Sabe-se que, atualmente, a fronteira agrícola no Brasil encontra-se na região amazônica, mais especificamente nos estados do Pará, Rondônia, Mato Grosso e Maranhão. Nesses locais, observa-se uma intensa destruição da floresta amazônica, processo realizado, na maioria das vezes, de forma ilegal e clandestina.
Pode-se dizer que a ocupação da Amazônia ocorre desde os tempos coloniais, mas foi ao longo do século XX que ela se intensificou, principalmente nas décadas de 1970 e 80. Nos anos 1990 houve um pequeno recuo da ocupação e do desmatamento, que voltaram a se intensificar nos anos 2000.
Por se tratar de uma área extremamente vasta, fiscalizar toda a área é muito difícil, fato que se agrava em virtude do baixo número de fiscais e da ausência de equipamentos adequados de trabalho. Atualmente, estima-se que, a cada ano, o desmatamento destrói entre 11 mil e 25 mil km² de florestas, áreas maiores que alguns estados e até mesmo alguns países.
O saldo disso é uma vasta área desmatada. Não existem definições precisas sobre o tamanho da floresta que já foi destruído. As estimativas mais otimistas colocam que 15% da floresta original foi perdida, as mais pessimistas elevam esse quantitativo para 30%.
Os motivos da ocupação do território da Floresta Amazônica são, sobretudo, econômicos. Milhares de hectares vão ao chão para a produção de monoculturas exportadoras, como a soja, e para a prática pecuarista. Outro fator bastante frequente é a especulação, em que pessoas ou empresas ocupam determinadas áreas da floresta aguardando uma valorização futura para a venda.
Outra questão é a instalação de usinas hidrelétricas. Em razão do potencial hidráulico dos afluentes do Rio Amazonas e do fato de se tratar de uma região plana, o governo já estuda a instalação de algumas usinas de produção de energia.
Um dos projetos é a usina de Tapajós, que seria composta por sete grandes hidrelétricas. Outro é o da Usina de Belo Monte, que está sendo construída no Rio Xingu, no Pará, e que deve ser concluída em 2015. Essa usina vem sendo alvo de muitos protestos e críticas de ambientalistas e das populações tradicionais da região.
As consequências da destruição – mesmo que parcial – da Amazônia são graves. Dentre elas, podemos enumerar:
a) redução da biodiversidade e extinções;
b) empobrecimento dos solos;
c) interferências climáticas;
d) aumento da produção de gás carbônico (CO2) em virtude das queimadas;
e) expulsão de comunidades tradicionais e destruição de reservas indígenas;
f) aumento do número de homicídios em razão das disputas territoriais nas zonas da fronteira agrícola.