Governo de Afonso Pena (1906-1909)

Foto oficial do presidente Afonso Pena

Mineiro de Santa Bárbara, Minas Gerais, Afonso Pena exerceu o cargo de presidente da República entre 15 de novembro de 1906 e 14 de junho de 1909, quando faleceu antes de finalizar seu mandato. O principal fato de seu governo foi a política de valorização do café, representada pelo Convênio de Taubaté, realizado em 1906, instrumento através do qual o Estado iria garantir o preço do produto através de sua aquisição, controlando a colocação do café no mercado.

Afonso Pena teve uma extensa carreira política. Como a imensa maioria dos políticos formados durante a monarquia foi bacharel em direito, formando-se na Faculdade de Direito de São Paulo, Afonso teve contato com Rodrigues Alves, Rui Barbosa e Castro Alves. Foi eleito para vários mandatos para a Câmara dos Deputados do Parlamento do Segundo Império, pelo Partido Liberal, exercendo ainda diversos cargos em ministérios, como o de Ministro da Justiça, em 1874.

Afonso Pena se aproximou do Partido Republicano Mineiro a partir da década de 1890, quando atuou na Assembleia Constituinte mineira. Teve destacado papel na transferência da capital de Minas Gerais para Curral del-Rei, onde, a partir de 1894, seria construída a cidade de Belo Horizonte.

Sua eleição para a presidência se deu no contexto da política do café com leite, quando os membros do Partido Republicano Paulista e Partido Republicano Mineiro se alternavam nas indicações para as eleições da presidência da República. Além do Convênio de Taubaté, é de se destacar também o fato de ter ocorrido durante seu governo a participação do Brasil, em 1907, na segunda Conferência de Paz, em Haia, nos Países Baixos. O representante brasileiro foi o renomado advogado e orador Rui Barbosa. Foi criado em seu mandato o Serviço de Proteção ao Índio, entregue à direção do Marechal Cândido Rondon.


Teatro João Caetano, durante a Exposição Nacional do Rio de Janeiro, em 1908

Em 1908, ano de comemoração do centenário da Abertura dos Portos, ocorrida quando da chegada de D. João VI ao Brasil, a capital Rio de Janeiro sediou uma Exposição Nacional, atraindo cerca de um milhão de visitantes.

Na área econômica criou o Serviço Geológico e Mineralógico para estudar e melhor aproveitar o potencial das reservas minerais do Brasil. Apesar de seu interesse no incentivo à industrialização do país, seus compromissos com a economia cafeeira o impediram de levar à frente essas iniciativas. Entretanto, fomentou o desenvolvimento de alguns meios de transporte no Sudeste brasileiro, nomeadamente a construção de ferrovias. 

Em 14 de junho de 1909, após uma enfermidade, Afonso Pena faleceu no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, dando lugar na presidência a Nilo Peçanha.

Por: Tales Pinto

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