Ares era o deus grego da guerra e representava a coragem para vencer conflitos, mas também a violência e o derramamento de sangue nas batalhas.
Ares era o deus grego da guerra, e os gregos o consideravam a representação tanto da coragem para vencer batalhas como da violência e do morticínio causados pela guerra. Não era uma figura muito popular entre os gregos, e os mitos o colocam em situações humilhantes.
Ares era um deus estrangeiro nascido na Trácia. Não era muito cultuado, com exceção de Esparta, que tinha um forte culto a ele. Sua relação com Esparta pode ter se dado pela cultura militarista da sociedade espartana. No entanto, Ares passou por derrotas militares humilhantes, segundo os mitos gregos.
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Resumo sobre Ares
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Era o deus grego da guerra e representava o lado mais violento do conflito.
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Não se casou nos mitos gregos, mas teve muitas amantes e filhos.
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Seu caso mais conhecido foi com Afrodite, a deusa do amor. Com ela foi exposto por Hefesto, marido da amante.
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Os mitos gregos geralmente o colocam em situações humilhantes.
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Foi ferido por Hércules, e, durante a Guerra de Troia, um mortal o feriu também.
Quem era Ares
Ares foi uma divindade da mitologia grega, sendo um personagem peculiar nela. Era o deus da guerra e possuidor das virtudes necessárias para vencer um conflito, no entanto, tinha uma imagem negativa entre grande parte dos gregos porque representava o lado violento e sangrento do conflito.
Ele dividia o posto de deus da guerra com sua irmã Atena, embora ela fosse entendida com a guerra do ponto de vista estratégico. A associação de Ares com a violência bélica pode ter contribuído para que ele fosse considerado estrangeiro pelos gregos. Na mitologia, Ares era originário da Trácia, região habitada por povos guerreiros (segundo os gregos).
A menção mais antiga a Ares foi feita pelos micênicos, e sabemos disso porque foram encontradas inscrições em Linear B que citam seu nome. Ares era tido como corajoso e bonito, mas não era muito popular. As menções a ele na mitologia, frequentemente, o colocam em posições humilhantes e vexatórias.
Ares era geralmente representado em vestimentas de guerreiro, sempre portando escudo e lança, itens básicos de todo soldado grego. Teve vários relacionamentos e vários filhos, mas nunca se casou. Os gregos o achavam temperamental e agressivo.
Ares e a mitologia grega
Como mencionado, Ares não era o deus mais popular entre os gregos, e isso era refletido nos mitos. O deus da guerra é pouco mencionado e, quando o é, geralmente, passa por situações humilhantes. Além disso, relatos feitos por Homero o mencionam como um deus mais fraco em comparação aos outros.
Homero o menciona como o “flagelo dos homens”, e seu relato sobre a Guerra de Troia coloca esse deus em situações ruins. Nesse conflito, Ares apoiou os troianos por influência de sua amante, Afrodite, e, ao longo do embate, sofreu derrotas significativas. Ele foi derrotado por Atena em uma luta e foi ferido por um mortal chamado Diomedes, fazendo com que ele abandonasse a guerra e se escondesse no Olimpo.
Além disso, Ares lutou com Herácles (mais conhecido como Hércules) em vingança ao fato deste ter matado Cicno, filho de Ares que matava viajantes que iam até o oráculo de Delfos, dedicado a Apolo. A batalha foi encerrada por Zeus, mas, durante ela, Herácles conseguiu ferir o deus da guerra.
Outro caso simbólico de humilhação enfrentada por Ares se deu no seu relacionamento com Afrodite, deusa do amor e da beleza. Afrodite era casada com Hefesto, deus do fogo e da metalurgia, conhecido por ter a aparência muito feia. O relacionamento extraconjugal com Afrodite foi descoberto por Hefesto, que resolveu vingar-se.
Hefesto, um grande ferreiro e artesão, preparou uma armadilha que aprisionou os amantes na cama, enquanto estavam nus. A vergonha deles foi exposta pelo marido traído para todos os deuses gregos, e a humilhação foi tamanha que Ares fugiu para a Trácia e foi expulso do Olimpo.
Por fim, há também o mito que menciona o aprisionamento do deus da guerra feito por dois gigantes, Oto e Efialtes. Os gigantes atacaram o Monte Olimpo e aprisionaram Ares em um jarro de bronze. Ele ficou preso por aproximadamente um ano, e, nesse período, implorava por sua liberdade, sendo libertado posteriormente por Hermes.
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Culto a Ares
O culto a Ares não era muito disseminado entre os gregos, e isso corrobora a visão de que ele não era uma divindade popular na Grécia Antiga. Ainda assim, existiam locais que o adoravam, como a cidade de Esparta, conhecida por sua filosofia profundamente militarista. Os espartanos tinham o costume de acorrentar uma estátua de Ares para impedir que o espírito da vitória abandonasse a cidade.
Outras cidades que prestavam culto a Ares eram Argos e Megalópolis. Havia também sacrifícios em homenagem a esse deus, como o de bois, pelos espartanos. Ares também era uma divindade adorada em Trácia, Cítia e Roma. Os romanos, por sua vez, o conheciam como Marte.