Brasil Colônia é um período da história do Brasil, também chamado de Período Colonial, quando o Brasil era uma colônia de Portugal. Iniciou-se em 1500 e foi até 1822.
Brasil Colônia foi um período da história brasileira que durou 322 anos, o maior da nossa história. Ele se iniciou oficialmente em 22 de abril de 1500, quando a expedição de Cabral chegou ao Brasil, e se encerrou em 7 de setembro de 1822, quando o Brasil se tornou um país independente.
Nas três primeiras décadas após a chegada de Cabral, o Brasil foi visitado apenas por comerciantes de pau-brasil e exploradores. A partir de 1530, Portugal passou a colonizar o Brasil, enviando colonos, recursos e criando instituições administrativas em sua colônia.
Durante o Brasil Colônia, diversas atividades econômicas foram desenvolvidas, entre as principais estavam a produção de açúcar, a pecuária, a mineração e o extrativismo vegetal, sobretudo na Amazônia. Portugal possuía o monopólio comercial sobre sua colônia e os brasileiros pagavam diversos impostos à metrópole.
No século XVIII, eclodiram os primeiros movimentos emancipacionistas no Brasil, e, em 1822, o nosso país se tornou independente de Portugal, encerrando o Brasil Colônia.
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Resumo sobre Brasil Colônia
- Brasil Colônia é o período da história brasileira quando o nosso país era uma colônia de Portugal.
- No início do período, alguns degredados, desertores e náufragos se estabeleceram no Brasil.
- O comércio pau-brasil via escambo com os indígenas foi a primeira atividade econômica no nosso país.
- Tentando povoar e defender a colônia brasileira, a Coroa portuguesa criou as capitanias hereditárias.
- Após o fracasso da maior parte das capitanias, o governo português criou o governo-geral, cujo objetivo era centralizar o processo de colonização.
- O açúcar passou a ser produzido no Brasil na década 1530 e se tornou a principal atividade econômica da colônia.
- As primeiras grandes minas de ouro do Brasil foram descobertas no final do século XVII, em Minas Gerais.
- A primeira capital do Brasil foi Salvador; ainda no Brasil Colônia, a capital foi transferida para o Rio de Janeiro.
- Com a chegada da família real ao Brasil, o nosso país deixou de ser, na prática, uma colônia de Portugal.
- Após a Revolução do Porto e a tentativa da Corte portuguesa de recolonizar o Brasil, o movimento pela independência ganhou força.
- A conquista da independência, em 1822, levou ao fim Período Colonial do Brasil.
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Contexto histórico do Brasil Colônia
Em 1453, os turcos, liderados pelo sultão Maomé II, conquistaram a cidade de Constantinopla, hoje Istambul, capital da Turquia. A conquista turca fechou as rotas comerciais que conectavam o Oriente à Europa, e as especiarias ficaram mais caras nas cidades do norte da Itália, como Veneza, Florença e Milão, suas maiores comerciantes na Europa.
Os preços também aumentaram nos países ibéricos, o que levou os monarcas de Portugal e Espanha a iniciarem uma verdadeira corrida pelas especiarias das índias. Vale lembrar que o mercantilismo era a prática econômica adotada pelos países europeus no período, e que eles buscavam o acúmulo de metais como ouro e prata por meio de uma balança comercial favorável e do estímulo às manufaturas.
Oficialmente os primeiros europeus chegaram ao Brasil em 22 de abril de 1500, na expedição de Pedro Alvarez Cabral. Segundo a carta de Pero Vaz de Caminha, depois de passar uma semana na costa brasileira, a expedição zarpou rumo à Índia. Ficaram no Brasil os degredados e dois desertores da expedição.
Ainda no início do Brasil Colônia, ocorria na Europa a Reforma Protestante e a Contrarreforma Católica. O monge católico Martinho Lutero iniciou a reforma em 1517, quando divulgou suas 95 Teses contra a Igreja Católica. O fato levou à excomunhão de Lutero e à criação da primeira igreja protestante, a Luterana.
