Estruturas geológicas

Estruturas geológicas são a base rochosa sobre a qual o relevo se forma. Existem três tipos: escudos cristalinos, dobramentos modernos e bacias sedimentares.

A base rochosa da superfície terrestre é composta por diversas estruturas geológicas.

Estruturas geológicas são a base rochosa sobre a qual se formam as diferentes feições de relevo que caracterizam a litosfera do planeta Terra. Essas estruturas são formadas por rochas metamórficas, magmáticas ou sedimentares de idades diferentes, desde o Pré-Cambriano até a Era Cenozoica, e que constituem os escudos cristalinos, os dobramentos modernos e as bacias sedimentares. Os dobramentos modernos são o único tipo de estrutura que não pode ser encontrada no Brasil devido à posição do país na placa tectônica Sul-Americana.

Leia também: Quais são as formas de relevo?

Resumo sobre estruturas geológicas

  • Estruturas geológicas são a base rochosa sobre a qual o relevo se forma.

  • Elas caracterizam a camada rochosa do planeta Terra.

  • São classificadas em escudos cristalinos (ou crátons), dobramentos modernos e bacias sedimentares.

  • Os escudos cristalinos são as estruturas mais antigas e estáveis.

  • Os dobramentos modernos são grandes cadeias montanhosas situadas em cinturões orogenéticos ativos.

  • As bacias sedimentares são formadas de enormes depósitos de sedimentos de rochas preexistentes.

  • Os escudos cristalinos e as bacias sedimentares são as duas estruturas geológicas que caracterizam o substrato rochoso do Brasil.

O que são estruturas geológicas?

Estruturas geológicas são o substrato rochoso, ou a base estrutural, sobre o qual se constituem as diferentes formas de relevo da superfície terrestre. Chamadas também de províncias geológicas, essas imensas estruturas dão origem à camada que denominamos litosfera, a camada rochosa do planeta Terra.

As estruturas geológicas constituem, portanto, um conjunto de rochas e de formações rochosas que se desenvolveram em momentos distintos na escala de tempo geológico, razão pela qual os agentes intempéricos atuaram de maneira diferenciada sobre elas, conforme veremos adiante.

Tipos de estruturas geológicas

A litosfera terrestre se diferencia em três tipos de estruturas geológicas: crátons, dobramentos modernos e bacias sedimentares. Entenda um pouco sobre cada uma dessas estruturas a seguir.

Crátons

Os crátons são as estruturas mais antigas e mais erodidas da superfície terrestre.

Os crátons são uma estrutura que também recebe o nome de escudo cristalino ou maciço antigo. Trata-se das rochas mais antigas presentes na superfície do planeta Terra. Os registros indicam que elas se formaram nas eras geológicas em que se subdivide o período Pré-Cambriano, que aconteceu entre 4,6 bilhões e 541 milhões de anos atrás, ou seja, desde o início da formação do nosso planeta até o começo do período Cambriano.

Por se tratar de rochas tão antigas, a ação dos agentes intempéricos (como água, ventos e variações de temperatura) ao longo das eras geológicas provocou um intenso desgaste dessas estruturas. Assim sendo, identifica-se formas de relevo como os planaltos e as depressões. Os tipos de rochas predominantes nessas estruturas são rochas metamórficas, que passaram por um processo de transformação, e rochas magmáticas (ou intrusivas).

Um aspecto relevante dos crátons é que eles constituem a parte da crosta continental que fica situada longe de regiões com encontros de placas tectônicas, áreas onde se situam outras estruturas geológicas. Por isso, áreas cuja base é formada por escudos cristalinos são tectonicamente mais estáveis do que aquelas de dobramentos modernos, por exemplo.

Dobramentos antigos

Os dobramentos antigos são estruturas típicas de antigos cinturões orogenéticos, e passaram por um longo processo de desgaste. Na imagem, temos o exemplo da Serra do Mar.

Os dobramentos antigos são cadeias montanhosas formadas há centenas de milhares de anos, situadas em cinturões orogenéticos que não são mais tectonicamente ativos. Assim como os escudos cristalinos, os dobramentos antigos se formaram no período Pré-Cambriano e foram muito intemperizados por agentes como a água e os ventos. As formas de relevo dos dobramentos antigos são os planaltos, com o predomínio de feições como serras e morros.

Dobramentos modernos

Os dobramentos modernos são as grandes montanhas e cordilheiras, como a cordilheira do Himalaia.

Os dobramentos modernos são o oposto dos crátons no que diz respeito à idade e distribuição na litosfera terrestre. Os dobramentos modernos estão presentes em áreas de encontros de placas tectônicas, áreas consideradas tectonicamente ativas e em constante transformação. Dito de outra forma, os dobramentos modernos estão distribuídos através de cinturões orogenéticos ativos.

Trata-se de estruturas muito jovens quando comparadas aos crátons e até mesmo às bacias sedimentares. Elas começaram a se formar durante a Era Cenozoica, mais precisamente durante o período Terciário, que se estendeu entre 65,5 milhões de anos e 1,8 milhão de anos atrás. Até os dias de hoje, os processos de orogênese que ergueram essas grandes montanhas que caracterizam os dobramentos modernos continuam ativos, alterando constantemente o relevo dessas áreas.

Os dobramentos modernos constituem, então, montanhas e cordilheiras. As cordilheiras dos Andes, dos Himalaias, do Atlas e as Montanhas Rochosas são os principais exemplos de dobramentos modernos da atualidade. As rochas nelas presentes são do tipo magmáticas (intrusivas) e sedimentares. Saiba mais detalhes sobre o dobramentos modernos clicando aqui.

