A transição demográfica refere-se às oscilações entre crescimento populacional, taxa de mortalidade, taxa de natalidade e a posterior estabilização desses índices.
Entende-se por transição demográfica a teoria que se preocupa em compreender as transformações no crescimento demográfico natural ou vegetativo a partir das variações das taxas de natalidade e de mortalidade. Essa teoria foi elaborada pelo demógrafo estadunidense Frank Notestein, em 1929, sendo amplamente utilizada desde então para contestar a Teoria Demográfica Malthusiana.
A teoria da transição demográfica basicamente analisa o crescimento populacional das sociedades, com foco na Europa e América do Norte, a partir do processo de industrialização. Antes da I Revolução Industrial, as sociedades estavam condicionadas a passar por elevadas taxas de natalidade, que eram compensadas por uma igual mortalidade populacional.
No entanto, as taxas de mortalidade, em função das melhorias sociais e sanitárias, passaram a cair, o que fez com que o número médio da população aumentasse aceleradamente, o que passou a gerar um temor generalizado sobre o excesso de pessoas no mundo. Uma dessas preocupações foi a própria teoria malthusiana, que afirmava que a população cresceria em uma velocidade maior que a produção de alimentos.
O que ocorre é que as taxas de natalidade só costumam cair após certo tempo, o que, consequentemente, gera a redução gradativa do crescimento populacional e até mesmo um envelhecimento demográfico, tal como ocorre atualmente na Europa.
O gráfico da transição demográfica a seguir apresenta uma síntese dessa evolução:
Esquema/gráfico da transição demográfica
Fase 01 – Regime demográfico clássico: taxas de natalidade e mortalidade elevadas, com uma pequena redução nessa última; crescimento vegetativo controlado.
Fase 02 – Explosão demográfica: taxas de natalidade ainda muito altas e queda brusca das taxas de mortalidade, com o consequente aumento no crescimento vegetativo; população jovem.
Fase 03 – Transição demográfica: queda nas taxas de natalidade acompanhando a queda nas taxas de mortalidade; crescimento vegetativo reduz-se aceleradamente; população adulta.
Fase 04 – Regime demográfico moderno: estabilização demográfica; baixo crescimento vegetativo e controle nas taxas de mortalidade e natalidade; envelhecimento da população.
Podemos dizer que a Europa passou por dois períodos diferentes em que ocorreu a Fase 02 acima mencionada, ou seja, um elevado crescimento populacional. O primeiro momento foi na I Revolução Industrial, em que o crescimento populacional foi elevado não tão somente pelas taxas de natalidade, mas também pela forte migração campo-cidade, também chamada de êxodo rural. O segundo momento foi após a II Guerra Mundial, em que as taxas de natalidade intensificaram-se rapidamente, dando origem ao que até hoje se chama de “geração baby boom”.
Atualmente, os países desenvolvidos passam pela fase 04 e sofrem com o problema do envelhecimento populacional, que reduz a proporção de habitantes pertencentes à População Economicamente Ativa (PEA). O Brasil, por sua vez, já passou pela sua explosão demográfica, embora ela não tenha sido tão acentuada, e hoje se encontra na fase 03 da transição demográfica.