O Nafta é um bloco econômico que funciona apenas como acordo comercial entre Estados Unidos, México e Canadá.
O Nafta (North American Free Trade Agreement: “Tratado Norte-Americano de Livre Comércio”) é um bloco econômico gestado em 1989 e oficializado em 1994. Ele é composto por Estados Unidos, Canadá e México, tendo também o Chile como membro associado.
Para os Estados Unidos e o Canadá, o Nafta funciona como um importante acordo comercial e econômico para ampliar os seus mercados consumidores, uma vez que nesse tratado o objetivo principal é a realização de acordo comerciais. Assim, os seus produtos tecnológicos encontram mais facilidade para migrarem, principalmente, em direção ao México e ao seu amplo mercado consumidor.
Outro interesse, por parte de estadunidenses e canadenses, é a facilidade que o Nafta oferece para a expansão de suas multinacionais no território mexicano, onde encontram mão de obra barata e abundante, além de matérias-primas baratas e disponíveis. Isso também se comporta como uma estratégia para conter o fluxo migratório da população do México em direção ao norte em busca de emprego, uma vez que as vagas passam a ser oferecidas no próprio espaço mexicano (porém, geralmente, em condições inferiores aos postos de empregos existentes em solo norte-americano).
Por parte do México, o Nafta torna-se importante no sentido de estabelecer uma maior integração com os vizinhos do norte que, por questões históricas, sempre se mantiveram mais receosos em manter uma política comercial com o país. Com isso, o México conseguiria uma forma de ampliar e facilitar a exportação, principalmente, de seus produtos primários, que passariam a abastecer os meios produtivos e industriais dos Estados Unidos e do Canadá.
É importante ressaltar que as características do Nafta limitam-se ao aspecto comercial, envolvendo trocas de matérias-primas, produtos industrializados, fornecimentos de energia e fluxos de capitais. Nesse sentido, é impensável falar em uma livre circulação de pessoas, sobretudo entre o México e os Estados Unidos. Na verdade, os EUA buscam, a todo custo, conter a entrada de imigrantes, tendo construído, inclusive, um muro para separar a fronteira entre os dois países. Apesar disso, milhares de mexicanos (e outros habitantes de países sul-americanos) ingressam em território norte-americano todos os anos.
Apesar dos interesses por parte do México em ampliar a abertura comercial do país iniciada na primeira metade da década de 1980, o Nafta vem se demonstrando, conforme a maioria das análises, como uma grande desvantagem econômica para o país. Muitos de seus setores produtivos entraram em declínio em função do acordo graças à impossibilidade dos produtores (principalmente os de minifúndios) em competir com as mercadorias estrangeiras. Um exemplo emblemático dessa ocorrência foi a produção de milho, que entrou em derrocada no México graças à facilidade que os produtores estadunidenses encontraram em exportar o produto para o país, com impostos baixos e transporte facilitado.
Por outro lado, muitos produtos mexicanos encontram dificuldades para entrar no mercado dos Estados Unidos, que muitas vezes coíbe ou taxa essas mercadorias graças à pressão exercida pelos produtores e pelos sindicatos locais, que temem sofrer com a concorrência advinda do sul.
Dentro dos Estados Unidos e do Canadá existem também volumosas críticas internas direcionadas ao Nafta, a maioria delas relacionadas à migração das indústrias desses países em direção ao México, pois nesse país os salários são menores e as leis trabalhistas são mais vulneráveis. Assim, há uma forte tendência ao desemprego no setor secundário desses países, despertando a ira de empresários locais que temem a elevação da fragilidade do mercado consumidor.