Pobreza no Brasil

Pobreza no Brasil é caracterizada pelo contexto histórico e econômico do país. Ela vem crescendo nos últimos anos e já atinge, de forma extrema, 13,5 milhões de brasileiros.

O crescimento exacerbado das cidades provocou uma piora na qualidade de vida da população.

A pobreza no Brasil vem crescendo ao longo dos últimos anos. O conceito de pobreza está atrelado às condições financeiras e de vida de uma população. No ano de 2018, foram contabilizados cerca de 13,5 milhões de brasileiros em situação de extrema pobreza. Essas pessoas viviam com menos de US$ 1,90 por dia. Já os brasileiros abaixo da linha da pobreza eram cerca de 52,5 milhões de pessoas.

Os motivos da pobreza no Brasil estão relacionados a sua histórica e crescente desigualdade social. Essa situação gera consequências em termos humanos e econômicos, como a perda da qualidade da vida da população e a piora do cenário econômico do país. Os locais mais pobres do Brasil estão localizados nas regiões Norte e Nordeste.

Leia mais: Índice de Desenvolvimento Humano – forma de analisar o nível da qualidade de vida dos países

Conceito de pobreza

O conceito de pobreza é amplo e está diretamente relacionado à ausência de bens e serviços básicos de uma população. Desse modo, o termo pobreza indica uma carência que pode ser alimentar, financeira ou, ainda, de outro elemento básico que possa impactar diretamente a qualidade de vida e até mesmo a sobrevivência de uma pessoa.

Nesse sentido, para a compreensão e aplicação de classificações de pobreza, é necessário elencar diferentes facetas, como a humana, a econômica e a social. Sendo assim, torna-se importante destacar que a pobreza é um conceito qualitativo, ou seja, deve ser entendida para além de valores estatísticos.

No entanto, órgãos nacionais e internacionais estabelecem alguns parâmetros de valor de renda para definir o que é pobreza. Um exemplo é o adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que define que uma pessoa que possui uma faixa de renda de US$ 1,25 por dia é considerada pobre.

O Banco Mundial adota um limite financeiro um pouco maior, sendo que, para essa instituição, uma pessoa em extrema pobreza é aquela que vive com menos de US$ 1,90 por dia. Já para uma pessoa considerada pobre, ou seja, que está abaixo de linha de pobreza, o banco considerada valores entre US$ 3,20 e US$ 5,50 por dia. Esse critério é utilizado ainda pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão do governo brasileiro que produz importantes relatórios estatísticos sobre a população brasileira.

Motivos da pobreza no Brasil

O Brasil possui um histórico de pobreza de sua população, cenário endossado por diferentes pesquisas, que indicam que o número de pobres no país ainda é considerável, apesar da sua importante redução nas últimas décadas. Primeiramente, a pobreza no Brasil possui motivações históricas. A colonização do país (tendo este sido uma colônia basicamente voltada para exploração e baseada no sistema escravagista de produção) provocou uma grande desigualdade de renda e gerou uma massa de população totalmente desprovida de recursos básicos para a sobrevivência.

Esse cenário foi um dos geradores da grande diferença de renda entre as camadas sociais no nosso país, já que os rendimentos ficaram concentrados em uma pequena parcela da população, dona de grandes propriedades de terra e dos meios de produção; e ele continuou ao longo do processo de construção histórica do Brasil, mesmo após a independência, estendendo-se pelo século XX.

O crescimento da população urbana, por meio do êxodo rural e do consequente aumento das cidades, gerou uma concentração de pobres nas áreas periféricas dos grandes centros urbanos. Na periferia ficaram concentrados grupos de pessoas recém-chegadas da zona rural em busca de melhores condições de vida, mas que não possuíam meios básicos de sobrevivência. Assim, a urbanização desenfreada e a pouca oferta de emprego e renda culminaram num grande processo de concentração de capital e desigualdade social no país.

Para além dos processos históricos que marcam a construção de uma sociedade desigual baseada na elevada concentração de rendimentos, a pobreza no Brasil possui motivações mais práticas, voltadas para ações de cunho político e social. Desse modo, torna-se importante destacar como motivos da pobreza no Brasil:

  • o baixo investimento no sistema educacional;

  • a grande disparidade de trabalho e renda entre as pessoas;

  • o preconceito existente na sociedade;

  • a presença de um grande número de trabalhadores informais;

  • a ausência de políticas de geração de renda.

No mais, a elevada corrupção, atrelada ao baixo investimento estatal e a um sistema fiscal que perpetua a grande concentração de renda no país, contribui diretamente para que a população tenha um índice de pobreza considerável.

Veja também: Quais são os problemas sociais urbanos do Brasil?

