Problemas urbanos

Problemas urbanos envolvem crescimento desordenado das cidades e afetam, diretamente, a qualidade de vida da população urbana, como poluição do ar, rios, entre outros.

As atividades industriais podem intensificaram os problemas urbanos.

Os problemas urbanos são aqueles que ocorrem nas zonas urbanas devido ao crescimento desordenado das cidades e má administração pública, gerando graves desconfortos à qualidade de vida no ambiente urbano.

Com isso, os problemas urbanos são, também, ambientais, pois eles afetam o meio ambiente em torno das cidades. Entender as causas e consequências desses problemas é entender a temática ambiental, melhorando a vida urbana e, consequentemente, o espaço cotidiano das cidades.

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Causa dos problemas urbanos

Desde que o ser humano se tornou majoritariamente urbano, os problemas nas cidades se agravaram, confundindo-se a linha entre “problema urbano” e “problema ambiental”. Atualmente se discute que os problemas urbanos são problemas ambientais, pois ambos estão interligados.

No fim do século XVIII, durante a Primeira Revolução Industrial, deu-se o início à formação de uma sociedade urbano-industrial em contraposição à sociedade rural-comercial que havia até então. As revoluções industriais que se sucederam intensificaram a urbanização pelo mundo, o êxodo rural e o surgimento de novas cidades, muitas sem nenhuma infraestrutura ou planejamento.

A partir disso, o ser humano passou a ocupar espaços não devidos para formar essas cidades e suas indústrias. A produção industrial e o alto consumo fizeram com que grandes quantidades de resíduos fossem fabricadas em uma velocidade muito maior do que antes do período industrial.

Ocupação em área irregular e poluição de rio: dois graves problemas urbanos.

Como resultado, não conseguimos nos livrar desse excesso, acarretando em poluição, lixo e infraestrutura urbana inadequada, além de outros problemas que são consequência dos citados.            

Quais são os problemas urbanos?

As atividades industriais geraram, ao longo dos últimos séculos, problemas antes nunca enfrentados pela sociedade humana. Muitos deles acarretam em sérios danos ambientais, nas zonas urbanas ou nas zonas rurais, dada sua proporção e seu alcance.

Veja alguns dos principais (e mais graves) problemas urbanos.

  • Ilha de calor

Esse problema é causado pelo excesso de edificação no ambiente urbano, impermeabilização do solo e poucas árvores nas cidades. A cidade em si já é um ambiente quente, e essas ações provocam absorção de calor, formando ilhas de calor.

Com isso, áreas muito impermeáveis, com muitos prédios e sem árvores são mais quentes do que aquelas com características opostas, pois o concreto absorve e retém mais calor. Algumas localidades chegam a ser 5 ºC mais quentes do que áreas vizinhas que possuem intensa arborização e poucas edificações.

  • Poluição

Nas cidades, a palavra “poluição” deve vir no plural, pois existem poluições em vários locais e de várias formas: lixo, outdoors, barulho, veículos, indústrias. Poluição sonora, visual e do ar são as mais comuns e degradantes para a vida nas cidades. No século XXI, a maioria da população mundial estará nas cidades, algo que já acontece em grande parte dos países. Dessa maneira, garantir qualidade do ar nesses ambientes é fundamental.

Rio poluído com lixo plástico.
  • Chuva ácida 

A poluição do ar intensifica a acidez das chuvas. A chuva ácida acontece devido ao lançamento de gases poluentes na atmosfera pelas indústrias e automóveis. Gases como dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio entram em contato com as nuvens, e esse contato forma ácido sulfúrico, que cai em forma de precipitação. Essa chuva pode queimar plantações, corroer monumentos históricos, causar mortes de peixes, provocar doenças respiratórias, entre outros efeitos.

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  • Inversão térmica

A inversão térmica é um processo natural, mas que se agrava com as emissões de poluentes, causando e/ou agravando problemas respiratórios. Nas cidades, a inversão térmica é mais comum nos dias frios de inverno, quando o ar frio está próximo da superfície e recebe poluentes pela manhã.

