No início do século XV, a civilização inca controlava de maneira hegemônica a região andina por meio de um forte Estado centralizado e a formação de um imponente exército. Conseguindo impor seus interesses sobre outros povos vizinhos, os incas chegaram a ter cerca de oito milhões de vidas subordinadas às suas leis, tradições e impostos. Contudo, o auge vivido naquela época foi rapidamente desarticulado por meio de desastres naturais, crises de abastecimento e a dominação dos espanhóis.
Em 1525, a morte do imperador Huayna Cápak estabeleceu uma disputa pela sucessão do trono inca. O conflito pelo poder entre os irmãos Atahualpa e Huaáscar empreendeu um período de crise que abalou fortemente a unidade política do império inca, que já vivia inúmeras dificuldades. Com isso, o colonizador espanhol Francisco Pizarro teve maiores facilidades para dominar o fragmentado império inca e, em 1533, assassinar o imperador Atahualpa.
A partir desse período, os espanhóis estabeleceram um violento processo de dominação marcado por inúmeros conflitos, saques e assassinatos em massa. Ao longo de quase cinco séculos, os povos indígenas foram completamente marginalizados das questões políticas que se desenvolveram no interior do ambiente colonial hispânico. Mesmo após a independência, continuaram sujeitos ao desmando das elites que controlavam as terras e os demais meios de produção.
Contudo, há poucos anos essa situação de exclusão tomou um novo rumo quando, em outubro de 2005, o presidente Evo Morales chegou ao posto máximo do governo boliviano. Assumindo o cargo de presidente, o descendente indígena convocou outros índios a assumirem importantes cargos ministeriais de seu governo. Além disso, reconheceu a diversidade das culturas de seu país ao oficializar trinta e seis diferentes línguas faladas em todo território boliviano.
De fato, essa valorização de indígenas no cenário político boliviano indica a existência de toda uma trajetória de lutas desenvolvidas ao longo de décadas. Segundo consta, desde o momento em que a Bolívia se tornou um país independente, em 1825, diversos movimentos populares e sindicatos indígenas lutavam por políticas de distribuição de terras e melhores condições de vida para os povos indígenas. No século XX, essas lutas ganharam maior expressão dentro da Bolívia.
Em 1952, o Movimento Nacionalista Revolucionário chegou ao governo da Bolívia mediante o sucesso de uma grande sublevação popular. Mesmo estando no governo por um curto período, os revolucionários defenderam o voto para mulheres e índios, a realização de uma ampla reforma agrária e a nacionalização das minas do território boliviano. Mesmo sendo abafado pelas alas conservadoras, outros movimentos campesinos e indígenas insistiram no atendimento de seus interesses.
No meio rural, os indígenas organizaram outro movimento que buscava defender os interesses dos plantadores de coca do país. A chamada Federação do Trópico de Cochabamba pretendia garantir a preservação do antigo hábito de várias etnias que mastigavam ou faziam chá com as folhas da coca. Na verdade, o consumo dessa folha simbolizava as tradições indígenas daquele povo e servia como prática vinculada às demais demandas históricas dessa mesma população.
Em 1997, a Federação conseguiu eleger seu primeiro representante no Congresso Nacional com a eleição de Evo Morales. Depois disso, esse mesmo representante indígena chegou à presidência interessado em reverter os diversos entraves que oficializavam a exclusão social e política dos indígenas. No ano de 2007, Morales elaborou uma nova constituição e alargou a inclusão dos indígenas na política boliviana. Contudo, as novas leis propostas precisam da aprovação popular por meio de um plebiscito.
Em 1525, a morte do imperador Huayna Cápak estabeleceu uma disputa pela sucessão do trono inca. O conflito pelo poder entre os irmãos Atahualpa e Huaáscar empreendeu um período de crise que abalou fortemente a unidade política do império inca, que já vivia inúmeras dificuldades. Com isso, o colonizador espanhol Francisco Pizarro teve maiores facilidades para dominar o fragmentado império inca e, em 1533, assassinar o imperador Atahualpa.
A partir desse período, os espanhóis estabeleceram um violento processo de dominação marcado por inúmeros conflitos, saques e assassinatos em massa. Ao longo de quase cinco séculos, os povos indígenas foram completamente marginalizados das questões políticas que se desenvolveram no interior do ambiente colonial hispânico. Mesmo após a independência, continuaram sujeitos ao desmando das elites que controlavam as terras e os demais meios de produção.
Contudo, há poucos anos essa situação de exclusão tomou um novo rumo quando, em outubro de 2005, o presidente Evo Morales chegou ao posto máximo do governo boliviano. Assumindo o cargo de presidente, o descendente indígena convocou outros índios a assumirem importantes cargos ministeriais de seu governo. Além disso, reconheceu a diversidade das culturas de seu país ao oficializar trinta e seis diferentes línguas faladas em todo território boliviano.
De fato, essa valorização de indígenas no cenário político boliviano indica a existência de toda uma trajetória de lutas desenvolvidas ao longo de décadas. Segundo consta, desde o momento em que a Bolívia se tornou um país independente, em 1825, diversos movimentos populares e sindicatos indígenas lutavam por políticas de distribuição de terras e melhores condições de vida para os povos indígenas. No século XX, essas lutas ganharam maior expressão dentro da Bolívia.
Em 1952, o Movimento Nacionalista Revolucionário chegou ao governo da Bolívia mediante o sucesso de uma grande sublevação popular. Mesmo estando no governo por um curto período, os revolucionários defenderam o voto para mulheres e índios, a realização de uma ampla reforma agrária e a nacionalização das minas do território boliviano. Mesmo sendo abafado pelas alas conservadoras, outros movimentos campesinos e indígenas insistiram no atendimento de seus interesses.
No meio rural, os indígenas organizaram outro movimento que buscava defender os interesses dos plantadores de coca do país. A chamada Federação do Trópico de Cochabamba pretendia garantir a preservação do antigo hábito de várias etnias que mastigavam ou faziam chá com as folhas da coca. Na verdade, o consumo dessa folha simbolizava as tradições indígenas daquele povo e servia como prática vinculada às demais demandas históricas dessa mesma população.
Em 1997, a Federação conseguiu eleger seu primeiro representante no Congresso Nacional com a eleição de Evo Morales. Depois disso, esse mesmo representante indígena chegou à presidência interessado em reverter os diversos entraves que oficializavam a exclusão social e política dos indígenas. No ano de 2007, Morales elaborou uma nova constituição e alargou a inclusão dos indígenas na política boliviana. Contudo, as novas leis propostas precisam da aprovação popular por meio de um plebiscito.
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