Índice de extrema pobreza no Brasil

O índice de extrema pobreza no Brasil vem crescendo nos últimos anos. De acordo com dados levantados pelo IBGE, no ano de 2018, um total de 13,5 milhões de brasileiros viviam em situação de extrema pobreza. Foram considerados extremamente pobres os brasileiros que viviam com menos de US$ 1,90 por dia. Esse número representa 6% da população total do país.

O gráfico representa os valores de pobreza extrema pesquisados nos últimos anos pelo IBGE. O Brasil apresentou, nesse tempo, o menor nível de pobreza em 2014. Desde então, os níveis de pobreza vêm subindo, atingindo seu ápice em 2018. Os dados do IBGE indicam que há um aumento sistemático da pobreza no Brasil, situação que gera preocupação e indica a necessidade de promover políticas e medidas de combate à pobreza.

Linha da pobreza no Brasil

Assim como o conceito de pobreza, a linha da pobreza pode ser entendida como um termo de caráter qualitativo, mas também quantitativo. De maneira geral, pode-se apontar que uma pessoa está abaixo dessa linha quando não possui condições de atender suas necessidades básicas, como moradia, alimentação e vestrio.

Esse atendimento, da mesma forma que o acesso à educação e saúde, é necessário para a sobrevivência de uma pessoa com o mínimo de qualidade de vida. Sua ausência reflete uma condição de vida ruim para a população, mas que, infelizmente, ainda é comum no Brasil e em muitos países do globo.

Já quando se trata do ponto de vista estatístico, o IBGE traça valores em dinheiro com base nos adotados pelo Banco Mundial para definir a população considerada abaixo da linha da pobreza. A regra indica que uma pessoa em extrema pobreza possui um rendimento diário menor que US$ 1,90. Já as pessoas que possuem menos de US$ 3,20, em países subdesenvolvidos, ou de US$ 5,50, em países em desenvolvimento e desenvolvidos, são consideradas pobres.

Desse modo, o Brasil, por ser considerado um país emergente, apresenta como população abaixo da linha da pobreza todas aquelas pessoas que têm um rendimento menor que US$ 5,50 por dia. Por meio desse critério, conforme o IBGE, em 2018, o Brasil tinha aproximadamente 52,5 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. Esse valor representa cerca de 25% da população total do país.

Locais mais pobres do Brasil

O Brasil apresenta grande desigualdade regional quando se trata da taxa de pobreza na sua população. As regiões Norte e Nordeste são consideradas as mais pobres do país. Os estados do Maranhão, Alagoas, Amapá e Amazonas são os que apresentam o maior contingente populacional de pessoas pobres. Os estados do Maranhão, Alagoas, Sergipe, Piauí e Acre apresentam o maior índice de população em extrema pobreza.

Já as regiões Sul e Centro-Oeste possuem os estados com os menores índices de pobreza geral do país, sendo que Santa Catarina apresenta as menores taxas de pobreza e extrema pobreza. Por sua vez, a região Sudeste apresenta números medianos e aproximados da média nacional. Nessa região, deve-se destacar que a pobreza encontra-se concentrada nas periferias das grandes cidades.

Fonte: IBGE

Acesse também: Problemas de moradia no Brasil – causas e consequências

Quais as consequências da pobreza no Brasil?

Os números apresentados indicam que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer no combate à pobreza. Os índices de pobreza são perpetuados, em especial, pela elevada desigualdade social que caracteriza o país. A concentração de renda, as disparidades regionais e as dificuldades de crescimento econômico e de oferta de emprego refletem diretamente nas condições de vida da população.

Dessa maneira, a principal consequência da pobreza no Brasil está atrelada à piora da qualidade de vida das pessoas. A falta de acesso à saúde, educação e renda, assim como aos serviços básicos, compromete o índice de desenvolvimento da população. Esse cenário impacta diretamente:

  • as condições de alimentação, como o aumento da fome e da desnutrição;

  • o acesso a serviços, como o saneamento básico;

  • a predominância de doenças, como as de veiculação hídrica;

  • a diminuição da expectativa de vida;

  • o aumento de doenças como alcoolismo e depressão;

  • a dificuldade de acesso à água potável, entre outros problemas relacionados à saúde da população.

A dificuldade de acesso à água é uma consequência da pobreza extrema.

Por um viés mais social, a pobreza influi diretamente no aumento dos fluxos de movimento da população, que migra em busca de melhores condições de vida. Há ainda:

  • a elevação dos índices de violência;

  • a perpetuação da dificuldade em encontrar-se emprego;

  • o aumento da população de rua;

  • o predomínio de um cenário de preconceito e exclusão social.

Esses fatores resultam em dificuldades econômicas para o país.

Por: Mateus Campos

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