Os principais problemas ambientais estão relacionados ao crescimento acelerado das cidades e à ausência de planejamento público.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas, desde o ano de 2010, a humanidade tornou-se urbana, ou seja, a maior parte da população do mundo passou a viver em cidades maiores que 20 mil habitantes. Esse processo de acelerada urbanização vem sendo também acompanhado por uma intensa metropolização, isto é, a concentração da maior parte das pessoas em metrópoles e regiões metropolitanas.
A consequência dessa dinâmica, fruto da industrialização das sociedades, é a formação de grandes metrópoles, cidades com populações na ordem dos milhões e milhões de habitantes, em um processo de crescimento intenso e acelerado, sobretudo nos países subdesenvolvidos, de industrialização tardia. Com isso, assiste-se à manifestação da macrocefalia urbana, quando o espaço urbano não consegue absorver, em termos de renda e infraestrutura, toda a população que nele habita.
Além disso, as alterações no clima local são rapidamente percebidas: aumenta-se a produção de lixo e esgotos, os congestionamentos e a poluição atmosférica se intensificam, as áreas verdes diminuem e os índices de poluição visual e sonora vão ao limite, provocando a ocorrência de inúmeros problemas ambientais urbanos.
Dentre os principais problemas, podemos citar: as ilhas de calor, a inversão térmica, a poluição dos rios, as enchentes e os desmoronamentos.
As Ilhas de Calor são a elevação das temperaturas dos centros urbanos em relação às áreas periféricas e globais. Esse fenômeno ocorre, principalmente, em razão da concentração de casas e prédios em torno de uma área ou região, impedindo ou dificultando a circulação do ar. Além disso, observa-se também que as ilhas de calor são produzidas pelo grande número de vidros e elementos urbanos que refletem os raios solares, ajudando na disseminação destes e do calor por eles produzido, elevando as temperaturas.
A Inversão térmica ocorre quando o ar frio que se acumula sobre a superfície se posiciona abaixo de uma camada de ar quente. Como o ar frio é mais denso, ele permanece estacionado, dificultando a circulação atmosférica e impedindo o escoamento dos gases poluentes emitidos por fábricas e veículos. Com isso, uma camada de fumaça ou “ar cinzento” permanece sobre o espaço urbano por vários dias, causando problemas respiratórios para os habitantes.
A poluição dos recursos hídricos é também um dos mais graves problemas ambientais que assolam as cidades. Ela ocorre, principalmente, pela não canalização e tratamento dos esgotos, que vão parar no leito dos rios e pela poluição das bacias hidrográficas, que são as regiões onde qualquer escoamento de água vai despejar nos rios, como as próprias ruas e os espaços urbanos em geral.
Com isso, as enchentes podem surgir como consequência. Com o elevado índice de poluição, bem como o assoreamento dos rios em função da remoção das matas ciliares, o volume das águas podem se elevar acima do normal em alguns cursos d’água. Além disso, a impermeabilização dos solos, com asfalto e cimento, também agrava esse processo.
Os desmoronamentos, por sua vez, também causam grandes tragédias. Eles ocorrem, principalmente, em face do crescimento desordenado das cidades, com ocupações irregulares em áreas de risco, com elevada declividade, como encostas de morros. Com isso, em épocas de chuvas, esses terrenos eventualmente se desmoronam, provocando graves acidentes.
O que podemos perceber é que os problemas ambientais nas cidades estão sempre relacionados ao crescimento desordenado destas e, principalmente, à falta de planejamento. Compete, portanto, aos cidadãos e, sobretudo, às autoridades uma maior consciência e uma política ambiental que contemple a resolução desses problemas.
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