Al-Qaeda é um grupo fundamentalista que surgiu na década de 1980, tendo como líder o milionário saudita Osama bin Laden.
A Al-Qaeda é uma organização fundamentalista sunita que surgiu no final da década de 1980, colocando-se como uma força militar na defesa dos muçulmanos. Liderada por Osama bin Laden, a Al-Qaeda foi a responsável pelos atentados de 11 de setembro. Atualmente, o grupo tem células em diversas partes do planeta.
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Resumo sobre Al-Qaeda
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É uma organização fundamentalista sunita que surgiu no final da década de 1980.
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Seu surgimento aconteceu no contexto da Guerra do Afeganistão de 1979.
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Seus fundadores foram Abdullah Azzam e Osama bin Laden.
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Foi a idealizadora dos atentados de 11 de setembro.
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Existem células suas espalhadas por diferentes países.
O que é a Al-Qaeda?
A Al-Qaeda é uma das principais organizações fundamentalistas que existem no planeta. Esse grupo, como veremos, surgiu na década de 1980, com orientação sunita e defendendo interpretações radicais do islamismo e da lei islâmica, a Sharia. Atua como força armada contra aqueles vistos por ela como “inimigos do islamismo”.
Essa ideia se estende para povos, pessoas e governos que não são muçulmanos, mas também pode se estender aos muçulmanos, caso o grupo considere a conduta destes como inapropriada. A Al-Qaeda é abertamente contra a influência da cultura ocidental e usa intensa propaganda para atrair jovens.
O grupo, diferentemente de outras organizações fundamentalistas, não possui uma ideologia nacionalista e sua atuação não é regionalizada. Assim, a Al-Qaeda tem atuação globalista, com células em diferentes partes do planeta.
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Videoaula sobre o que é a Al-Qaeda
Quando surgiu a Al-Qaeda?
O surgimento da Al-Qaeda remonta ao período da Guerra do Afeganistão de 1979, conflito iniciado quando os soviéticos invadiram o Afeganistão com o intuito de defender o governo socialista que governava esse país desde 1978. Na ocasião, o governo socialista no Afeganistão sofria forte oposição de grupos rebeldes conhecidos como mujahidin.
Esses mujahidin eram contrários ao governo socialista e contra as reformas que ele conduzia no país. Assim, uma série de revoltas se espalharam pelo país e deram início a uma guerra no Afeganistão. Os mujahidin foram fortemente financiados e armados por países como Paquistão, Arábia Saudita e Estados Unidos.
Esse conflito atraiu muçulmanos de diferentes partes do mundo que se uniram em prol da jihad, a guerra santa, contra os soviéticos, entendidos como ateus e, portanto, infiéis. Entre eles estavam Abdullah Azzam e Osama bin Laden. Os dois foram figuras importantes entre os mujahidin e atuaram com destaque contra os soviéticos.
Abdullah Azzam era um teólogo e professor universitário da Palestina que decidiu abandonar seu trabalho para ir ao Afeganistão aderir à luta contra os soviéticos. Um dos seus alunos era Osama bin Laden, um milionário saudita que estudava administração e que, por influência de Azzam, decidiu se mudar para o Afeganistão.
Azzam e Bin Laden se estabeleceram em Peshawar, uma cidade no Paquistão, mas que fica bem próximo da fronteira com o Afeganistão (o Paquistão abrigou milhares de mujahidin ao longo da Guerra do Afeganistão de 1979). Nessa cidade, professor e aluno cumpriram seu papel na guerra e formaram o que ficou conhecido como Maktab al Khidmat lil Mujahidin al-Arab (MAK).
Esse grupo formou uma base no Paquistão e servia como local de recrutamento para jovens interessados em aderir à luta no Afeganistão. O MAK se formou com o apoio financeiro e militar dos Estados Unidos e da Arábia Saudita, embora Bin Laden fizesse uso da própria fortuna para também financiar o grupo.
Os jovens recrutados pelo MAK ficavam um período nas instalações desse grupo e depois eram encaminhados para centros de treinamento, onde seriam enviados para o campo de batalha.
