O estado de Minas Gerais integra o Sudeste do Brasil. É o segundo mais populoso do país e detentor da terceira maior economia, da qual se destacam a mineração e agropecuária.
Minas Gerais é um estado brasileiro que está localizado na Região Sudeste. Belo Horizonte é a sua capital e também o município do estado com o maior número de habitantes. No geral, a população mineira é a segunda maior do país.
A paisagem de Minas Gerais é formada por planaltos e depressões, além da sua cobertura vegetal composta pelo Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. A mineração, que deu início ao processo de ocupação do estado, se mantém como uma das suas principais atividades econômicas.
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Dados gerais de Minas Gerais
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Região: Sudeste.
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Capital: Belo Horizonte.
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Governo: democracia representativa, com o governador à frente do Poder Executivo estadual.
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Área territorial: 586.513,993 km² (IBGE, 2020).
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População: 21.292.666 habitantes (estimativa IBGE, 2020).
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Densidade demográfica: 33,41 hab./km² (IBGE, 2010).
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Fuso: Horário Padrão de Brasília (GMT -3 horas).
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Clima: tropical de altitude.
Geografia de Minas Gerais
O estado de Minas Gerais compõe a Região Sudeste do Brasil, tendo como capital Belo Horizonte. Possui área de pouco mais de 586 mil km², sendo o quarto em extensão do país. O território mineiro faz divisa:
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ao norte, com a Bahia;
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a leste, com o Espírito Santo e com o Rio de Janeiro;
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ao sul e sudoeste, com São Paulo; e
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a oeste, com o Mato Grosso, Goiás e também com o Distrito Federal.
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Clima de Minas Gerais
O clima tropical é predominante, havendo significativa diferenciação regional. Ao norte é possível encontrar uma área em que há a ocorrência do clima semiárido, caracterizado pelas elevadas temperaturas ao longo do ano e um período de escassez de chuvas, que se estende pelos meses do outono ou inverno. A média pluviométrica anual é de aproximadamente 750 mm.
Nas áreas mais elevadas do estado, identifica-se o clima tropical de altitude. As temperaturas são mais amenas, inclusive no verão, quando os termômetros marcam, em média, 22º C. Essa estação se caracteriza como a mais chuvosa, e os invernos são secos. O sul e sudoeste do estado, de clima tropical, concentram os maiores índices pluviométricos, acima de 1.200 mm.
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Relevo de Minas Gerais
O relevo de Minas Gerais é formado por grandes extensões de planaltos e depressões. As cotas altimétricas variam entre 500 e 1.500 metros.
Conforme a classificação de Jurandyr Ross, parte do oeste mineiro é caracterizada pelas formações da unidade da Depressão Sertaneja e do São Francisco. A maior parcela do estado está compreendida em unidades planálticas, como os Planaltos e Serras de Goiás-Minas (sudoeste) e do Leste-Sudeste. Nesse domínio se encontra a Serra do Espinhaço, que avança também pelo estado da Bahia, onde as elevações podem superar 1.000 metros.
Na fronteira com o Espírito Santo, está localizado o Pico da Bandeira, na Serra do Caparó. Trata-se do ponto culminante do estado, a 2.892 metros acima do nível do mar. O sul e sudeste mineiros apresentam também grandes elevações, como nas serras da Canastra e Mantiqueira.
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Vegetação de Minas Gerais
O Cerrado recobre a maior parte do território, abrangendo principalmente as terras a sudoeste e a oeste. No sul e leste do estado, encontra-se a Mata Atlântica, enquanto ao norte, no semiárido mineiro, predomina a Caatinga. Em algumas das áreas de maior elevação, encontram-se os campos rupestres de altitude.
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Hidrografia de Minas Gerais
Os rios mineiros integram quatro bacias hidrográficas nacionais:
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do Paraná,
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do São Francisco,
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do Atlântico Leste e
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do Atlântico Sudeste.
Entre os principais rios do estado podemos citar: São Francisco, cuja nascente está localizada na Serra da Canastra, Grande, Doce, Jequitinhonha, Paranaíba, Paraopeba e Araguari.
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História de Minas Gerais
A área que corresponde hoje ao estado de Minas Gerais era habitada essencialmente pelas populações indígenas até meados do século XVI. Com as expedições conhecidas como Bandeiras, que tinham como objetivo a busca por metais preciosos no interior do Brasil e a captura de indígenas para o trabalho escravo, a exploração do território foi se interiorizando, chegando até as terras mineiras. A descoberta das primeiras jazidas de ouro aconteceu apenas no final do século XVII, dando início ao período histórico e econômico denominado de Ciclo do Ouro, que se estendeu até o final do século seguinte.
Com o desenvolvimento da exploração mineral, houve um intenso processo de ocupação e urbanização do interior de Minas Gerais. A economia aurífera impulsionou o desenvolvimento de outros setores produtivos complementares a fim de abastecer as novas vilas, transformando a então capitania no principal centro econômico do país.
Em decorrência disso, houve a transferência do centro político para a Região Sudeste, com a instalação da capital do Brasil Colônia no Rio de Janeiro, em 1763. Um conflito que se tornou um marco na história mineira ocorreu no final do século XVIII, motivado pelo aumento dos impostos cobrados sobre os minérios. Tratamos aqui da Inconfidência Mineira, que teve como um de seus líderes Tiradentes.
O século XIX foi marcado pela produção cafeeira e por um novo salto no desenvolvimento econômico e urbano do estado, dando início também ao seu processo de industrialização, que se acelerou a partir da década de 1950. Atualmente, Minas Gerais figura como a terceira maior economia do país e o segundo estado com maior concentração populacional.
