Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um índice socioeconômico medido anualmente que avalia o desenvolvimento e progresso de uma localidade. Serve para analisar a perspectiva do desenvolvimento humano, além dos indicadores econômicos, como Produto Interno Bruto (PIB) e o PIB per capita.

Sua importância se dá para a análise de políticas públicas, principalmente nos três critérios avaliados, sendo mais fidedigno à realidade dos locais estudados, que pode ser uma cidade ou até mesmo um país. Antes de ser criado, as políticas públicas levavam em consideração o PIB per capita para compreender determinados espaços, mas essa era uma análise errônea, pois a desigualdade social dos países mais pobres não é mostrada nesse critério.

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Como se calcula o IDH?

O IDH é calculado pela Organização das Nações Unidas (ONU) quando se trata de países, com base nos indicadores sociais de avaliação estabelecidos. Desses indicadores, uma média é feita, colocando os locais analisados em uma ordem que varia de zero a um: quanto mais próximo de um, melhor é a qualidade de vida daquela localidade.

A ONU leva em consideração três indicadores sociais:

• expectativa de vida (saúde);

• acesso à educação;

• distribuição de renda.

Esses indicadores norteiam a medição do IDH em escala local e regional.

Para um parâmetro, valores mínimos e máximos são selecionados e, depois, uma média é feita para chegar-se ao IDH de uma determinada região. Veja os valores:

Fonte: Relatório do Desenvolvimento Humano, ONU.

A expectativa de vida é analisada pela qualidade das políticas públicas voltadas à saúde, como saneamento básico, infraestrutura hospitalar, campanhas de vacinação, distribuição de medicamentos, além de outras informações semelhantes. Quanto melhor for a expectativa de vida, mais chance o local tem de ter um IDH próximo de um, desde que os outros dois indicadores também sejam bons/ótimos.

Esse índice, para o cálculo do IDH, é medido por uma divisão simples. Por exemplo: um país com expectativa de vida de 70,8 anos. Subtrai-se essa idade da faixa mínima (25 anos), e o resultado é dividido pela subtração da faixa máxima pela mínima (85 – 25 = 60).

Quanto ao acesso à educação e ao conhecimento, isso é medido pelo tempo que a população em análise frequenta as escolas e universidades. Leva-se em conta, também, as políticas educacionais da localidade, como a facilidade ao ensino, seja na educação básica, seja no superior.

O cálculo desse item é feito com base em índices de escolarização de adultos e escolarização bruta combinada. Em seguida, esses dois índices são combinados, e é atribuída uma ponderação de 2/3 para a escolarização adulta e de 1/3 para a escolarização combinada. Depois, há a subtração seguida da divisão, como no exemplo da “esperança de vida”.

Já a distribuição de renda leva em consideração a distribuição das riquezas de um país analisando-se o PIB e o tamanho de sua população (PIB per capita). Além disso, o Poder de Paridade de Compra (PPC) é avaliado, ele é o índice que verifica o quão alto é o nível de compra da população em análise. É medido em dólar.

Para esse cálculo, usa-se um logaritmo de rendimento com o PIB per capita. Veja o exemplo com o PIB per capita do Brasil de 2004, que era de 8.815 dólares:

Após esses cálculos, basta fazer uma média simples com os três resultados para obter-se o IDH local.

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Critérios de avaliação do IDH

A avaliação do IDH é feita baseando-se nos indicadores socioeconômicos já citados (educação, saúde e renda). Com base em dados oficiais, os resultados são colocados em uma ordem, que varia de zero a um. Quanto mais próximo de um, melhor é o IDH.

A ordem de classificação é assim estabelecida:

• Desenvolvimento humano baixo – abaixo de 0,549

• Desenvolvimento humano médio – entre 0,550 e 0,699

• Desenvolvimento humano alto – entre 0,700 e 0,799

• Desenvolvimento humano muito alto – acima de 0,800

Origem do IDH

A primeira publicação do IDH mundial foi feita em 1990, mas não com a grande quantidade de países que há atualmente. Esse índice foi idealizado por Mahbub ul Haq em parceria com Amartya Sen, ambos economistas asiáticos (paquistanês e indiano, respectivamente).

Esses economistas, em parceria com a ONU, criaram o Relatório do Desenvolvimento Humano, em 1990, que seria a base nas décadas seguintes para a medição do IDH.

Foi um grande avanço em termos de análise social, uma vez que o IDH avalia além das questões econômicas, como o PIB. No entanto, o IDH não abrange todos os critérios de desenvolvimento bem como não esgota as possibilidades de melhorarmos a avaliação social de inúmeros locais.

IDH do mundo

De acordo com o Relatório Desenvolvimento do Humano divulgado em 2020, com base em dados do ano anterior de 189 países, os 10 maiores IDH do mundo estão na Europa, Ásia e Oceania. São eles:

Segundo o mesmo Relatório, estes são os países com os 10 menores IDH do globo:

Vale ressaltar que todos esses países são africanos, o que reforça a pobreza e desigualdade desse continente.

IDH do Brasil

O Relatório Desenvolvimento do Humano de 2020 trouxe o Brasil na 84º posição, com um IDH de 0,765, uma queda de cinco posições se compararmos com o ano anterior. Esse índice nos coloca atrás de países vizinhos, como Colômbia (0,767), Uruguai (0,817) e Chile (0,851), o maior IDH da América do Sul.

Em relação aos municípios, o maior IDH do Brasil é o de São Caetano do Sul-SP (0,862), e o menor é de Melgaço-PA (0,418).

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Exercícios resolvidos

Questão 1 – (IFMG 2017) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador criado pela ONU que avalia as condições de vida em praticamente todos os países do mundo. Em 2011, o país de mais elevado IDH do mundo foi a Noruega, na Europa, e o país com mais baixo IDH foi a República Democrática do Congo, na África. Num mesmo país, como no Brasil, pode haver alguns lugares onde o IDH é elevado, como no sul do Brasil, e outros lugares com IDH bastante baixos, como no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Marque, abaixo, a opção que NÃO caracteriza um aspecto de medida do IDH:

A) Expectativa de vida ao nascer

B) Renda nacional bruta per capita

C) Média de anos de estudos dos adultos

D) Forte industrialização de base

Resolução

Alternativa D. O IDH leva em consideração a expectativa de vida ao nascer, a renda e a escolarização das pessoas, e não o grau de industrialização de uma localidade.

Questão 2 – (UERJ 2016) O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é composto por três indicadores: longevidade, educação e renda. No Brasil, o IDH-M cresceu 47,5% entre 1991 e 2010, conforme os mapas.

Geograficamente, o desenvolvimento humano no Brasil apresenta mudanças decorrentes dos seguintes fatores principais:

A) erradicação do analfabetismo – elevação do PIB

B) desaceleração do desemprego – incremento da industrialização

C) decréscimo da natalidade – crescimento da qualificação profissional

D) diminuição da mortalidade infantil – aumento da expectativa de vida

Resolução

Alternativa D. As mudanças no IDH de uma localidade acontecem quando há melhorias em fatores sociais que influenciam nas medições do índice, como melhora na expectativa de vida, aumento de níveis educacionais, e efetivação de boas condições para o desenvolvimento infantil, acarretando na diminuição da taxa de natalidade.