Quilombo dos Palmares

O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo que existiu na história brasileira. Era formado por escravos que fugiam dos engenhos de Pernambuco e foi destruído em 1694.

Zumbi dos Palmares foi o último líder do Quilombo dos Palmares. Foi morto em 1695, em uma emboscada dos portugueses. [1]

O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo que existiu na história brasileira, abrigando escravos que fugiam da escravidão, índios e até mesmo portugueses livres. Seus habitantes produziam tudo o que precisavam e mantinham laços comerciais com colonos das redondezas. O quilombo foi construído na região da Serra da Barriga, atual estado de Alagoas.

Esse quilombo foi, provavelmente, formado por escravos que fugiam dos engenhos de Pernambuco e chegou a possuir cerca de 20 mil habitantes. Surgiu no final do século XVI e foi destruído em 1694, por uma expedição portuguesa. Um dos grandes símbolos desse quilombo foi Zumbi dos Palmares, seu último líder.

Leia também: O Brasil poderia ter acabado com a escravidão antes de 1888?

Resumo sobre Quilombo dos Palmares

  • O Quilombo dos Palmares é conhecido como o maior quilombo da história brasileira.

  • Surgiu no final do século XVI na região da Serra da Barriga, atual estado de Alagoas.

  • Foi formado por escravos que fugiam dos engenhos pernambucanos.

  • Produzia tudo o que necessitava e mantinha relações comerciais com os colonos das redondezas.

  • Seu último líder foi Zumbi dos Palmares.

  • O quilombo foi destruído pelos portugueses em 1694.

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O que foi o Quilombo dos Palmares?

O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo que existiu no Brasil. Os quilombos eram comunidades formadas por africanos e seus descendentes que fugiam da escravidão durante o período colonial.

As fugas levavam esses escravos a procurarem refúgio em regiões interioranas, onde construíam essas aldeias para reconstruírem suas vidas em liberdade e resistirem à escravidão.

O Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, no atual estado de Alagoas, chegou a possuir uma população de cerca de 20 mil habitantes. A repressão das autoridades coloniais levou esse quilombo à destruição em 1694.

Surgimento do Quilombo dos Palmares

Não sabemos precisamente quando esse quilombo teria surgido, mas sabemos que se originou ao final do século XVI, porque a primeira menção realizada sobre Palmares remonta ao ano de 1597. Os historiadores, no entanto, desconfiam que Palmares já existia antes dessa data.

Acredita-se que os africanos escravizados que teriam fundado o quilombo escolheram a Serra da Barriga por conta de seu difícil acesso, por ser uma região serrana e de florestas densas. Esses escravos provavelmente eram fugidos dos engenhos de Pernambuco (na época, a região da Serra da Barriga pertencia a Pernambuco).

Além disso, a Serra da Barriga dava recursos em grande quantidade para garantir a sobrevivência dos que se estabeleciam ali. Isso atraiu centenas que logo se transformaram em milhares de africanos escravizados, e dezenas de mocambos começaram a ser criados. Acredita-se que o nome “Palmares” tem relação com a grande quantidade de palmeiras presentes na região.

Veja também: Fugas de escravos no Brasil Colônia

Como era a vida no Quilombo dos Palmares?

Sobreviver em um quilombo durante o período colonial era uma realidade muito difícil, porque os africanos, indígenas e portugueses livres que viviam no local precisavam estar constantemente em alerta, já que os portugueses frequentemente enviavam expedições militares que tinham o intuito de destruir os quilombos e reescravizar os que ali habitavam.

Assim, a segurança era algo muito importante para o quilombo. Além da região que garantia segurança extra, os palmaristas também tomavam ações para manter a vigilância do território. Os habitantes construíam cercas para proteger seus mocambos, torres de observação e espalhavam armadilhas ao redor dos mocambos.

Palmares era a junção de uma série de mocambos, pequenos assentamentos de escravos, que surgiu na Serra da Barriga. Entre esses mocambos estão Andalaquituche, Subupira, Aqualtune, Osenga, Cucaú, Macaco, entre outros. O principal mocambo palmarista era o mocambo Macaco, que centralizava a administração de Palmares e chegou a ter cerca de 6 mil habitantes.

