Antissemitismo é um termo cunhado na segunda metade do século XIX e designa a aversão e o ódio aos judeus.
Antissemitismo é um termo utilizado desde a segunda metade do século XIX para designar o ódio e aversão aos judeus. O cume dessa aversão, seguramente, foi a chamada shoa, ou holocausto, um genocídio promovido pelo nazismo na década de 1940 contra cerca de seis milhões de judeus da Alemanha, Áustria, Polônia e outras regiões.
É sabido que os judeus começaram a se dispersar pelo mundo ainda na Antiguidade, quando a região da Palestina era província do Império Romano. Essa dispersão, também conhecida como diáspora, foi provocada por expulsões forçadas, como a que ocorreu após a destruição de Jerusalém e do Templo de Salomão, no ano 70 d.C.
O continente europeu foi o principal destino dos judeus dispersos, que começaram a formar comunidades, tanto na parte ocidental quanto na parte oriental da Europa, na passagem da Antiguidade para a Idade Média. Com o avançar dos séculos, os judeus passaram a ter grande influência em negócios financeiros nas nações modernas europeias, mas não conseguiram eles próprios formar um Estado nacional tipicamente judaico em solo europeu.
Desde a Idade Média houve perseguição aos judeus na Europa. No século XIV, por exemplo, na época da Peste Negra, comunidades judaicas foram massacradas por terem sido acusadas de provocar a epidemia. Os judeus também eram acusados em nações como Portugal e Espanha de praticarem pecados como a usura, sendo, por isso, condenados à expulsão do país e ao degredo.
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Antissemitismo e racismo
Com o avançar da modernidade, as perseguições, que antes eram de natureza religiosa, passaram a ser, a partir do fim do século XVIII, de natureza racial. O antissemitismo moderno, que desembocou no holocausto nazista, teve suas raízes no racismo calcado em preceitos científicos – como os pressupostos da teoria da evolução das espécies de Darwin, ideologicamente deturpados.
Um dos casos mais emblemáticos de antissemitismo no século XIX foi o ocorrido em Paris, em 1894, chamado de “Caso Dreyfus”. Esse caso consistiu em um “factoide” (informação falsa) armado pelo exército francês contra o oficial de artilharia Alfred Dreyfus, de origem judaica. Dreyfus foi acusado de ser espião do exército alemão infiltrado na França. O factoide tinha como objetivo criar uma “cortina de fumaça” em torno dos segredos militares franceses. O fato de ser judeu contribuiu para que Dreyfus fosse tomado como “bode expiatório”, haja vista que a sociedade fortemente antissemita da época teria mais propensão a acreditar na traição de um judeu, e não o contrário.
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Origem do termo antissemitismo
Vale ressaltar que o termo antissemitismo foi cunhado pelo jornalista alemão Wilhelm Marr, em 1879, com o objetivo de “suavizar” ironicamente o termo alemão Judenhass, que significa “ódio aos judeus”. Foi esse jornalista que também fundou a organização “Liga dos Antissemitas”, uma das associações que criticavam explicitamente a presença dos judeus na Alemanha. A “semente” do genocídio planejado por Hitler e Himmler foi lançada nessa época.
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O Nazismo e a “solução final”
Com a ascensão do nazismo ao poder na Alemanha, em 1933, o antissemitismo tornou-se institucionalizado. Os ataques aos judeus começaram com uma intensa propaganda racista, com argumentos que ressaltavam que a degeneração social e econômica da Alemanha, em especial, e da Europa, em geral, era culpa dos judeus.
Esse tipo de ataque foi sucedido pela construção de guetos nas áreas urbanas para isolar os judeus do restante da população, formulação de leis que proibiam o casamento de judeus com não judeus e leis que proibiam a ocupação de cargos públicos por judeus. A isto sobrevieram ainda os chamados “pogroms”, destruição de lojas, casas, sinagogas e demais estabelecimentos alemães reconhecidos como judaicos.
Todo esse processo antecedeu a “solução final”, que consistia no extermínio dos próprios judeus. A solução final foi engendrada principalmente por Hitler e pelo chefe das forças especiais, SS, Heirinch Himmler. Tratava-se construção de campos de trabalho forçado e de extermínio por gás asfixiante em vários pontos da Europa, sobretudo no Leste europeu. Foi com base nessa “engenharia da morte” que seis milhões de judeus foram mortos.