Nos primeiros anos da vida escolar, as crianças criam um forte vínculo com as professoras que as orientam durante as aulas e atividades desenvolvidas em classe. Segundo alguns especialistas, algumas crianças promovem um tipo de extensão da figura materna naquela professora que muitas vezes ganha o informal título de “tia”. Alguns vêem nisso uma demonstração de proximidade, outros salientam nesse costume um sério desvirtuamento da função formadora que o profissional da educação possui.
Contudo, entre tantas divergências, poucos sabem que o uso da expressão “tia” é dotado de uma significação que remonta a formação das instituições de ensino do século XIX. Segundo consta, a popularização dessa expressão aconteceu no período em que as primeiras séries pré-escolares foram finalmente criadas. Essa modalidade de ensino infantil se ampliou no Brasil a partir de 1895, quando escolas públicas de São Paulo começaram a disponibilizar este tipo de serviço.
No início do período republicano, a predominância da figura feminina para esse tipo de trabalho também contribuiu enormemente para que as “tias” ficassem tão associadas aos primeiros anos escolares. Deve-se levar em conta que o próprio governo fez questão de abrir várias escolas de magistério para ampliar a quantidade de pessoas preparadas para tal função. No caso das mulheres, a carreira profissional na educação poderia ser uma alternativa melhor se comparada a outros trabalhos menos valorizados.
Recentes pesquisas foram capazes de descobrir quem foi a primeira “tia” a trabalhar na função educativa no Brasil. Deslocando-nos até o século XVI, visualizamos uma rígida ordenação dos papéis sociais a serem previamente desempenhados por cada um dos sexos. Enquanto os homens mais bem sucedidos deveriam dominar a escrita e a leitura, as mulheres se preparavam para o matrimônio aprendendo diferentes habilidades de caráter doméstico.
Nesse contexto, a cristã-nova Branca Dias foi a primeira mulher a abrir uma “casa de prendas domésticas” na cidade de Olinda, Pernambuco. Antes de inaugurar essa escola para meninas, tal personagem histórica sofreu com a perseguição religiosa contra os judeus na Europa. Depois de confessar seus delitos, foi liberada pelo Tribunal da Santa Inquisição e passou a viver no Brasil com seu marido Diogo Fernandes, senhor de engenho em Pernambuco, em meados de 1551.
Com a morte de seu esposo e o pouco retorno alcançado com as atividades no engenho, Branca Dias resolveu abrir na Rua Palhares a casa onde ensinou suas habilidades às meninas que viviam naquele mesmo núcleo urbano. Mesmo desempenhando tal função, foi novamente acusada pela Inquisição quando já havia morrido, por volta de 1558. Dessa vez, talvez denunciada por alguma de suas ex-alunas, Branca sofreu um processo póstumo em que era acusada da prática de judaísmo.
Contudo, entre tantas divergências, poucos sabem que o uso da expressão “tia” é dotado de uma significação que remonta a formação das instituições de ensino do século XIX. Segundo consta, a popularização dessa expressão aconteceu no período em que as primeiras séries pré-escolares foram finalmente criadas. Essa modalidade de ensino infantil se ampliou no Brasil a partir de 1895, quando escolas públicas de São Paulo começaram a disponibilizar este tipo de serviço.
No início do período republicano, a predominância da figura feminina para esse tipo de trabalho também contribuiu enormemente para que as “tias” ficassem tão associadas aos primeiros anos escolares. Deve-se levar em conta que o próprio governo fez questão de abrir várias escolas de magistério para ampliar a quantidade de pessoas preparadas para tal função. No caso das mulheres, a carreira profissional na educação poderia ser uma alternativa melhor se comparada a outros trabalhos menos valorizados.
Recentes pesquisas foram capazes de descobrir quem foi a primeira “tia” a trabalhar na função educativa no Brasil. Deslocando-nos até o século XVI, visualizamos uma rígida ordenação dos papéis sociais a serem previamente desempenhados por cada um dos sexos. Enquanto os homens mais bem sucedidos deveriam dominar a escrita e a leitura, as mulheres se preparavam para o matrimônio aprendendo diferentes habilidades de caráter doméstico.
Nesse contexto, a cristã-nova Branca Dias foi a primeira mulher a abrir uma “casa de prendas domésticas” na cidade de Olinda, Pernambuco. Antes de inaugurar essa escola para meninas, tal personagem histórica sofreu com a perseguição religiosa contra os judeus na Europa. Depois de confessar seus delitos, foi liberada pelo Tribunal da Santa Inquisição e passou a viver no Brasil com seu marido Diogo Fernandes, senhor de engenho em Pernambuco, em meados de 1551.
Com a morte de seu esposo e o pouco retorno alcançado com as atividades no engenho, Branca Dias resolveu abrir na Rua Palhares a casa onde ensinou suas habilidades às meninas que viviam naquele mesmo núcleo urbano. Mesmo desempenhando tal função, foi novamente acusada pela Inquisição quando já havia morrido, por volta de 1558. Dessa vez, talvez denunciada por alguma de suas ex-alunas, Branca sofreu um processo póstumo em que era acusada da prática de judaísmo.