença celta foram as Ilhas Britânicas. Inclusive, povos modernos, como escoceses, gauleses e irlandeses, são muito associados aos celtas popularmente. Os historiadores encontraram vestígios da presença celta na Península Ibérica (tribo dos lusitanni). Até mesmo na Ásia Menor existiram celtas: os gálatas.

Características dos celtas

Os celtas não eram um povo unificado, mas uma junção de diferentes tribos e povos que tinham uma cultura em comum. Cada povo e tribo tinha suas especificidades, mas, em geral, os celtas possuíam classes com papéis muito bem definidos em sua sociedade. Os quatro grandes grupos que compunham as sociedades celtas eram os druidas, os homens livres, os nobres e os escravos.

Eles eram governados por um rei, mas esse rei, muitas vezes, tinha o seu poder limitado pelos druidas, o grupo responsável pelo acúmulo de saber, além dos ritos religiosos. Os nobres e os guerreiros eram dois grupos elitizados, possuindo posses e prestígios.

Os cidadãos livres eram homens comuns que possuíam liberdade, mas não as posses que os nobres detinham. Por fim, os escravos na sociedade celta eram prisioneiros de guerra, e sua mão de obra era geralmente utilizada na agricultura.

Os celtas eram politeístas (sua religião possuía mais de um deus) e sua religiosidade tinha relação direta com a natureza, daí o grande número de rituais celtas realizados em locais abertos. Praticavam rituais de sacrifícios humanos e tinham o costume de guardar o crânio dos seus familiares por acreditarem que esse item armazenava a alma das pessoas. À medida que as terras habitadas pelos celtas foram sendo cristianizadas, seu modo de vida foi se enfraquecendo.

Símbolos celtas

A cultura celta foi e ainda é muito influente em muitos locais da Europa, especialmente nas Ilhas Britânicas. Essa influência cultural popularizou muitos símbolos de origem celta, que foram mantidos mesmo com a cristianização.

Tríscele, um símbolo de origem celta.

Um símbolo bastante conhecido é o tríscele, que significa “três pernas”. Acredita-se que tenha relação com o ciclo de vida de uma pessoa: nascimento, morte e renascimento. Outra hipótese fala que o símbolo representa corpo, alma e espírito. Esse símbolo foi aculturado pelo cristianismo nas regiões de cultura celta, sendo associado com a Trindade.

Triquetra, um símbolo de origem celta.

A triquetra é outro símbolo celta e se associava com a religiosidade desse povo, podendo representar a divisão entre terra, céu e mar. Esse foi outro símbolo aculturado pelos cristãos e associado com a Trindade.

Árvore da vida, um símbolo de origem celta.

Por fim, a árvore da vida celta é mais um símbolo bastante popular na cultura celta, sendo conhecida como crann bethadh. Esse símbolo representa a harmonia que existe entre as forças da natureza e não é um símbolo exclusivo dos celtas, podendo ser encontrado em outras culturas. Tem uma forte relação com a cosmogonia celta, pois as árvores eram entendidas como portas de entrada para o mundo espiritual.

Diferenças entre vikings e celtas

Muitas pessoas podem confundir os vikings e os celtas por conta da popularização desses povos nos últimos anos e também por uma série de estereótipos associados a eles. De uma maneira bem simples, vikings e celtas são dois povos distintos, apesar de algumas semelhanças existirem.

Quando falamos dos vikings, estamos falando dos nórdicos oriundos da Escandinávia que depois se espalharam por outras partes da Europa durante a Era Viking, entre 793 e 1066. Os celtas, por sua vez, existiram até 500 d.C., mas descendentes da cultura celta coexistiram com vikings e nórdicos em algumas partes da Europa.

Os dois povos possuíam origem indo-europeia, mas suas crenças, seus idiomas, suas sociedades, suas tradições eram distintas. Lembrando que a cultura celta é originada na Europa Central e os nórdicos são da Escandinávia.

Fontes

DONNARD, Ana. Celtas. In.: FUNARI, Pedro Paulo (org.). As religiões que o mundo esqueceu. São Paulo: Contexto, 2009.

ZUTIN, Rosyléa Rodrigues. Celtas. Disponível em: https://www.academia.edu/32042889/Celtas.pdf?auto=download.

CARTWRIGHT, Mark. Ancient Celts. Disponível em: https://www.ancient.eu/celt/.

KING, Jeffrey. Celtic Warfare. Disponível em: https://www.ancient.eu/Celtic_Warfare/.

KING, Jeffrey. The Celtic Invasion of Greece. Disponível em: https://www.ancient.eu/article/1401/the-celtic-invasion-of-greece/.

OLIVIERI, Filippo Lourenço. Os druidas e a religiosidade celta: os sacrifícios humanos na Gália pré-romana. Disponível em: https://ppg.revistas.uema.br/index.php/brathair/article/view/537.

Por: Daniel Neves Silva

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