Mapa de Minas Gerais
Demografia de Minas Gerais
Minas Gerais é o segundo estado mais populoso do Brasil, atrás apenas de São Paulo. De acordo com as estimativas do IBGE para 2020, a população mineira é de 21.292.666 habitantes, valor que equivale a 10,1% da população brasileira. A densidade demográfica do estado era de 33,41 hab./km², conforme o censo de 2010. Atualmente, calcula-se que esse valor seja de 36,3 hab./km², após um acréscimo de mais de 1,6 milhão de habitantes em uma década.
A taxa de urbanização é de 85,29%, levando em conta os dados de 2010. A capital mineira, Belo Horizonte, tem um contingente de 2.521.564 habitantes, o que a torna a sexta capital mais populosa do Brasil. O município de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, é o segundo mais populoso e um dos municípios com maior taxa de crescimento do estado, contando com 699.097 habitantes. Destacam-se ainda Contagem, Juiz de Fora, Betim e Montes Claros.
O IDH de Minas Gerais é de 0,731. A expectativa de vida é um dos componentes que auxiliam no cálculo desse indicador, e sua média atual no estado é de 78 anos, superior à nacional.
Divisão geográfica de Minas Gerais
O estado Minas Gerais é composto por 853 municípios, os quais são agrupados pelo IBGE em 70 regiões geográficas imediatas. As regiões imediatas formam as regiões intermediárias, que são:
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Belo Horizonte;
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Montes Claros;
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Teófilo Otoni;
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Governador Valadares;
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Ipatinga;
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Juiz de Fora;
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Barbacena;
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Varginha;
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Pouso Alegre;
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Uberaba;
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Uberlândia;
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Patos de Minas;
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Divinópolis.
Economia de Minas Gerais
A economia mineira é a terceira maior do país. O PIB do estado, de acordo com o IBGE, é de R$ 614,87 bilhões, valor esse que representa 8,8% do PIB do Brasil. Analisando sua composição, temos que o setor terciário, com exceção da administração pública, responde por 50,98% do valor adicionado. A fatia da indústria é de 26,51%, enquanto a agricultura contribui para 5,21% do PIB de Minas Gerais.
A mineração e a indústria associada a ela, como a siderúrgica e metalúrgica, são suas principais atividades econômicas. Pouco mais da metade da produção nacional de minério de ferro é oriunda de Minas Gerais, que responde ainda por um terço de toda a produção mineral do país. São encontrados no estado, além do minério de ferro, ouro, manganês, bauxita, prata, quartzo, calcário, nióbio e outros. A província mineral do Quadrilátero Ferrífero, no centro-sul/sudeste do estado, é a principal área de mineração e uma das maiores províncias minerais do Brasil.
O setor secundário conta ainda com a construção civil, produção de alimentos, biocombustíveis, produtos químicos e com a indústria automotiva. Na agropecuária, destacam-se os rebanhos bovinos e a produção de carne e leite, bem como os cultivos de café, soja, cana-de-açúcar, feijão e milho.
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Governo de Minas Gerais
Minas Gerais é uma democracia representativa. A cada quatro anos são realizadas eleições a fim de que a população eleja os seus governantes. O Poder Executivo estadual é chefiado pelo governador. O Legislativo mineiro é formado por 3 senadores federais, 53 deputados federais e 77 deputados estaduais.
Bandeira de Minas Gerais
Infraestrutura de Minas Gerais
O estado dispõe de uma ampla rede de saneamento para atender a sua população. A capital, Belo Horizonte, figura entre as capitais brasileiras que ofertam melhor qualidade de vida aos moradores. O atendimento da rede de água abrange 92,9% da população urbana, 82,1% do total. A rede de esgoto, por sua vez, atende a 81,7% dos moradores das áreas urbanas. Em 2019, 42% desses resíduos de esgoto eram tratados, quase o dobro do que era em 2010.
Os deslocamentos e a conexão com outras regiões do país são feitos, principalmente, por meio das rodovias, que servem ainda ao transporte de cargas. O estado possui pouco mais de 272 mil km de estradas, contabilizando estaduais, municipais e federais. Algumas das rodovias federais que atravessam o estado são a Fernão Dias (BR-381), BR-116, BR-040 e BR-153.
A malha ferroviária mineira é importante para a movimentação de cargas, sobretudo derivadas da mineração, e também de passageiros, como é o caso da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). As conexões aéreas são feitas por meio dos aeroportos, notadamente o de Belo Horizonte.
Cultura de Minas Gerais
A influência de povos como os indígenas, os africanos, os portugueses, os italianos e migrantes de outras partes do Brasil encontra-se refletida nos costumes e tradições mineiros, nas suas músicas, na culinária, nas artes e em diversos outros aspectos da cultura do estado.
O rico folclore mineiro se expressa em festividades como o Congado, a Folia de Reis, a Festa do Divino, a Mulinha de Ouro, a Dança de São Gonçalo e o Bumba Meu Boi, para citarmos alguns exemplos. A própria paisagem urbana do estado carrega, em suas formas arquitetônicas, não somente a história de Minas Gerais, como também a identidade de grandes nomes das artes visuais, como Antônio Francisco de Lisboa, o Aleijadinho. Importantes autores da literatura brasileira têm suas raízes no estado, como Carlos Drummond de Andrade e Carolina Maria de Jesus.
Os queijos se tornaram o principal símbolo da culinária mineira, sendo muito consumidos na sua forma original, mas também em preparos doces e salgados, como o tradicional pão de queijo. Doces à base de leite, a goiabada cascão, o café e pratos como o feijão-tropeiro, o frango com quiabo e muitos outros preparos compõem o quadro gastronômico do estado.