Muro do México

O Muro do México, mesmo sendo bastante criticado, procura conter a onda de imigração ilegal para o território dos Estados Unidos.

Área do Muro do México localizada entre Tijuana (MEX) e San Diego (EUA)

O Muro do México – ou Muro fronteiriço Estados Unidos-México – é uma obra que visa à separação da fronteira entre o território mexicano e o espaço geográfico estadunidense, com o objetivo principal de controlar a imigração ilegal que ocorre entre os dois países.

O início da construção do Muro do México aconteceu em 1991, e as obras foram intensificadas a partir de 1994, quando o governo dos Estados Unidos iniciou a “Operação Guardião”, cujo objetivo era aumentar a proteção das fronteiras. Com a ocasião dos atentados de 11 de setembro de 2001, os EUA encontraram a justificativa ideal para dar prosseguimento e expandir ainda mais rapidamente o muro.

Atualmente, a extensão do Muro do México aproxima-se dos 1200 metros, e há projetos para que ele seja expandido ainda mais ao longo dos próximos anos. Além disso, existem obras para inserção tecnológica nas áreas já construídas, como detectores de infravermelho, alarmes, sistemas de repressão, torres e outros. Em alguns pontos, o muro resume-se a uma cerca de 4 ou 5 metros com algumas proteções; já em outros locais, há mais proteção, com dois muros separados por uma faixa de terra onde percorrem veículos militares constantemente, sempre monitorados por elevadas torres de observação.

A quantidade de mexicanos ou populações de outros países que tentam atravessar a fronteira em busca de melhores condições de vida nos Estados Unidos é muito elevada. Em razão da repressão nas áreas de fronteira e, principalmente, das condições climáticas severas de algumas áreas desérticas que separam os dois países, estima-se que mais de 5,6 mil pessoas já morreram tentando efetuar a migração.

É interessante observar que, mesmo com a maior proteção das fronteiras entre os dois países – uma das mais vigiadas do mundo – e toda a política envolvida para conter as imigrações ilegais, elas ainda ocorrem em grande quantidade. Contudo, nos últimos anos, o número de imigrantes ilegais nos Estados Unidos vem diminuindo, o que não se deve à existência do Muro do México, mas sim à menor quantidade de empregos e oportunidades no território estadunidense nos últimos anos. Outro ponto de questionamento nesse debate é o fato de a existência do muro transfronteiriço não ter conseguido impedir ou diminuir o intenso tráfico de drogas que existe entre os dois países.

Existem, dessa forma, muitas críticas ao Muro do México que vão além da ineficácia de seu funcionamento. Não são poucos os analistas políticos e cientistas sociais que afirmam que o muro é mais do que uma construção de fronteira, mas uma divisão simbólica entre o “norte desenvolvido” e o “sul subdesenvolvido”. Outra crítica relaciona-se com a política norte-americana de reter a população mexicana, mas enviar ao México uma grande quantidade de empresas multinacionais que se aproveitam da mão de obra barata existente no país.


Imagem aérea da cidade de Agua Prieta, bastante urbanizada, na fronteira com o Arizona

Por: Rodolfo F. Alves Pena

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