Bacias sedimentares

As bacias sedimentares são estruturas marcadas pela presença de rochas sedimentares consolidadas após centenas de milhões de anos de depósitos.

Bacias sedimentares são estruturas que se formaram após o Pré-Cambriano, já no éon Fanerozoico. São constituídas de fragmentos de rochas preexistentes que passaram por processos de intemperismo e erosão, tendo sido depositados em áreas mais rebaixadas, seja nos continentes, seja nas plataformas continentais (oceanos). Existem, ainda, aquelas bacias que se formam em áreas de planície.

As camadas de sedimentos nas bacias sedimentares se acumularam ao longo das eras geológicas, e podem chegar a vários quilômetros de espessura. As rochas que constituem essa estrutura são chamadas de sedimentares, uma vez que são derivadas da consolidação de sedimentos de rochas de diversas naturezas (magmática, metamórfica e até mesmo sedimentares).

As formas de relevo encontradas em bacias sedimentares não necessariamente são formas rebaixadas. Com o passar do tempo, áreas que apresentam essa estrutura podem ser elevadas por meio dos processos internos do planeta Terra, como a orogênese e a epirogênese. Por essa razão, identifica-se feições como planaltos, planícies e depressões nas bacias sedimentares. Saiba mais detalhes sobre as bacias sedimentares clicando aqui.

Estruturas geológicas do Brasil

A base geológica do território brasileiro consiste em escudos cristalinos e bacias sedimentares. (Créditos: Paulo José Soares Braga | PrePara Enem)

O Brasil está localizado no centro da placa tectônica Sul-Americana, o que o posiciona distante dos cinturões orogenéticos ativos como aquele no oeste na América do Sul, onde está a cordilheira dos Andes. Então, levando em consideração o passado geológico desse subcontinente e a análise das formas de relevo do Brasil, temos que o país apresenta uma estrutura geológica muito antiga e bastante desgastada pela ação dos agentes intempéricos.

Duas estruturas geológicas são identificadas no Brasil: escudos cristalinos, que perfazem 36% da estrutura, e bacias sedimentares, que correspondem a 64% da base estrutural do país, conforme mostra o mapa da imagem acima. A análise da geologia brasileira realizada pelo professor Jurandyr Ross acrescenta, ainda, a presenta de dobramentos antigos em parte da faixa costeira leste e nordeste como uma terceira estrutura, mas que outros consideram essas áreas como cratônicas, ou seja, de escudos cristalinos.

Nota-se que a única estrutura mais recente encontrada no país é a bacia sedimentar do Pantanal, que caracteriza áreas no Centro-Oeste do país, que consiste em uma área tectonicamente ativa do território brasileiro e cuja formação terminou durante a Era Mesozoica.

Para saber mais detalhes sobre as estruturas geológicas do Brasil, clique aqui.

Exercícios resolvidos sobre estruturas geológicas

Questão 1

(Enem)

Escudos antigos ou maciços cristalinos são blocos imensos de rochas antigas. Estes escudos são constituídos por rochas cristalinas (magmático-plutônicas), formadas em eras pré-cambrianas, ou por rochas metamórficas (material sedimentar) do Paleozoico. São resistentes, estáveis, porém bastante desgastadas. Correspondem a 36% da área territorial e dividem-se em duas grandes porções: o Escudo das Guianas (norte da Planície Amazônica) e o Escudo Brasileiro (porção centro-oriental brasileira).

Disponível em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br. Acesso em: 25 jun. 2015.

As estruturas geológicas indicadas no texto são importantes economicamente para o Brasil por concentrarem

A) fontes de águas termais.

B) afloramentos de sal-gema.

C) jazidas de minerais metálicos.

D) depósitos de calcário agrícola.

E) reservas de combustível fóssil.

Resolução:

Alternativa C

Os escudos cristalinos são áreas de relevo muito antigo formadas por rochas metamórficas intrusivas, as quais dão origem a jazidas de minerais metálicos como ferro e manganês.

Questão 2

(FGV)

Os mapas apresentam as grandes estruturas geológicas brasileiras. Sobre eles, é correto afirmar que temos:

A) em A, escudos cristalinos compostos por rochas magmáticas e metamórficas.

B) em B, maciços antigos compostos por rochas ígneas intrusivas e extrusivas.

C) em A, bacias sedimentares compostas por rochas aluvionais.

D) em B, crátons compostos por rochas cristalinas e magmáticas.

E) em A, depósitos sedimentares compostos por materiais orgânicos.

Resolução:

Alternativa A

As estruturas geológicas A e B são, respectivamente, escudos cristalinos e bacias sedimentares. Em A são encontradas rochas metamórficas

Fontes

ROSS, Jurandyr L. Sanches. Os fundamentos da geografia da natureza. In: ROSS, Jurandyr L. Sanches. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2019. 6 ed. 3 reimp. (Didática; 3). P. 13-65.

TEIXEIRA, Wilson.; FAIRCHILD, Thomas Rich.; TOLEDO, Maria Cristina Motta de; TAIOLI, Fabio. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo, SP: Companhia Editora Nacional, 2009, 2ª ed.

Por: Paloma Guitarrara

Assista as nossas videoaulas:

Artigos Relacionados

Últimas Aulas

Niketche – uma história de poligamia
Falha de San Andreas
Balanceamento de equações por oxirredução
O que é dilatação do tempo?
Todas as vídeo aulas

Versão completa