A Paraíba é um estado localizado na região Nordeste do Brasil. É conhecida por abrigar o ponto mais oriental do país, a Ponta do Seixas, em João Pessoa, capital do estado.
A Paraíba está localizada na Região Nordeste do Brasil e faz fronteira com três estados (Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco), além do Oceano Atlântico. Esse estado é famoso por ter o ponto geográfico continental mais oriental do país, conhecido como Ponta do Seixas, na capital, João Pessoa. A sigla da Paraíba é PB.
Confira alguns dados selecionados do território paraibano, que abriga o ponto mais oriental do Brasil, conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Dados gerais da Paraíba
- Região: Nordeste do Brasil.
- Capital: João Pessoa.
- Gentílico: paraibano(a).
- Governo: democrático representativo, com eleições periódicas.
- Área territorial: 56.467,242 km² (IBGE, 2020).
- População: 4.039.277 de habitantes (estimativa IBGE, 2020).
- Densidade demográfica: 66,7 de hab./km² (IBGE, 2010).
- Fuso: -3, ou seja, atrasado três horas em relação ao Meridiano de Greenwich.
- Clima: tropical úmido no litoral e tropical semiárido no interior.
Geografia da Paraíba
Localizada no Nordeste, a Paraíba faz fronteira com outros três estados da região:
- Pernambuco (sul);
- Ceará (oeste); e
- Rio Grande do Norte (norte).
Também é banhada pelo Oceano Atlântico (leste).
Sua localização geográfica é bastante peculiar, pois é na Paraíba que se encontra o ponto continental mais oriental do Brasil, a Ponta do Seixas. De acordo com o IBGE, as coordenadas desse ponto são: 7º 09’ S e 34º 47’ O.
O relevo paraibano é influenciado pelas planícies costeiras e constituído de rochas sedimentares antigas e resistentes, propícias a minerais metálicos e não metálicos. Indo em direção ao interior do estado, encontramos o Planalto da Borborema, com muitas serras e morros na região. Além da Paraíba, esse planalto se estende pelo Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas.
A formação desse planalto influencia diretamente o clima e hidrografia dos estados nordestinos. Áreas localizadas a leste do planalto (próximas ao oceano) são úmidas, com índices pluviométricos regulares. Contudo, as áreas a oeste (interior da região) são áridas, pois as massas de ar úmidas encontram dificuldades para atravessar o conjunto de morros e serras da Borborema. Essa ocorrência é conhecida como barreira orográfica.
Na hidrografia, a Paraíba conta com muitos rios intermitentes, que secam no período de estiagem. Além disso, cerca de 98% dos municípios paraibanos estão no chamado Polígono das Secas, área conhecida pela baixa presença de recursos hídricos.
Vale destacar que rios importantes, como o Rio Piranhas, Rio do Peixe, Rio Piancó, Rio Mamanguape e Rio Paraíba (o maior do estado), contribuem para o regime hídrico paraibano.
A vegetação é formada, basicamente, por Mata Atlântica no litoral, além de manguezais e vegetações rasteiras. No interior, o bioma mais comum é a Caatinga, que apresenta vegetação resistente a climas quentes e secos.
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História da Paraíba
O atual território paraibano era ocupado por indígenas tabajaras e potiguaras antes da chegada dos portugueses, no século XVI. A presença de matas nativas era grande na região e isso despertou o interesse dos ibéricos na extração do pau-brasil, mas não só dos ibéricos, como também de outros europeus (franceses e holandeses).
Durante a década de 1530, com a criação das capitanias hereditárias, a região da Paraíba foi incorporada à Capitania de Itamaracá, mas a colonização e povoamento só começaram cinco décadas depois, por volta de 1580. Um dos motivos para a ocupação efetiva da Paraíba foi o pau-brasil, árvore tão preciosa e valiosa na Europa e que era extraída de forma considerável dos solos brasileiros. Muitos consideram essa extração como o primeiro desmatamento de nossa história.
No século XVII, por volta de 1625, holandeses invadiram a Paraíba para dominar a produção de açúcar e o cultivo da cana. Após anos de lutas entre europeus e defensores da região, os primeiros foram expulsos em 1670, mas deixaram os canaviais praticamente destruídos, uma perda econômica praticamente irrecuperável. Até então, a ocupação da Paraíba era restrita ao litoral. Após esse feito, o interior da região começou a ser ocupado com a criação pecuarista, envolvendo bovinos e caprinos.
A história do Brasil teve muitos de seus episódios em solo paraibano. No século XIX, durante as lutas contra a monarquia portuguesa, a Paraíba vivenciou dois importantes movimentos: a Revolução Pernambucana (1817) e a Confederação do Equador (1824), ambos com características de questionamento ao modo como a coroa portuguesa governava o Brasil.
Já no século XX, durante a Primeira República, o estado foi governado por oligarquias, como a de Epitácio Pessoa e Venâncio Neiva (o primeiro governador do estado).
Nas eleições de 1930 para a presidência do país, o estado era governado por João Pessoa, que na época se candidatou a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas. Nesse mesmo ano, João Pessoa foi assassinado. Para homenageá-lo, a capital, que se chamava Cidade da Paraíba, teve seu nome alterado para o nome do então governador.
Mapa da Paraíba
Demografia da Paraíba
Com pouco mais de 4 milhões de habitantes (IBGE, 2020), a Paraíba é o 5º estado mais populoso do Nordeste. Em 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano era de 0,658, o 23º colocado no ranking brasileiro.
O estado conta com índices sociais preocupantes, como:
- taxa de analfabetismo (21,6%);
- mortalidade infantil (35 a cada mil nascidos vivos); e
- rendimento nominal mensal domiciliar per capita (R$ 892), de acordo com o IBGE.