Foi nesse contexto, de expansão marítima, mercantilismo e de conflitos religiosos, que o Brasil Colônia se iniciou. O Brasil era visto como uma colônia que poderia gerar muitos lucros para Portugal, além de muitos fiéis católicos com a catequização dos indígenas.
No final do Período Colonial, as ideias iluministas ecoavam no mundo e inspiraram processos como a independência dos Estados Unidos, a Revolução Haitiana e a Revolução Francesa. No Brasil, as ideias iluministas inspiraram diversos movimentos emancipatórios.
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Período Pré-Colonial
Antes da chegada de Cabral, viviam no Brasil milhares de povos indígenas, que falavam milhares de línguas diferentes. Esses povos viviam em aldeias, que podiam ter poucas dezenas de pessoas até mais de dois mil habitantes.
Muitos povos indígenas aqui eram agricultores e cultivavam diversos alimentos, sendo os principais a mandioca e o milho. Outros povos eram caçadores-coletores e migravam pelo território em busca de recursos.
Quando os portugueses chegaram por aqui, os tupi ocupavam boa parte do litoral brasileiro e foram os primeiros contactados. Os povos tupi não formavam uma nação, mas viviam em aldeias independentes, estas faziam alianças com dezenas de aldeias e também guerreavam umas contra as outras. Para saber mais sobre esse período, clique aqui.
Início da colonização do Brasil
A expedição de Cabral desembarcou no Brasil em abril de 1500, na região de Porto Seguro, na Bahia. Cabral manteve relação com os indígenas da região por uma semana e, ao partir para a Índia, deixou aqui dois degredados — provavelmente Afonso Ribeiro, condenado por homicídio em Portugal, e João de Thovar, do qual quase nada se sabe. Os dois degredados de Cabral retornaram para Portugal dois anos depois, provavelmente na expedição de Gonçalo Coelho.
Deixar degredados na costa e nas ilhas brasileiras foi uma estratégia largamente utilizada pelos portugueses nos anos iniciais do Brasil Colônia. O objetivo era que os degredados aprendessem a língua e a cultura dos povos nativos para que, nas próximas expedições lusitanas, eles pudessem trabalhar como intérpretes entre indígenas e portugueses.
Após a notícia da descoberta de novas terras no Atlântico chegar a Portugal, expedições exploratórias foram enviadas ao Brasil. Essas expedições encontraram pau-brasil, cuja exploração, por 30 anos, foi a principal atividade econômica aqui.
Os portugueses construíam feitorias no litoral brasileiro, uma das primeiras foi a de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Essas feitorias consistiam em uma ou mais cabanas de madeira cercadas por uma paliçada. Via escambo, os portugueses obtinham toras de pau-brasil dos indígenas e o trabalho destes para transportá-las até as caravelas e naus.
Outras nações europeias começaram a frequentar o litoral do Brasil. Piratas e corsários, sobretudo ingleses e franceses, passaram a atacar embarcações lusitanas e povoados litorâneos do Brasil. A França, que não reconhecia o Tratado de Tordesilhas, passou a comercializar com populações indígenas do Brasil e a estabelecer alianças militares com essas populações. Foi nesse momento que Portugal resolveu, de fato, colonizar o Brasil.
Alguns historiadores classificam esse intervalo, de 1500 até 1530, como parte do período pré-colonial brasileiro, argumentando que os portugueses não colonizaram o território nessa época, não podendo ser chamado, dessa forma, de “colonial”.
Capitanias hereditárias no Brasil Colônia
Até 1530, o Brasil ficou relativamente abandonado pelo governo português, que lucrava muito com o comércio com o Oriente e não tinha suas possessões na América ameaçadas. No entanto, isso mudou quando outras nações europeias passaram a frequentar o território brasileiro e Portugal viu seus domínios ameaçados.