Acima desse ar frio, encontra-se uma camada de ar quente, debaixo de outra camada fria. Dessa forma, o ar quente está “preso” entre as duas camadas frias, sendo que, próximo da superfície, a retenção dos poluentes faz com que as pessoas respirem gases tóxicos. Por isso, muitas doenças respiratórias se agravam no inverno, principalmente na população urbana.

  • Ocupação de áreas irregulares

Esse é um problema social e ambiental. A urbanização acelerada em algumas áreas do globo, com a péssima infraestrutura das cidades, fez com que pessoas ocupassem áreas perigosas, como margens de rios, debaixo de viadutos, e encostas de morros. No período chuvoso, a população dessas áreas sofre com enchentes, inundações, alagamentos e, no caso dos morros, deslizamentos, podendo ter vítimas fatais.

Ocupação irregular em Mumbai, Índia.
  • Mobilidade

O aumento no número de veículos nas grandes cidades tem cada vez mais preocupado as autoridades. Com esse aumento, a população urbana gasta muito tempo indo de um local para o outro, o que pode atrapalhar nas relações profissionais e desgasta quem passa mais tempo indo para o trabalho e voltando para casa do que no próprio trabalho.

Esse tempo absurdo gasto no deslocamento urbano (engarrafamentos, filas em pontos de ônibus, terminais e metrôs) pode gerar estresse, ansiedade e outros problemas crônicos. Assim, a mobilidade urbana não é só um problema urbano, mas também de saúde populacional.

  • Violência 

Considerada um problema social, a violência nas médias e grandes cidades deve ser tratada com seriedade pelas autoridades públicas. Assaltos, homicídios, brigas de trânsito, brigas domésticas, agressão a moradores de rua, entre outros, são algumas das violências cometidas nos ambientes urbanos. A falta de segurança pode ser associada ao desemprego, baixos índices educacionais e desigualdade social.

  • Favelização 

A falta de moradia criada pelo crescimento desordenado das cidades faz surgir grandes áreas periféricas que não têm o mínimo de assistência e infraestrutura por parte do poder público, como saneamento básico, coleta de lixo, escolas, postos de saúde etc. Essas áreas, construídas por meio de ocupações irregulares, são conhecidas como favelas, com baixas condições sanitárias e muita gente vivendo em pequenos espaços. Para saber mais sobre esse grave problema urbano, leia: Favelização.

Tipos de problemas urbanos

Entre os problemas urbanos, podemos classificá-los em diferentes grupos, como problemas sociais (falta de moradia, violência, pobreza) e problemas ambientais (enchentes, alagamentos, excesso de lixo, poluições sonora, visual, do ar e dos rios).

Há também os problemas socioambientais, como a ocupação irregular das encostas, causada por um problema social — a falta de moradia — e que pode acarretar em deslizamentos de morros, um grave problema ambiental. 

Consequências dos problemas urbanos

Os problemas urbanos geram consequências nefastas para quem convive diariamente com eles. As poluições, chuvas ácidas e ilhas de calor afetam a qualidade de vida na zona urbana, principalmente nos grandes centros, onde os níveis desses eventos são maiores. Problemas respiratórios são agravados, como asma, bronquite, sinusite, elevando o número de pessoas que buscam atendimento médico.

O lixo é uma questão ambiental e social. Seu armazenamento, de forma indevida, fomenta destinos inadequados, como lixões, descartes irregulares e entupimento de bueiros. Além desses impactos ambientais, devemos observar o consumo, pois classes mais favorecidas geram mais lixo, ou seja, mais impactos negativos.

Para a população urbana, o barulho também é um fator agravante. A poluição sonora (buzinas, motores de veículos grandes como caminhões e ônibus, propagandas em alto-falantes) traz desconfortos e desvalorização imobiliária. Muitos se mudam para áreas mais afastadas dos centros urbanos, buscando condomínios fechados com paz e segurança.