Os caminhos que levavam os palmaristas aos mocambos que formavam Palmares eram de conhecimento exclusivo dos quilombolas. Essa era mais uma forma de garantir a segurança dos palmaristas. No que se refere à administração, podemos dizer que Palmares organizava-se de maneira autônoma, de forma semelhante à estrutura de reinos existentes na África.

Os palmaristas produziam todo o alimento de que necessitavam para sobreviver, além de criarem animais e extraírem frutos, raízes e plantas da natureza. O excedente do que era produzido ou extraído era comerciado com colonos que habitavam as proximidades de Palmares. O quilombo era governado por um chefe que cumpria papel de liderança política, militar e religiosa.

Líderes do Quilombo dos Palmares

Os estudos historiográficos apontam para três possíveis lideranças de Palmares, cada qual em um período de tempo específico. Uma dessas lideranças teria sido Aqualtune, mãe de Ganga Zumba, também um líder de Palmares, exercendo a função provavelmente entre os anos de 1645 e 1678. Por fim, uma terceira liderança foi Zumbi, líder de Palmares de 1678 a 1695.

Destruição do Quilombo de Palmares

Palmares resistiu ao assédio colonial por mais de um século e durante esse período teve de lutar arduamente para manter-se livre. Desde o começo do século XVII, mobilizaram-se as primeiras expedições para destruir Palmares. Em 1602, por exemplo, foi organizada uma expedição sob a liderança de Bartolomeu Bezerra, que conseguiu destruir alguns mocambos e recapturar escravos fugitivos.

Os palmaristas acabaram sendo muito beneficiados com a invasão holandesa no Nordeste, porque a disputa entre holandeses e portugueses desorganizou a economia açucareira, fez com que muitos engenhos fossem esvaziados e incentivou escravos a fugirem para aderir ao Quilombo dos Palmares.

Todos os problemas relativos à administração de Pernambuco, como as iniciativas para recuperar a economia local e a guerra, fizeram com que os holandeses só organizassem uma expedição contra Palmares em 1644, sendo que Pernambuco havia sido invadido pelos holandeses em 1630. Ainda assim, Palmares resistiu e sobreviveu.

Em 1654, os holandeses foram expulsos do Nordeste, e os portugueses retomaram o controle da região decididos a colocar fim à existência de Palmares. Inúmeras expedições foram realizadas, e a resistência palmarista seguiu firme, garantindo a sobrevivência do quilombo. A firme resistência de Palmares levou os portugueses a realizarem uma negociação para garantir a paz.

O governador de Pernambuco, D. Pedro de Almeida, ofereceu para Ganga Zumba, líder de Palmares em 1678, um acordo de paz. Os portugueses exigiram que os palmaristas:

  • abandonassem as terras em que eles viviam e se instalassem em locais que seriam indicados pelas autoridades coloniais;

  • rejeitassem escravos fugidos;

  • reconhecessem a autoridade da Coroa portuguesa;

  • entregassem todos os escravos não nascidos em Palmares para que eles fossem reconduzidos à escravidão.

Ganga Zumba aceitou a proposta, porque entendia que manter a paz com Portugal seria benéfico ao quilombo a longo prazo. Entretanto, a proposta dividiu o quilombo, porque forçava que os palmaristas não nascidos lá retornassem para a escravidão. A liderança de Ganga Zumba ficou abalada, e ele foi assassinado em condições misteriosas.

O novo líder que assumiu, Zumbi dos Palmares, recusou-se a aceitar o acordo de paz, e a guerra contra os portugueses foi retomada e se estendeu ainda durante alguns anos. A resistência palmarista sustentou o quilombo até o ano de 1694. Em 1694, foi destruído pela expedição do bandeirante Domingos Jorge Velho.

Com a destruição do quilombo, Zumbi fugiu e foi morto pelos portugueses em uma emboscada realizada em 20 de novembro de 1695. Os portugueses permaneceram na região durante muitas décadas como forma de impedir a reconstrução do Quilombo dos Palmares. A luta de Palmares fez desse quilombo um símbolo de resistência dos africanos contra a escravidão no Brasil.

Crédito de imagem

[1] Joa Souza / Shutterstock

Por: Daniel Neves Silva

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