O Estado português não possuía capital para colonizar o Brasil, e a criação das capitanias hereditárias foi a solução encontrada pela Coroa, pois os investimentos para a colonização partiriam dos donatários.
Em 1534, o rei dividiu o território brasileiro em 15 partes, e a administração de cada uma delas foi entregue a um donatário. Cada donatário deveria defender o litoral de sua capitania com a construção de fortes e fortalezas. Também era função do donatário colonizar a sua capitania. Ele poderia redistribuir suas terras, doando sesmarias e cobrando alguns impostos dos colonos.
Apenas duas capitanias prosperaram, a de Pernambuco, cujo donatário era Duarte Coelho, e a de São Vicente, cujo donatário foi Martim Afonso de Sousa. As duas capitanias tinham como atividade principal a produção de açúcar. As demais capitanias enfrentaram diversas dificuldades, como ataques de povos indígenas, doenças tropicais, o clima e a dificuldade na produção de alimentos.
Governo-geral no Brasil Colônia
Com o fracasso do sistema de capitanias hereditárias, a Coroa portuguesa criou, em 1548, o governo-geral, implementado em 1549, quando Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral, chegou ao território brasileiro.
O principal objetivo da criação do governo-geral era centralizar a administração da colônia. Com o governador-geral, foram enviados ao Brasil os primeiros jesuítas, que iniciaram a catequização dos indígenas.
A Coroa portuguesa escolheu a capitania da Bahia de Todos os Santos para sediar o governo-geral por ela ser uma colônia central no território brasileiro. A capitania foi doada inicialmente para Pereira Coutinho, mas este foi capturado pelos tupinambás após um naufrágio e acabou devorado por eles em um ritual antropofágico.
Em 29 de março de 1549, Tomé de Sousa fundou a cidade de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, que passou a ser a sede do governo-geral. Ele também nomeou o ouvidor-mor, responsável pela Justiça na colônia; o provedor-mor, espécie de ministro da Fazenda; e o capitão-mor, comandante militar das tropas da colônia.
A expedição de Tomé de Sousa era composta por quase 1500 pessoas, entre elas artesãos, soldados, funcionários públicos e diversos outros profissionais necessários para a construção de uma cidade. O governo-geral existiu no Brasil por quase 300 anos e só foi abolido em 1808, quando a família real chegou aqui fugindo das tropas napoleônicas.
Economia no Brasil Colônia
→ Ciclo do pau-brasil
O primeiro ciclo da economia brasileira foi a do pau-brasil, principal atividade econômica da colônia até a década de 1530. Com o pau-brasil, os portugueses fabricavam uma tinta muito valorizada na Europa.
Mesmo durante os outros ciclos econômicos, como o da cana-de-açúcar e o do ouro, a extração do pau-brasil perdurou, sendo uma atividade complementar para muitos senhores de engenho e outros colonos. Embora seja ilegal, ainda hoje o pau-brasil é extraído do nosso país e enviado para outros países, onde sua madeira é transformada em arcos de violino.
→ Drogas do sertão
O extrativismo das chamadas drogas do sertão também foi uma importante atividade econômica do Brasil Colônia. Baunilha, castanha-do-pará, guaraná, cacau, urucum e anil eram as principais drogas do sertão extraídas da Floresta Amazônica. Os jesuítas estabeleceram diversas missões na região amazônica e passaram a utilizar a mão de obra indígena para a extração das drogas do sertão.
→ Ciclo do açúcar e escravidão
O açúcar era uma especiaria muito valorizada na Europa, e os portugueses já tinham experiência com a produção dele em suas ilhas africanas. No Brasil os portugueses perceberam que o solo e o clima quente e chuvoso eram ideais para o cultivo da cana. Os primeiros engenhos foram construídos no Brasil na década de 1530, e logo os canaviais se tornaram dominantes nas paisagens próximas do litoral, sobretudo no Nordeste.
