A primeira estrada de ferro do Brasil foi construída por uma empresa do Barão de Mauá, que foi um dos principais empreendedores do período imperial.
Com a Independência (ocorrida em 1822) e o subsequente estabelecimento da estrutura política imperial no Brasil, um dos objetivos primordiais foi o desenvolvimento da infraestrutura do país, isto é, garantir meios para o progresso material da nação, meios esses que promovessem a integração do imenso território e que preservassem a sua unidade. Ao longo do período imperial, muitas medidas foram tomadas com essa finalidade pelo próprio poder político; outras partiram de iniciativas privadas, de aristocratas ligados à corte. Um dos principais nomes que contribuíram para o desenvolvimento da infraestrutura no Brasil foi Irineu Evangelista de Sousa, mais conhecido como Barão de Mauá.
O Barão de Mauá (1813-1889) foi o responsável pela construção da primeira estrada de ferro do Brasil, no estado do Rio de janeiro, por meio de sua empresa chamada Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis. A linha férrea levada a cabo por Mauá tinha, inicialmente, a extensão de cerca de 15 quilômetros, indo do Porto de Mauá até Fragoso, nas dependências do município de Magé. Ela foi inaugurada no ano de 1854, durante o Segundo Reinado.
O objetivo da construção da estrada de ferro de Mauá era suprir um pouco a necessidade infraestrutural de escoamento de produtos na época do Império. O principal produto transportado nos vagões dos trens que a percorriam era o café, que saía das plantações do Vale da Paraíba e chegava até o cais de Magé, de onde seguia, em embarcações, para a cidade do Rio de Janeiro. Antes, esse transporte era feito por tração animal, o que demandava muito tempo e maior ocorrência de perda do produto.
Mauá, que também foi um dos pioneiros da construção das embarcações a vapor e da industrialização no Brasil, tinha consciência de que o país precisava de uma integração entre litoral e sertão. A conexão das linhas férreas com os portos (marítimos e fluviais) buscava tal integração. Cem anos após a inauguração da ferrovia, em 1954, ela foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio histórico. Entretanto, atualmente, esse monumento, símbolo do desenvolvimento do Brasil, encontra-se abandonado, apesar dos esforços da Associação de Preservação Ferroviária, que procura investimentos para a restauração da ferrovia.