Usualmente, livros didáticos, reconstituições históricas, meios de comunicação costumam ressaltar uma imagem heróica dos bandeirantes paulistas que desbravaram os sertões brasileiros. Essa visão, perpetuada ao longo do tempo, vem sendo combatida por novas pesquisas historiográficas interessadas em desfazer essa perspectiva heróica que colocaram esse personagem histórico como um ícone positivo do nosso passado.
O primeiro ponto a ser questionado sobre o bandeirantismo gira em torno da idéia de que os mesmos empreendiam a livre busca de metais preciosos. Novos estudos indicam que o apresamento indígena foi a principal atividade dos bandeirantes, tendo em vista o desenvolvimento econômico da região paulista que passou a comercializar trigo e outras mercadorias com os centros urbanos próximos.
No entanto, a questão do uso da mão-de-obra indígena encobria uma verdadeira matança que, segundo documentação do século XVII, costumavam irromper a casa dos milhares. A escravidão, as péssimas condições de vida, a fome e as doenças acabavam transformando os índios em vítimas das duras imposições dos bandeirantes e proprietários de terra que usufruíam indiscriminadamente dessa força de trabalho.
Na medida em que os índios morriam pela mão dos colonizadores, o apresamento ganhava força maior para que fosse possível repor as perdas sofridas com a morte dos escravos. Dessa maneira, a escravidão indígena se tornou uma atividade corriqueira incentivada pela regularidade de seus mercados consumidores e os baixos preços investidos na obtenção desse tipo de escravo.
Apesar dos jesuítas fazerem frente à prática instituída pelos grandes proprietários da região paulista, as brechas na legislação da época permitiam que a utilização dos índios fosse preservada. Geralmente, alegando a chamada “guerra justa” contra os nativos “mais selvagens” ou usando a prospecção aurífera como desculpa, os bandeirantes conseguiam lucrar com a venda dos indígenas aprisionados.
Essas novas pesquisas históricas, ao contrário do que parece, não visam simplesmente desmistificar e criminalizar a figura dos bandeirantes. Antes disso, permite um novo olhar sobre as comunidades indígenas que tiveram que rearticular seu modo de vida frente ao processo predatório imposto pela colonização. A velha condição passiva e secundária normalmente atrelada à figura do índio perde lugar para as lutas e formas de sobrevivência dessas populações.
Entre outros episódios, os estudos históricos voltados à situação dos índios no período colonial trazem à tona a intensidade dos conflitos, a formação de novas comunidades e a resistência dos índios, principalmente dos guaianás, garulhos e guaranis. Paralelamente, o esforço político dos jesuítas também é destacado na decadência do uso da mão-de-obra indígena, quando os mesmos tinham interesse em controlá-los com o objetivo de garantir a expansão do cristianismo no ambiente colonial.
Com a redução da mão-de-obra indígena disponível, observamos que a economia paulista substitui a produção agrícola pela criação de gado, que exigia um contingente bem menor de escravos. Além disso, a descoberta de metais preciosos nas regiões de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás acabaram desarticulando o grande mercado gerado em torno do uso de índios como escravos. Dessa maneira, perdemos a visão heróica do bandeirante e reconhecemos um outro lugar a ser reservado ao índio em nossa história.
O primeiro ponto a ser questionado sobre o bandeirantismo gira em torno da idéia de que os mesmos empreendiam a livre busca de metais preciosos. Novos estudos indicam que o apresamento indígena foi a principal atividade dos bandeirantes, tendo em vista o desenvolvimento econômico da região paulista que passou a comercializar trigo e outras mercadorias com os centros urbanos próximos.
No entanto, a questão do uso da mão-de-obra indígena encobria uma verdadeira matança que, segundo documentação do século XVII, costumavam irromper a casa dos milhares. A escravidão, as péssimas condições de vida, a fome e as doenças acabavam transformando os índios em vítimas das duras imposições dos bandeirantes e proprietários de terra que usufruíam indiscriminadamente dessa força de trabalho.
Na medida em que os índios morriam pela mão dos colonizadores, o apresamento ganhava força maior para que fosse possível repor as perdas sofridas com a morte dos escravos. Dessa maneira, a escravidão indígena se tornou uma atividade corriqueira incentivada pela regularidade de seus mercados consumidores e os baixos preços investidos na obtenção desse tipo de escravo.
Apesar dos jesuítas fazerem frente à prática instituída pelos grandes proprietários da região paulista, as brechas na legislação da época permitiam que a utilização dos índios fosse preservada. Geralmente, alegando a chamada “guerra justa” contra os nativos “mais selvagens” ou usando a prospecção aurífera como desculpa, os bandeirantes conseguiam lucrar com a venda dos indígenas aprisionados.
Essas novas pesquisas históricas, ao contrário do que parece, não visam simplesmente desmistificar e criminalizar a figura dos bandeirantes. Antes disso, permite um novo olhar sobre as comunidades indígenas que tiveram que rearticular seu modo de vida frente ao processo predatório imposto pela colonização. A velha condição passiva e secundária normalmente atrelada à figura do índio perde lugar para as lutas e formas de sobrevivência dessas populações.
Entre outros episódios, os estudos históricos voltados à situação dos índios no período colonial trazem à tona a intensidade dos conflitos, a formação de novas comunidades e a resistência dos índios, principalmente dos guaianás, garulhos e guaranis. Paralelamente, o esforço político dos jesuítas também é destacado na decadência do uso da mão-de-obra indígena, quando os mesmos tinham interesse em controlá-los com o objetivo de garantir a expansão do cristianismo no ambiente colonial.
Com a redução da mão-de-obra indígena disponível, observamos que a economia paulista substitui a produção agrícola pela criação de gado, que exigia um contingente bem menor de escravos. Além disso, a descoberta de metais preciosos nas regiões de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás acabaram desarticulando o grande mercado gerado em torno do uso de índios como escravos. Dessa maneira, perdemos a visão heróica do bandeirante e reconhecemos um outro lugar a ser reservado ao índio em nossa história.
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