Pessoa em situação de rua, um típico problema urbano social.

Contudo, nem todos têm as condições para buscar moradias mais seguras e tranquilas. A falta de moradia digna para todos pode levar as pessoas a irem morar na rua, com baixíssimas condições sanitárias e alimentícias, sendo um problema social.

Possíveis soluções para os problemas urbanos

É consenso que, para resolvermos os problemas urbanos, tem de haver políticas públicas mais engajadas e entrelaçadas em todos os níveis, pois os problemas também se entrelaçam. Não basta resolver a ilha de calor sem resolver a mobilidade urbana, bem como não basta limpar a cidade e não haver conscientização sobre o consumo em excesso.

Em julho de 2001 foi sancionada a Lei n. 10.257, que rege as políticas urbanas em todo o país. Essa lei, conhecida como Estatuto das Cidades, mostra as diretrizes que os governos municipais, estaduais e federal devem tomar para garantir segurança e bem-estar da população em geral.

Transportes inteligentes e integrados, ciclovias, arborização, conscientização populacional sobre o uso dos espaços coletivos (praças, ruas, parques), planejamento urbano eficiente, limpeza diária, saneamento básico, e facilidade de acesso aos serviços públicos são algumas das ações para amenizar (e solucionar, no longo prazo) os problemas urbanos. 

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Exercícios resolvidos sobre problemas urbanos

Questão 1 – (Unifor CE 2016) A busca pela mobilidade urbana é um desafio enfrentado pela maioria das grandes cidades no Brasil, haja vista que a maior parte das grandes cidades do país encontra dificuldades para desenvolver soluções que reduzam a quantidade de congestionamentos ao longo do dia. Sobre mobilidade urbana, assinale a alternativa CORRETA.

A) A mobilidade urbana também é uma questão ambiental, pois o excesso de veículos nas ruas gera mais poluição, interferindo em problemas naturais e climáticos no ambiente urbano.

B) A principal causa dos problemas de mobilidade urbana no Brasil relaciona-se ao aumento do uso de transportes coletivos em detrimento da utilização de transportes individuais.

C) O aumento da renda média do brasileiro nos últimos anos e a redução de impostos por parte do Governo Federal sobre produtos, como os automóveis, são soluções para a melhoria do trânsito nas grandes cidades brasileiras.

D) Entre os anos de 2002 e 2012, o número de veículos licenciados no Brasil apresentou taxa de crescimento igual à taxa de crescimento da população brasileira no mesmo período.

E) O maior uso de bicicletas e a realização de rodízios na utilização de carros particulares em grandes cidades contribuem para a piora das condições do trânsito dessas cidades.

Resolução

Alternativa A. O excesso de veículos nas ruas gera aumento nos índices de poluição (do ar, sonora), afetando a qualidade de vida nas zonas urbanas.

Questão 2 – (IFMG 2017)

(Disponível em https://estudestaff.wordpress.com/tag/urbanizacao/)

Leia as afirmações.

I. Megacidades são aglomerações urbanas formadas por, pelo menos, duas regiões metropolitanas conurbadas que são interdependentes economicamente.

II. São fatores que impulsionam a urbanização mundial: a industrialização e o êxodo rural, provocado, dentre outros fatores, pela mecanização do campo.

III. São problemas comuns em países subdesenvolvidos muito urbanizados: a favelização, o aumento da criminalidade e a precária infraestrutura de moradia, educação, saúde, transporte coletivo e saneamento básico; além de problemas de ordem ambiental, como poluição do ar e da água, lixo urbano e enchentes.

Assinale a alternativa que indica quais afirmações são verdadeiras.

A) Apenas I e II.

B) Apenas II e III.

C) Apenas I e III.

D) I, II e III.

Resolução                                                                                       

Alternativa B. Megacidades são aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de habitantes. As frases II e III estão corretas.

Por: Átila Matias

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