Os povos indígenas, no momento do descobrimento, em 1500, formavam um contingente de aproximadamente 5 milhões pessoas. Atualmente, essa população foi reduzida para 358 mil indígenas. A razão desse decréscimo foi o processo histórico brasileiro permeado por violência e extermínio dos povos nativos.
Poucas pessoas sabem quantos povos indígenas existem hoje no Brasil, mas são cerca de 200 sociedades indígenas diferentes, falando mais de 170 línguas e dialetos. De norte a sul do Brasil, existem povos indígenas e aldeias. Cada um dos povos indígenas possui diferenças entre si, nas tradições culturais (cultos, danças), nos conhecimentos (medicinais), na arte, nas concepções de origem da vida e nos modos de ver o mundo e a natureza. Muitos povos indígenas entraram em contato com os brancos (não índios) há muito tempo, entretanto, ao contrário do que muitas pessoas pensam, eles não deixaram de ser índios por esse motivo.
Atualmente, é comum vermos índios nas cidades, usando roupas, carros, celulares, relógios e falando o português, mas eles continuam sendo índios, pois as culturas indígenas são bem antigas, entretanto não são paradas no tempo, ou seja, toda cultura se modifica, se transforma em relação aos acontecimentos e eventos – não existe uma cultura pura, sem modificações e trocas culturais.
Uma questão importante de salientarmos é que os indígenas não fazem parte somente do passado brasileiro, mas estão aqui no nosso tempo presente e também irão fazer parte do nosso futuro.
Durante o processo histórico brasileiro desde os descobrimentos em 1500 até a atualidade, os povos indígenas sofreram e ainda sofrem um processo de conquista e dizimação física (genocídio) e de violência cultural (etnocídio). Mesmo assim, influenciaram na formação da sociedade brasileira, nos deixando um legado cultural, desde seu vocabulário (que influenciou no português brasileiro), até as técnicas de cultivo, pesca e medicina alternativa.