A produção açucareira exigia grande quantidade de mão de obra, o que fez com que os senhores de engenho comprassem escravos provenientes da África. O comércio de escravos também foi uma importante atividade econômica para os portugueses durante todo o Brasil Colônia. Para saber mais sobre a economia açucareira, clique aqui.
→ Pecuária
A pecuária foi introduzida no Brasil ainda no governo de Tomé de Sousa. No início o gado era criado nos próprios engenhos, sendo usado na tração das moendas e dos carros de boi. Em 1701, uma carta régia proibiu a pecuária nas áreas litorâneas do Brasil. A Coroa pretendia que a lei garantisse as terras próximas do litoral para o cultivo da cana e que a atividade pecuária provocasse a colonização do interior da colônia.
O vale do Rio São Francisco foi o primeiro lugar onde a pecuária foi praticada em grande escala no Brasil. Diversas fazendas que criavam gado foram fundadas, subindo o Rio São Francisco até as suas nascentes, na Serra da Canastra. Ainda no Brasil Colônia, a Região Sul do país se tornou importante na produção pecuária. Parte da carne produzida no Sul era transformada em charque e comercializada com outras províncias do Brasil.
→ Ciclo do ouro
No início da colonização, o ouro foi encontrado em pequena quantidade no Brasil, em lugares como Iguape e no Pico do Jaraguá, na cidade de São Paulo. As grandes minas de ouro foram descobertas pelos paulistas em Minas Gerais apenas no final do século XVII. A notícia do ouro em Minas provocou uma grande migração para a região, o que provocou um rápido processo de urbanização.
Na década de 1720, os paulistas descobriram novas minas na região de Goiás e do Mato Grosso. Por quase um século, a mineração do ouro foi a atividade econômica que mais gerou lucros para Portugal. Diversos órgãos foram criados para o governo luso controlar a extração do ouro, assim como a cobrança de impostos, como o quinto, a capitação e a derrama. O ouro extraído no interior do Brasil era embarcado para a Europa no Rio de Janeiro, que, em 1763, tornou-se a sede do governo-geral.
Como foi o fim do Brasil Colônia?
No século XVIII, o iluminismo inspirou diversos movimentos no mundo, como a independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa e a Revolução Haitiana. Esses eventos inspiraram os primeiros movimentos que reivindicavam a independência de partes do Brasil, como a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817).
Em 1806, Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental, cujo objetivo era enfraquecer a economia da Inglaterra. Dom João VI, príncipe regente de Portugal, passou a ser pressionado pelos ingleses, aliados históricos, para que não aderisse ao bloqueio. Ele também era pressionado pela França, que exigia que Portugal encerrasse o comércio com a Inglaterra. Dom João VI barganhou com os dois países por quase um ano.
No final de 1807, a paciência de Napoleão acabou, e ele enviou o general Junot e seus soldados para conquistar Portugal. Dom João VI resolveu colocar em prática um plano antigo, transferir todo o governo português de Lisboa para o Rio de Janeiro. Ele partiu para o Brasil com aproximadamente 15 mil membros da elite portuguesa, chegando ao nosso país em 1808. Os portugueses foram escoltados até o Brasil por uma esquadra inglesa.
No Brasil, Dom João VI, por diversos decretos, abriu os portos brasileiros às nações amigas, permitiu a construção de manufaturas, fundou o Banco do Brasil, o Horto Florestal do Rio de Janeiro, o Jardim Botânico, entre diversas outras realizações que transformaram o país. Muitos autores defendem que as medidas de Dom João VI acabaram com o Pacto Colonial.
Em 1820 ocorreu em Portugal a Revolução do Porto, que teve como principal consequência o estabelecimento, em 1821, da Corte portuguesa, composta por membros da burguesia e da nobreza do país. A Corte pretendia revogar parte dos decretos de Dom João VI no Brasil, fazendo com que o país retornasse à condição de colônia. O fato gerou descontentamento na elite brasileira, que passou a apoiar Dom Pedro I e a independência do país.