A composição populacional está assim distribuída, ainda segundo o IBGE: pardos (52,9%), brancos (42,5%), negros (3,9%), além de indígenas (0,4%) e outros sem declaração (0,6%).
A população está concentrada nas áreas litorâneas e próximas ao Planalto da Borborema, principalmente nas cidades de João Pessoa (817 mil habitantes), Campina Grande (411 mil habitantes), Santa Rita (137 mil habitantes) e Bayeux (99 mil habitantes). O estado está dividido em 117 municípios.
A capital João Pessoa é chamada de “Porta do Sol” pelos habitantes locais. Isso ocorre devido à localização geográfica, com a Ponta do Seixas, o ponto mais oriental do Brasil. João Pessoa também é conhecida por ter uma das menores desigualdades do Nordeste.
Divisão geográfica da Paraíba
Segundo o IBGE, a Paraíba está dividida em 4 regiões geográficas e estas se subdividem em 23 microrregiões, de acordo com critérios socioeconômicos e políticos. As quatro regiões geográficas são: Agreste Paraibano, Borborema, Mata Paraibana e Sertão Paraibano. Já as 23 microrregiões estão, em ordem alfabética, assim organizadas:
- Brejo Paraibano
- Cajazeiras
- Campina Grande
- Cariri Ocidental
- Cariri Oriental
- Catolé do Rocha
- Curimataú Ocidental
- Curimataú Oriental
- Esperança
- Guarabira
- Itabaiana
- Itaporanga
- João Pessoa
- Litoral Norte
- Litoral Sul
- Patos
- Piancó
- Sapé
- Seridó Ocidental
- Seridó Oriental
- Serra do Teixeira
- Sousa
- Umbuzeiro
Veja no mapa a seguir a disposição geográfica das microrregiões da Paraíba.
Economia da Paraíba
A economia da Paraíba se baseia, principalmente, no setor primário e no setor secundário, com a agricultura e produção industrial. O setor terciário está presente nas áreas litorâneas, sobretudo com atividades turísticas e comerciais devido ao belo litoral paraibano.
Segundo estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a participação da Paraíba na composição do Produto Interno Bruto (PIB) nordestino é de pouco mais de 6% e menos de 1% no PIB nacional.
Na agricultura, a Paraíba possui destaques nas produções de cana-de-açúcar, abacaxi, fumo, milho, castanha-de-caju, mamão, manga, umbu, graviola e outros produtos. A indústria têxtil é bastante produtiva no estado, com calçados e outros produtos de couro.
Os calçados de borracha responderam por 35,9% das exportações do estado em 2010, segundo o Ipea. Derivados da cana, como álcool e açúcar, também contribuíram significativamente para o PIB estadual (cerca de 10% das exportações). As principais indústrias se concentram na Região Metropolitana de João Pessoa, em especial nas cidades de Bayeux, Cabedelo, Conde, Lucena e Santa Rita.
Grande parte da população paraibana concentra-se nas atividades agrícolas (35,3%), o que mostra a relevância do setor para o estado.
O Porto de Cabedelo é referência no escoamento da produção estadual. Localizado na cidade de mesmo nome, esse porto transporta tanto cargas quanto passageiros. Contudo, o principal fluxo do porto é o de cargas.
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Bandeira da Paraíba
Governo da Paraíba
O governo paraibano é exercido pelo governador do estado e chefe do Executivo local, eleito com eleições realizadas de quatro em quatro anos. A sede do governo do estado é o Palácio da Redenção, localizado em João Pessoa.
Infraestrutura da Paraíba
O estado conta com pouco mais de 5.300 quilômetros de rodovias estaduais (cerca de 4.000 quilômetros) e federais (cerca de 1.300 quilômetros), que interligam o território internamente e com os demais estados do Nordeste.
As rodovias federais mais utilizadas são a BR-101, que cruza todo o litoral do estado, e a BR-230, também conhecida como Transamazônica. Esta parte do Porto de Cabedelo e vai em direção à fronteira brasileira com o Peru, sendo uma das maiores do Brasil.
O Porto de Cabedelo é um grande triunfo da economia paraibana, pois exporta grande parte da produção nordestina e é a principal porta de entrada de importações no Brasil. Esse porto possui uma interligação com vários modais de transporte, como ferrovias, hidrovias e rodovias.
A Companhia Ferroviária Nordestina atende o porto e possui 4.238 quilômetros de malha ferroviária, interligando a Paraíba com Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
Cultura da Paraíba
O povo paraibano possui significativa contribuição para a cultura nordestina e brasileira. Nomes como Augusto dos Anjos, Ariano Suassuna, Assis Chateaubriand, Celso Furtado e José Lins do Rego são expoentes da literatura local e nacional.
Outro destaque do estado é a maior festa de São João do mundo, que acontece entre junho e julho, em Campina Grande, atraindo milhões de turistas de todo o Brasil e sendo reconhecida internacionalmente.
No campo do entretenimento, a Paraíba conta com uma gama de artistas reconhecidos internacionalmente. Veja alguns expoentes culturais do estado:
- Chico César
- Elba Ramalho
- Genival Lacerda
- Geraldo Vandré
- Hebert Vianna
- Jackson do Pandeiro
- Luiz Carlos Vasconcelos
- Roberta Miranda
O artesanato também é presença forte na cultura paraibana. Trabalhos com cerâmica, fibras, crochê e tapeçaria ajudam a fomentar o comércio local, principalmente nas cidades praieiras, onde são comprados por turistas que visitam o estado.
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[1] Cacio Murilo / Shutterstock