O ano de 1500, há pouco tempo, deixou de ser o emblema que marca o encontro entre os povos nativos do Brasil e as embarcações portuguesas comandadas por Pedro Álvares Cabral. O poético registro oficial de Pero Vaz de Caminha é alvo de inúmeras revisões que buscam reconstruir os passos da expansão marítima portuguesa. Atualmente, por exemplo, um acalorado debate entre historiadores defendem a chegada portuguesa em outras regiões do Rio Grande do Norte e do Recife.
No entanto, a maior das polêmicas que envolvem o descobrimento ainda está relacionada às possíveis datas em que os europeus teriam descoberto as terras do Atlântico Sul. Algumas pesquisas empreendidas pelo almirante Max Guedes indicam a existência de relatos em que navegadores espanhóis, como Vicente Yañez Pinzón e Diego de Lepe, teriam alcançado regiões costeiras do Amapá e do Ceará, por volta de 1499.
Outras pesquisas ainda desconfiam que não tenha sido obra dos reinos ibéricos a pioneira exploração da costa brasileira. Em um conjunto de documentos do século XVIII existem indícios que atribuem ao francês Jean Coustin uma primeira viagem ao Brasil, no ano de 1492. No entanto, o silêncio dos portugueses em relação às suas atividades marítimas instiga as mais interessantes questões históricas relacionadas ao tema. Teria os lusitanos, já naquela época, preocupação em resguardar suas preciosas descobertas?
Uma interessante polêmica questiona os relatos das viagens portuguesas entre 1488 e 1497. Nesse período, iniciado pela travessia do Cabo da Boa Esperança, não existem relatos oficiais que dessem conta de outras expedições ao redor da Costa Africana. No entanto, historiadores lusitanos descobriram nesse “período inerte” a existência de fontes que documentam o comércio de estabelecimentos que supostamente abasteciam embarcações para viagem.
O segredo se justificava pela real presença de espiões que poderiam descobrir o surgimento de uma rota que ligasse a Europa às especiarias indianas por meio da circunavegação da África. Afina de contas, a criação desse novo caminho era sinônimo de prosperidade, riqueza e aventura para muitas das monarquias européias. Apesar de o caminho ser posteriormente descoberto por Portugal, existia uma grande dificuldade em superar os ventos e correntes que impediam o prosseguimento da viagem.
Segundo alguns historiadores, os navegadores de Portugal criaram uma rota onde conseguiam superar as dificuldades de navegação por meio de uma primeira viagem ao oeste da África. Nessa trajetória, se aproximaram a um ponto da região de Pernambuco, de onde prosseguiriam com direção ao Cabo da Boa Esperança. É muito difícil acreditar que, durante o desvio da rota, os portugueses não puderam enxergar a existência de novas terras.
Além da concorrência, os lusitanos ainda tinham que guardar segredo para que não entrasse em conflito com as autoridades católicas. Antes da negociação que deu origem ao Tratado de Tordesilhas (1494), a Igreja não permitia que nenhum Estado pudesse ocupar novos territórios. Mediante o problema – de acordo com o historiador José Carlos Borges – Portugal teria deixado um “filho da pátria” no litoral paulista, um desconhecido bacharel de Cananéia.
Por fim, a grande incógnita que marca essa verdadeira “guerra de informações” esteve ligada à assinatura do Tratado de Tordesilhas. Por que, sem nenhuma causa aparente, os portugueses teriam insistido na revisão da Bula Intercoetera, estendendo em mais 270 léguas os domínios a serem explorados pelo país? A possível resposta estaria com um dos envolvidos na negociação do novo tratado: Duarte Pacheco Pereira.
Em um de seus relatos pessoais, Duarte afirma ter sido enviado pela Coroa Portuguesa, em 1488, em uma missão marítima que teria encontrado uma “grande terra firme” repleta de “ilhas adjacentes” na porção mais ocidental do Atlântico. Dessa maneira, os portugueses só revelariam o segredo quando tivessem respaldo de um acordo sacramentado que assegurasse a nova descoberta. Talvez por isso, os relatos de Pero Vaz de Caminha tivessem sido acobertados até o final do século XVIII. Todos esses segredos seriam exigências de um mercantilismo que já parecia bastante “selvagem”.
