O Canal do Panamá é uma abertura artificial, localizada na América Central, que liga os oceanos Pacífico e Atlântico, facilitando o comércio entre a América do Norte e a Europa.
O Canal do Panamá é uma das principais obras de engenharia do continente americano. Localizado no istmo do Panamá, na América Central, essa obra permite a travessia de embarcações marítimas entre os oceanos Atlântico e Pacífico sem a necessidade de contornar a América do Sul.
O interesse por uma solução de engenharia que reduzisse as longas distâncias percorridas por embarcações norte-americanas ou europeias interessadas em estabelecer relações comerciais com os demais países do continente americano remonta ao século XVI, com o espanhol Nuñes de Balboa, primeiro a chegar no território do canal.
Representação do Istmo do Panamá, a faixa mais estreita do continente americano
Construção do Canal
A estreita faixa de terras do território do Panamá que separa os oceanos Pacífico e Atlântico foi determinante para o interesse em “romper” essa barreira natural e construir uma nova passagem comercial, especialmente para uso dos Estados Unidos e países da Europa. A abertura do Canal do Panamá permitiu a redução significativa das distâncias no transporte marítimo de cargas, com a eliminação da obrigatoriedade do contorno da América do Sul, o que representa uma redução de 12.530 km.
O início da construção do Canal do Panamá data oficialmente de 1881. O francês Ferdinand Lesseps foi o principal responsável pela obra. Lesseps possuía autoridade no tema por ter sido o idealizador do Canal de Suez (abertura artificial localizada no Egito que liga o Mar Vermelho e o Mediterrâneo) em 1869. Porém, erros de variadas ordens levaram sua empresa à falência e, em 1904, os Estados Unidos assumiram a responsabilidade pela construção do Canal do Panamá. A obra foi concluída em 1914.
Principais características do Canal do Panamá
O Canal do Panamá possui 82 km de cumprimento e utiliza o sistema de eclusas para fazer a travessia de embarcações do oceano Atlântico para o Pacífico e vice-versa. Eclusas são soluções de engenharia que permitem que embarcações sejam elevadas ou rebaixadas de acordo com o nível do curso de água. No Panamá, existem três eclusas: Pedro Miguel, Gatún e Miraflores.
Antes da abertura do Canal do Panamá, as viagens entre a costa Oeste dos Estados Unidos e a costa Leste poderiam demorar até 4 meses, considerando o tempo necessário para contornar as águas do sul do continente americano. A passagem de um lado a outro do canal do Panamá dura em média 15 horas. Atualmente a capacidade de transporte do canal do Panamá é de 200 milhões de toneladas/ano, movimentando valores da ordem de 3,5 bilhões de dólares. Anualmente cruzam o Canal do Panamá 14 mil embarcações.
Novo Canal do Panamá
Em 2007, a administração do Canal do Panamá iniciou uma ampliação na capacidade do canal para adequar-se aos maiores e mais modernos navios cargueiros do mundo. Essa necessidade de adequação é uma resposta ao seu maior concorrente, o Canal de Suez, no Egito, que também tem trabalhado para ampliar sua capacidade de tráfego. Atualmente, mais de 144 rotas marítimas cruzam o Canal do Panamá, alcançando mais de 160 países.
Assim, o novo Canal do Panamá passaria a atender embarcações muito maiores. Atualmente as principais embarcações possuem capacidade de 5.000 TEUS (unidade de medida para um contêiner padrão: 6.10 m de comprimento x 2.44 m de largura x 2.59 m de altura) ou aproximadamente 39 m³. O novo canal permitirá a passagem de embarcações com capacidade para 15.000 TEUS.
Com a ampliação, o Canal do Panamá espera atrair mais interessados em utilizar essa importante passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico e, assim, assumir cada vez mais o protagonismo no cenário comercial internacional, alcançando, além de navios cargueiros, investimentos e desenvolvimento para o país, que está em franco processo de modernização.