Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul é um estado localizado na região Centro-Oeste do Brasil. Faz divisa com cinco estados brasileiros e dois países sul-americanos, Bolívia e Paraguai.

Mato Grosso do Sul é um estado brasileiro localizado na região Centro-Oeste. Faz fronteira com cinco estados (Goiás, Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Mato Grosso) e dois países da América do Sul, Bolívia e Paraguai. A sigla do estado é MS.

Confira alguns dados selecionados do Mato Grosso do Sul, estado que está entre os destaques da agricultura brasileira, conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Dados gerais do Mato Grosso do Sul

  • Região: Centro-Oeste do Brasil

  • Capital: Campo Grande

  • Gentílico: sul-mato-grossense ou mato-grossense-do-sul

  • Governo: democrático representativo

  • Área territorial: 357.147,994 km² (IBGE, 2020)

  • População: 2.809.394 de habitantes (IBGE, 2020)

  • Densidade demográfica: 6,86 hab./km² (IBGE, 2010)

  • Fuso: -4 GMT

  • Clima: Tropical

Geografia do Mato Grosso do Sul

Localizado na região Centro-Oeste, Mato Grosso faz fronteira com cinco estados do Brasil:

Além desses, Mato Grosso do Sul possui duas fronteiras internacionais: Bolívia (noroeste) e Paraguai (sudoeste).

O clima do estado é, predominantemente, Tropical, com verões quentes e chuvosos. O inverno é seco, e as médias termais anuais não ultrapassam 26 ºC, com índices pluviométricos que podem chegar a 1500 mm por ano.

Com um relevo de baixas altitudes, o Mato Grosso do Sul abriga uma das maiores planícies alagadas do mundo, o Pantanal. Cerca de 65% do Pantanal brasileiro estão em território sul-mato-grossense, em uma área cercada de planaltos que não ultrapassam 700 m de altitude. No Pantanal, as altitudes chegam a, no máximo, 200 m.

Bonito, município localizado a 300 km de Campo Grande, capital do estado, é uma das áreas de ocorrência do Pantanal, atraindo turistas de todo o Brasil, quiçá do mundo. Outro ponto de atração turística é a serra do Bodoquena, que concentra as nascentes do rio Formoso e outros afluentes, todos com água cristalina e formando belas cachoeiras.

Águas do rio Formoso em Bonito, Mato Grosso do Sul.

O ponto mais alto do relevo do Mato Grosso do Sul é o morro Grande, no maciço Urucum, com 1065 m de altitude. Nessa localidade pode-se encontrar grandes reservas de manganês, mineral comum em várias indústrias brasileiras.

A hidrografia do estado é bastante rica, com rios que alimentam bacias importantes do Brasil e do Paraguai. Os maiores rios são o Paraná, a leste, e o Paraguai, a oeste. Outros rios também contribuem com o regime hídrico do estado. Dentre eles, podemos destacar os rios Anhanduí, Apa, Sucuriú, Verde, Miranda, Pardo, e outros.

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História do Mato Grosso do Sul

O estado de Mato Grosso do Sul nasceu, em 1977, com o desmembramento territorial do vizinho Mato Grosso. A partir da assinatura da Lei Complementar 31, em 11 de outubro daquele ano, pelo então presidente Ernesto Geisel, Mato Grosso do Sul foi criado no intuito de facilitar a administração regional de uma área tão grande. Na época, Mato Grosso era o maior estado da federação, com áreas bastante desiguais em termos populacionais e econômicos.

O desejo de separação dos habitantes do sul de Mato Grosso era algo que remontava ao fim do século XIX, quando políticos de Corumbá, cidade localizada atualmente em Mato Grosso do Sul, propuseram a transferência da capital de Mato Grosso para essa cidade. Contudo, o movimento era mais político e oligárquico do que territorial e popular, sendo logo engavetado pelas autoridades da época.

Durante o século XX, várias iniciativas separatistas esbarram em interesses políticos de integração nacional, sobretudo durante os governos de Getúlio Vargas (1930-45 e 1950-54). Somente com os governos militares, na década de 1960, foi que a ideia de separação territorial ganhou força.

À época, os militares buscavam controlar os problemas sociais (muitas vezes usando a força) para garantir desenvolvimento e segurança. Sabendo disso, lideranças políticas que apoiavam a separação se aproximaram do governo federal no intuito de levar a divisão adiante, alegando que tal ação seria benéfica para o progresso regional.

Assim, em abril de 1977, Ernesto Geisel tomou a decisão de desmembrar Mato Grosso e criar Mato Grosso do Sul, assinando a Lei Complementar 31 em outubro do mesmo ano. Dois anos depois, o gaúcho Harry Amorim Costa assumiu como primeiro governador do estado.

Mapa do Mato Grosso do Sul

Divisão geográfica do Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul possui 79 municípios que estão divididos em três regiões geográficas intermediárias, conforme divisão feita pelo IBGE em 2017. Dentro dessa divisão regional, outras 12 regiões imediatas contribuem para a compreensão da formação territorial do estado, conforme o mapa a seguir:

Mapa de Mato Grosso do Sul com as regiões geográficas intermediárias.

Fonte: IBGE

Confira as regiões intermediárias de Mato Grosso do Sul, segundo o IBGE:

  • Região Intermediária Campo Grande

  • Região Intermediária Dourados

  • Região Imediata Corumbá

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Demografia do Mato Grosso do Sul

De acordo com o IBGE, em 2010 o Índice de Desenvolvimento Humano de Mato Grosso do Sul era 0,729, ocupando a 10ª posição no ranking nacional. A composição populacional se deu por meio de uma grande miscigenação entre vários povos do Brasil e imigrantes de outras nacionalidades, como Alemanha, Espanha, Itália, Japão, Paraguai, Portugal, Síria e Líbano, que povoaram a região no século passado.