No entanto, a maior das polêmicas que envolvem o descobrimento ainda está relacionada às possíveis datas em que os europeus teriam descoberto as terras do Atlântico Sul. Algumas pesquisas empreendidas pelo almirante Max Guedes indicam a existência de relatos em que navegadores espanhóis, como Vicente Yañez Pinzón e Diego de Lepe, teriam alcançado regiões costeiras do Amapá e do Ceará, por volta de 1499.
Outras pesquisas ainda desconfiam que não tenha sido obra dos reinos ibéricos a pioneira exploração da costa brasileira. Em um conjunto de documentos do século XVIII existem indícios que atribuem ao francês Jean Coustin uma primeira viagem ao Brasil, no ano de 1492. No entanto, o silêncio dos portugueses em relação às suas atividades marítimas instiga as mais interessantes questões históricas relacionadas ao tema. Teria os lusitanos, já naquela época, preocupação em resguardar suas preciosas descobertas?
Uma interessante polêmica questiona os relatos das viagens portuguesas entre 1488 e 1497. Nesse período, iniciado pela travessia do Cabo da Boa Esperança, não existem relatos oficiais que dessem conta de outras expedições ao redor da Costa Africana. No entanto, historiadores lusitanos descobriram nesse “período inerte” a existência de fontes que documentam o comércio de estabelecimentos que supostamente abasteciam embarcações para viagem.
O segredo se justificava pela real presença de espiões que poderiam descobrir o surgimento de uma rota que ligasse a Europa às especiarias indianas por meio da circunavegação da África. Afina de contas, a criação desse novo caminho era sinônimo de prosperidade, riqueza e aventura para muitas das monarquias européias. Apesar de o caminho ser posteriormente descoberto por Portugal, existia uma grande dificuldade em superar os ventos e correntes que impediam o prosseguimento da viagem.
Segundo alguns historiadores, os navegadores de Portugal criaram uma rota onde conseguiam superar as dificuldades de navegação por meio de uma primeira viagem ao oeste da África. Nessa trajetória, se aproximaram a um ponto da região de Pernambuco, de onde prosseguiriam com direção ao Cabo da Boa Esperança. É muito difícil acreditar que, durante o desvio da rota, os portugueses não puderam enxergar a existência de novas terras.
Além da concorrência, os lusitanos ainda tinham que guardar segredo para que não entrasse em conflito com as autoridades católicas. Antes da negociação que deu origem ao Tratado de Tordesilhas (1494), a Igreja não permitia que nenhum Estado pudesse ocupar novos territórios. Mediante o problema – de acordo com o historiador José Carlos Borges – Portugal teria deixado um “filho da pátria” no litoral paulista, um desconhecido bacharel de Cananéia.
Por fim, a grande incógnita que marca essa verdadeira “guerra de informações” esteve ligada à assinatura do Tratado de Tordesilhas. Por que, sem nenhuma causa aparente, os portugueses teriam insistido na revisão da Bula Intercoetera, estendendo em mais 270 léguas os domínios a serem explorados pelo país? A possível resposta estaria com um dos envolvidos na negociação do novo tratado: Duarte Pacheco Pereira.
Em um de seus relatos pessoais, Duarte afirma ter sido enviado pela Coroa Portuguesa, em 1488, em uma missão marítima que teria encontrado uma “grande terra firme” repleta de “ilhas adjacentes” na porção mais ocidental do Atlântico. Dessa maneira, os portugueses só revelariam o segredo quando tivessem respaldo de um acordo sacramentado que assegurasse a nova descoberta. Talvez por isso, os relatos de Pero Vaz de Caminha tivessem sido acobertados até o final do século XVIII. Todos esses segredos seriam exigências de um mercantilismo que já parecia bastante “selvagem”.
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