Subdesenvolvimento

O problema do subdesenvolvimento reverbera em questões sociais, estruturais, políticas e econômicas.

Moradias precárias no Cambodja, uma expressão do subdesenvolvimento

O Subdesenvolvimento é a condição de pobreza e dependência social e econômica vivenciada por um determinado país ou Estado nacional. Países subdesenvolvidos caracterizam-se por um passado de dominação colonial ou imperialista; por apresentarem desempenhos ruins em áreas como educação, saúde, dentre outros; e por sofrerem com uma elevada dependência econômica e tecnológica.

O grupo dos países periféricos abrangem ex-colônias da África, da Ásia e da América Latina, que, juntos, formam a divisão do Sul subdesenvolvido, em oposição às economias daquilo que se considera como Norte desenvolvido. Observe o mapa a seguir:


Divisão entre o sul subdesenvolvido (em vermelho) e o norte desenvolvido (azul)

É importante destacar que subdesenvolvimento não pode ser considerado como um estágio para o desenvolvimento de um país, mas sim a ausência desse processo, ou seja, a situação de periferização social e econômica a que um determinado povo foi submetido, envolvendo processos internos e externos. As peculiaridades marcantes dessas nações são: dívidas externas elevadas, papel desvantajoso na Divisão Internacional do Trabalho, dependência tecnológica para com empresas e países estrangeiros, elevada desigualdade social e baixas condições de vida da maior parte da população.

As dívidas externas, em sua maior parte, encontram-se vinculadas a grandes empresas e organizações financeiras, a exemplo do Fundo Monetário Internacional (FMI). É bem verdade que essa dívida não é um privilégio dos países subdesenvolvidos, mas são neles que os seus efeitos são sentidos de forma mais sensível, haja vista que, muitas vezes, recursos que seriam destinados à saúde, educação e outros setores são destinados ao mercado internacional para o pagamento das parcelas dessas dívidas.

Os países periféricos ocupam um papel considerado ruim na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), revelando a grande dependência econômica. A DIT funciona da seguinte forma: os países mais pobres atuam na venda de produtos primários a baixo preço, enquanto os desenvolvidos fornecem produtos industrializados a custo e lucro mais elevados. Recentemente, algumas nações emergentes também vêm exportando produtos industriais, mas à custa de baixos salários e do escasseamento de seus recursos naturais.

A dependência tecnológica revela-se em função do caráter tardio do processo de industrialização, que fundamentou a sua execução em maior parte por empresas estrangeiras, detentoras de tecnologias avançadas, das quais os países subdesenvolvidos são dependentes. A maior parte dos lucros é destinada às sedes dessas empresas, localizadas nas grandes cidades dos países desenvolvidos. Geralmente, para que essas empresas se instalem em seus territórios, as nações periféricas concedem isenções de impostos, mão de obra barata, leis trabalhistas precárias e leis ambientais ineficientes.

Outro problema que agrava a questão dos países subdesenvolvidos é a desigualdade social, ou seja, a concentração de grandes quantidades de riquezas nas mãos de uma minoria da sociedade. Geralmente, essa contradição manifesta-se no espaço geográfico, principalmente nas cidades, com favelas e cortiços convivendo com luxuosos prédios e condomínios, manifestando as baixas condições de vida de boa parte da população.


Segregação urbana, a materialização da desigualdade social no espaço geográfico

As condições de subdesenvolvimento da maior parte dos países revelam as heranças históricas demarcadas nas relações sociais e econômicas que se materializam no processo de produção do espaço geográfico.

Por: Rodolfo F. Alves Pena

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