Revolta de Vila Rica

A Revolta de Vila Rica ocorreu em 1720 e constituiu um dos eventos que caracterizam as insurgências contra a Coroa Portuguesa durante o Brasil Colonial.

Acima, vista de uma parte da cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, antiga Vila Rica do Ouro Preto

Com a descoberta das minas de ouro e de pedras preciosas na Capitania de Minas Gerais por meio das expedições de bandeirantes paulistas nos séculos XVII e XVIII, a Coroa Portuguesa houve por bem desenvolver sistemas de controle da extração mineradora. A relação entre os colonos, nativos, estrangeiros e as autoridades encarregadas da fiscalização do que era produzido nas vilas e cidadelas mineiras acabou por culminar em uma série de tensões. A Revolta de Vila Rica, ocorrida em 1720, constituiu um dos episódios dessas tensões.

A Revolta de Vila Rica, também conhecida como Revolta de Felipe dos Santos, nome que faz referência a um tropeiro que dela foi partícipe, transcorreu entre os meses de junho e julho de 1720, tendo como motivo central a cobrança do quinto, isto é, a porcentagem reivindicada pela Coroa sobre o ouro que era extraído em Vila Rica (hoje, a atual cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais). Os interesses da Coroa portuguesa eram representados, à época, pelo Governador e Capitão-Mor Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos.

O sistema de cobrança da administração régia passou a ser mais eficiente e invasivo com a criação das Casas de Fundição e Moeda, que tinham por função, como o próprio nome indica, fundir o ouro extraído a fim de contabilizar a parte destinada a Portugal a partir das barras de ouro. Esse sistema acabou por provocar a ira de mineiros, tropeiros e demais envolvidos na economia mineradora, que se amotinaram e chegaram a invadir casas de representantes do governo português e a redigir um documento acusando os membros da administração das Casas de Fundição de corruptos e exigindo o fechamento delas.

O então governador Pedro de Almeida Vasconcelos traçou uma estratégia para dissuadir a revolta. Inicialmente, fingiu concordar com os amotinados, dizendo estar disposto a negociar as exigências que eram feitas. Entretanto, o governador apenas ganhava tempo ao refrear os ânimos dos revoltosos. Em junho de 1720, Pedro de Almeida Vasconcelos reuniu cerca de 1.500 membros da Companhia dos Dragões (espécie de tropa de elite régia) com a finalidade de reprimir a Revolta de Vila Rica.

Em poucos dias, os envolvidos na revolta foram massacrados e seus núcleos de organização desfeitos. O tropeiro Felipe dos Santos, considerado um dos líderes da revolta, recebeu a morte pela forca e seu corpo foi esquartejado posteriormente.





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Por: Cláudio Fernandes

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