A sociedade de consumo é notavelmente calcada no crescimento do consumismo na sociedade para manter a circulação de capitais e garantir a geração de lucro.
Entende-se por sociedade de consumo a era contemporânea do capitalismo em que o crescimento econômico e a geração de lucro e riqueza encontram-se predominantemente pautados no crescimento da atividade comercial e, consequentemente, do consumo. Para manter esse desenvolvimento, incentiva-se o consumo de várias maneiras, principalmente a fetichização das mercadorias e o crescimento dos meios publicitários.
O desenvolvimento da sociedade de consumo ocorreu de forma mais completa a partir da expansão da atividade industrial ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX. As frequentes invenções e modernizações produtivas provocaram um crescimento sem igual no nível de consumo, bem como na difusão cada vez mais ampla da publicidade no meio de vida da população, com a divulgação dos mais diversos produtos, sendo eles úteis ou não.
Podemos dizer que o ápice do consumismo encontra-se nos dias atuais, mas que o ponto máximo para o seu desenvolvimento ocorreu ao longo do século XX, quando o sistema fordista de produção e a necessidade de absorver a produção industrial em massa desse modelo demandaram um aumento do nível de consumo.
Assim, desenvolveu-se o American Way of Life (o “estilo de vida americano”), que se pautava na melhoria das condições de vida em razão da forte intervenção do Estado em infraestruturas a fim de gerar mais emprego e também na modernização dos sistemas industriais de produção. Desse modo, a expressão mais significativa dessa época foi a expansão descontrolada do consumismo, em que se apregoava que quanto mais se consumia, mais felizes as pessoas se encontravam.
Nesse contexto, gerou-se um círculo vicioso no seio da estrutura social: precisa-se produzir mais para poder gerar mais empregos; para absorver essa produção, era preciso consumir mais; mas para haver mais consumo, era preciso gerar mais empregos, produzindo ainda mais mercadorias...
Atualmente, não vivemos mais na predominância do sistema fordista de produção, cuja premissa principal era a produção em massa (embora muitas fábricas ainda o utilizem). O toyotismo, desenvolvido e ampliado a partir do final do século XX, articula o equilíbrio entre a demanda e a produção, produzindo em grande quantidade apenas quando a procura por um produto é elevada. No entanto, ainda procura manter o consumo e, consequentemente, a demanda no máximo patamar possível a fim de que mais lucros sejam gerados nas várias áreas da economia.
Para manter o elevado consumismo da sociedade, são criados vários mecanismos. Um dos principais, como já frisamos, é o crescimento da publicidade tanto em termos qualitativos quanto em um viés quantitativo, ou seja, há formas cada vez mais criativas, abrangentes e chamativas de divulgar um produto, como há também um crescimento do número de publicidades espalhadas no contexto social. Algumas ONGs chegam a afirmar que, nos dias atuais, vemos em um dia o mesmo número de propagandas que uma pessoa da década de 1950 assistia durante o ano todo.
Há, assim, muitas críticas à sociedade de consumo, dentre elas, a perspectiva de que, economicamente, esse modelo não se sustenta, pois é contraditório desde o seu início e tende a chegar a um limite, a um fim, estabelecendo-se, então, cíclicas e temíveis crises econômicas, com geração de miséria e desemprego. Outras posições colocam que a difusão do consumismo, além de inviável, é insustentável na perspectiva ambiental, pois demanda a exploração de cada vez mais recursos naturais e gera cada vez mais lixo e poluição para o ambiente.