O estado conta com a segunda maior população de indígenas do Brasil, com mais de 77 mil nativos habitando o território sul-mato-grossense. Desses, 61 mil vivem em terras indígenas. Associado ao grande número de imigrantes paraguaios, Mato Grosso do Sul possui alta porcentagem de pardos em sua população.

A cidade mais populosa é a capital Campo Grande, que, em 2020, contava com 906.092 habitantes, segundo o IBGE. Outras cidades também se destacam na quantidade de habitantes, como Dourados (225.495 habitantes), Três Lagoas (123.281 habitantes), Corumbá (112.058 habitantes) e Ponta Porã (93.937 habitantes).

Apesar dos esforços de imigração e povoamento, Mato Grosso do Sul possui grandes vazios demográficos, tornando o estado o 7º menos populoso do país.

Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.

Economia do Mato Grosso do Sul

A economia sul-mato-grossense possui grande força na agropecuária. Segundo dados do governo do estado, o agronegócio responde por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul, sendo um motor para a economia regional.

O estado possui um rebanho bovino estimado em pouco mais de 19 milhões de cabeças, além de criação de asininos, equinos e muares. Na agricultura, a produção de grãos como soja e milho fornece a Mato Grosso do Sul posição de destaque no cenário nacional. Arroz, cana-de-açúcar, trigo, mandioca e algodão são alguns dos produtos cultivados no estado que contribuem significativamente para a sua economia.

Colheitadeiras de soja em Chapadão do Sul, Mato Grosso do Sul. [1]

Minérios de ferro e manganês estão presentes no solo de Mato Grosso do Sul. Esses minérios são utilizados em várias indústrias estaduais e exportados para outros estados.

O turismo também está presente na composição do PIB do estado, no setor terciário. Cidades como Corumbá e Bonito concentram lindas paisagens do Pantanal, atraindo visitantes de todos os cantos do país. Corumbá é conhecida como a capital do Pantanal, cidade famosa pela pesca e pelo mergulho às margens do rio Paraguai.

Bonito, Mato Grosso do Sul.[2]

Governo do Mato Grosso do Sul

O governo sul-mato-grossense é exercido pelo governador do estado, chefe do Executivo local, eleito por eleições periódicas realizadas de quatro em quatro anos. A sede do governo do estado se encontra no Parque dos Poderes, na capital Campo Grande.

Além de sediar o poder Executivo, o Parque abriga os poderes Legislativo, Judiciário e a sede do Ministério Público estadual. Criado em 1982, o Parque é de responsabilidade do governo estadual.

Bandeira do Mato Grosso do Sul

Infraestrutura do Mato Grosso do Sul

Com uma localização bastante estratégica na América do Sul, Mato Grosso do Sul conta com uma ampla rede de transportes envolvendo rodovias, ferrovias e hidrovias que interligam o estado a várias regiões do continente. Ademais, o estado possui importante rota de ligação bioceânica, ligando o oceano Pacífico ao oceano Atlântico.

De acordo com dados do governo do estado, a malha rodoviária estadual é de 12.652,90 km, com 4094 km pavimentados. Já na malha rodoviária federal, quatro rodovias estão entre as mais importantes do estado: a BR-163, que cruza o estado de sul a norte (Paraná até Mato Grosso); a BR-267, no sentido leste–oeste, ligando o estado a São Paulo; a BR-060, que dá acesso a Goiás e Distrito Federal; e a BR-262, que conecta Corumbá a Vitória, no Espírito Santo.

Mato Grosso do Sul conta com quatro aeroportos internacionais localizados em Campo Grande, Corumbá, Ponta Porã e Bonito, um grande avanço se comparado com outros estados do centro–norte brasileiro.

A hidrovia Paraguai-Paraná possui 3442 km de extensão, constituindo em importante rota de interligação latino-americana bem como do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Essa hidrovia se interliga com a Tietê-Paraná, que possui 2400 km, dos quais 600 estão em Mato Grosso do Sul.

Os portos de Bataguassu e Mundo Novo, nas divisas com São Paulo e Paraná, contribuem para o escoamento da produção sul-mato-grossense.

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Cultura do Mato Grosso do Sul

A cultura de Mato Grosso do Sul caminha pela forte miscigenação que moldou a população do estado. A música, a gastronomia e as manifestações artísticas locais perpassam pela diversidade trazida com imigrantes e suas respectivas culturas, dando um caráter bastante peculiar ao povo sul-mato-grossense.

Arroz com pequi, sopa paraguaia, peixe à pantaneira, linguiças e sobá podem facilmente ser encontrados na mesa das casas de Mato Grosso do Sul. O tereré, típica bebida paraguaia que se assemelha ao chimarrão gaúcho, também é bem comum. A diferença entre eles é a temperatura da água, uma vez que o chimarrão é servido quente, e o tereré, gelado.

Em Campo Grande, vários museus aguçam a intelectualidade e o gosto pela cultura local, como:

  • Memorial da Cultura Indígena

  • Museu de Arte Contemporânea

  • Museu da História da Medicina

  • Museu da Imagem e do Som

Na música, os sul-mato-grossenses flertam com harpas e violões, instrumentos típicos dos vizinhos bolivianos e paraguaios. O ritmo conhecido como “guarânia” está presente em vários artistas regionais, como Geraldo Roca e Almir Sater.

Créditos das imagens:

[1] lourencolf / Shutterstock

[2] Daniella cronemberger / Shutterstock

Por: Átila Matias

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