O capitalismo passou por diversas fases evolutivas que transformaram os seus modos de produção, expansão e reprodução.
O Capitalismo é um sistema econômico que surgiu ao final da Idade Média e que se consolidou a partir do século XV, com o processo de expansão colonial iniciado pelos Estados Nacionais europeus. Entre as suas características, destacam-se a constante busca, por parte dos indivíduos e das instituições, pelo lucro e acumulação de riquezas, a divisão da sociedade em trabalhadores e burgueses, a lei da oferta e da procura, bem como a livre concorrência.
Assim, ao se constituir, o capitalismo esteve caracterizado pela grande importância das trocas comerciais. No entanto, essa lógica foi mudando e outras atividades, como a industrial e a financeira, foram se sobrepondo em nível de relevância. Tais transformações provocaram muitas mudanças nas sociedades e nos modos de vida e trabalho dos indivíduos.
Capitalismo comercial
Foi a fase constitutiva do sistema capitalista, iniciado no século XV, e, como já apontamos, consistia basicamente na formação de uma economia centrada nas trocas comerciais, que envolviam tanto as sociedades de um mesmo local quanto de diferentes países.
Com a expansão marítima europeia e a formação das colônias – a exemplo do Brasil –, estabeleceu-se um cenário econômico internacional, chamado de Divisão Internacional do Trabalho, em que as colônias exportavam matérias-primas e as metrópoles produziam mercadorias.
Nesse período, o sistema econômico era o Mercantilismo, que se caracterizava pela intensa procura pelo acúmulo de territórios, matérias-primas e metais preciosos por parte das nações (metalismo). Além disso, nas trocas comerciais, cada país procurava exportar mais do que importar a fim de obter uma balança comercial favorável.
Nesse período, o modo de produção predominante, em substituição ao artesanato, era a manufatura, que consistia na divisão da produção em tarefas destinadas a vários trabalhadores a fim de se produzir uma determinada mercadoria com maior eficiência e quantidade.
No entanto, durante o capitalismo comercial, a maior parte dos trabalhadores encontrava-se, ainda, no setor primário da economia.
Capitalismo Industrial
Com o advento da Revolução Industrial, o capitalismo reinventou-se e a economia passou a estar centrada na produção maquinofaturada ou industrializada. Assim, aos poucos, a maior parte dos trabalhadores deslocou-se para o setor secundário da economia e o ritmo das produções de mercadorias ditava a velocidade do crescimento econômico.
Durante esse período, que se iniciou no século XVIII, estabeleceu-se a doutrina do liberalismo econômico, que defendia que todo o Estado, ao contrário de antes, não deveria mais comandar a economia, que seria autorregulada pelas leis do mercado em um possível equilíbrio dos preços e custos dos produtos. Nesse período, também se observou a ascendência da burguesia ao poder, substituindo e praticamente eliminando a aristocracia e a nobreza.
Capitalismo Financeiro
Ao final do século XIX e início do século XX, podemos dizer que a economia, principalmente dos países então chamados de desenvolvidos, passou pelo processo de financeirização, ou seja, sua economia deixou de estar centrada no poder das indústrias e passou a estar focada no poderio financeiro das empresas.
Isso ocorreu porque houve o que se chama de “fusão” do capital bancário com o capital industrial, graças ao processo de divisão das empresas em ações, que passaram a ser especuladas e comercializadas como se fossem mercadorias, nas chamadas bolsas de valores, o que se intensificou com os avanços propiciados pela III Revolução Industrial.
Com isso, a principal consequência foi a formação e consolidação das chamadas Transnacionais, também conhecidas como Multinacionais ou Empresas Globais. Como os seus nomes indicam, essas empresas se instalaram em múltiplos países à procura de novos mercados consumidores, além de mão de obra barata e fácil acesso a matérias-primas.
Além disso, a maioria das trocas comerciais deixou de ocorrer com a utilização do dinheiro impresso, ocorrendo através do capital digital. As cifras de dinheiro, cada vez mais, transformam-se em números registrados em computadores. Estima-se que a maior parte do dinheiro do mundo não esteja mais em forma de papel.
Atualmente, alguns autores falam do surgimento de uma nova fase do sistema econômico mundial, chamada de capitalismo informacional, termo elaborado pelo economista Manuel Castells. No entanto, não há concordância se as novas transformações estariam provocando uma nova fase no sistema capitalista, uma vez que muitos teóricos argumentam que o capital informacional foi apenas um meio criado para legitimar e propiciar a expansão do capital financeiro.