Em 7 de setembro de 1822, em São Paulo, Dom Pedro I declarou a independência do Brasil, encerrando o período do Brasil Colônia.
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Curiosidades sobre o Brasil Colônia
- Para muitos historiadores, não foi Pedro Alvares Cabral que descobriu o Brasil, mas sim o espanhol Vicente Yáñez Pinzón. O espanhol teria chegado à costa nordestina meses antes de Cabral, mas, sabendo que as terras, pelo Tratado de Tordesilhas, pertenciam aos lusitanos, manteve em sigilo sua descoberta.
- A pinga, também chamada de cachaça, começou a ser produzida no Brasil no primeiro século do Brasil Colônia. No início ela era produzida com o melaço da cana, como o rum, mas, com o tempo, o caldo de cana fermentado passou a ser destilado.
- A Revolta da Cachaça ocorreu no Rio de Janeiro entre novembro de 1660 e abril de 1661. Inconformados com a proibição da produção de cachaça no Brasil, senhores de engenho e centenas de populares se revoltaram no Rio de Janeiro, assumindo o controle da cidade e expulsando as autoridades lusitanas. A revolta foi reprimida, um líder foi executado e diversos outros foram presos. Contudo, a principal exigência dos revoltosos foi atendida e a produção de cachaça foi novamente permitida no Brasil.
- Degredados e náufragos foram os primeiros europeus a residirem no Brasil. Um dos náufragos que entrou para a história do nosso país foi Diogo Alvares Correia, encontrado pelos tupinambás, que lhe deram o apelido de Caramuru. Ele se casou com a filha do cacique tupinambá e passou a comercializar com os europeus que chegavam à Bahia, principalmente com os franceses.
- Paraguaçu, a filha do cacique que se casou com Caramuru, foi batizada como católica na França, em 1526. Na sequência, ela se casou com Caramuru, passando a se chamar Catarina Álvares Paraguaçu.
- Na véspera da partida de Cabral do Brasil, dois grumetes desertaram da esquadra e fugiram para a floresta, permanecendo no nosso país. A vida dos grumetes dentro das caravelas não era fácil, e o Brasil foi mais atraente para os dois jovens desertores. Por falta de fontes, não sabemos o que aconteceu com os dois.
- A carta de Pero Vaz de Caminha, considerada a certidão de nascimento do Brasil, encontra-se hoje no Arquivo da Torre do Tombo, em Portugal.
- Durante o Brasil Colônia, ocorreram diversas guerras entre indígenas e portugueses, como a Guerra dos Tamoios e as Guerras Guaraníticas.
Exercícios resolvidos sobre Brasil Colônia
1 - (Enem) “Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio.”
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).
O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Paixão de Cristo e:
a) a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos brasileiros.
b) a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.
c) o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
d) o papel dos senhores na administração dos engenhos.
e) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.
Alternativa E
No sermão Antônio Vieria compara a Paixão de Cristo ao sofrimento pelo qual os escravos dos engenhos passavam no Brasil Colônia. Vieira fez diversos sermões em que denunciou os horrores da escravidão.
2 - (UEL) No Brasil Colônia, a pecuária teve um papel decisivo na:
a) ocupação das áreas litorâneas.
b) expulsão do assalariado do campo.
c) formação e exploração dos minifúndios.
d) fixação do escravo na agricultura.
e) expansão da colonização para o interior.
Alternativa E
A pecuária teve papel importante na colonização do interior do Brasil. O Rio São Francisco serviu como rota de penetração da colonização do interior, e diversas fazendas e povoados foram edificados no Vale do São Francisco graças à pecuária.
Fontes
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. Companhia das Letras, São Paulo, 2007.
MESGRAVIS, Laima. História do Brasil Colônia. Editora Contexto, São Paulo, 2015.
PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. Editora Atual, São Paulo, 2019.