À medida que a guerra ia acontecendo, foi ficando evidente o desgaste da União Soviética no conflito, e isso fez com que os mujahidin já passassem a pensar no pós-guerra. Foi nesse contexto que o MAK se transformou na Al-Qaeda, uma vez que tanto Bin Laden quanto Azzam entenderam que era necessário a continuidade do grupo na defesa do islamismo.
Assim, entre 1988 e 1989, foi estabelecida a Al-Qaeda (que significa “a base”, no árabe), com a ideia de dar continuidade à jihad. Além de Azzam e Bin Laden, outro nome muito importante no processo de formação da Al-Qaeda foi o de Ayman al-Zawahiri. Nesse contexto, o intuito da Al-Qaeda era fornecer uma milícia armada que pudesse atuar na defesa de países muçulmanos.
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Atentados contra os Estados Unidos
Nos tempos do MAK, a relação de Osama bin Laden com os Estados Unidos era muito boa pelo fato de que o governo norte-americano ajudou a financiar esse grupo contra os soviéticos. A boa relação de Bin Laden com os norte-americanos se rompeu durante a Guerra do Golfo, iniciada pela invasão do Kuwait pelo Iraque.
O conflito criou uma tensão entre Iraque e Arábia Saudita, uma vez que a invasão do Kuwait deixava os sauditas vulneráveis. Bin Laden ofereceu seus serviços aos sauditas, oferecendo a proteção ao país contra uma eventual invasão pelo exército iraquiano, mas a monarquia saudita rejeitou sua ajuda.
Em vez disso, a Arábia Saudita decidiu aceitar ajuda dos Estados Unidos, permitindo que tropas norte-americanas usassem o país como base. Isso foi considerado por Osama bin Laden uma decisão absurda, pois ele entendia que era um sacrilégio permitir que soldados infiéis se estabelecessem em terra sagrada (a Arábia Saudita é o local de surgimento do islamismo).
Com isso, os Estados Unidos tornaram-se o grande inimigo dos muçulmanos para Osama bin Laden. A partir de 1998, a retórica e as ações da Al-Qaeda contra os EUA tornaram-se mais agressivas. Bin Laden chegou a afirmar que era dever de todo muçulmano assassinar norte-americanos, fossem civis, fossem militares.
Seu objetivo era guerrear contra os Estados Unidos para forçar o país a se retirar dos territórios muçulmanos. Assim, a Al-Qaeda começou uma prática terrorista tendo os EUA como alvo. Foram organizados atentados contra embaixadas norte-americanas na Tanzânia e Quênia, em 1998, e uma embarcação norte-americana foi atacada em 2000, no Iêmen.
Por fim, a Al-Qaeda organizou o seu movimento mais ousado, promovendo ataques praticamente simultâneos em diferentes partes da costa leste dos Estados Unidos. Esses foram os atentados de 11 de setembro de 2001, quando 19 terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais e os usaram para destruir locais específicos.
Os alvos dos terroristas da Al-Qaeda eram:
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World Trade Center, prédio comercial, em Nova York;
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Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, em Washington;
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Outro alvo seria supostamente o Capitólio, prédio em que se encontra o Legislativo dos Estados Unidos, em Washington.
Os aviões foram sequestrados na manhã do 11 de setembro e então encaminhados para os seus alvos. O World Trade Center foi atingido por dois aviões, um para cada torre, e o impacto dos aviões mais o incêndio que se iniciou fizeram com que as duas torres desabassem. O Capitólio saiu ileso porque o avião que seria lançado contra o prédio caiu na Pensilvânia.
Ao todo, 2996 pessoas morreram nos ataques, incluindo os 19 terroristas. A investigação pelo serviço de inteligência dos Estados Unidos descobriu que os autores eram da Al-Qaeda, e isso desencadeou, em outubro de 2001, uma operação militar contra o Afeganistão, país que abrigava as bases da Al-Qaeda e um de seus líderes, Osama bin Laden.
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Videoaula sobre os atentados de 11 de setembro
Al-Qaeda nos últimos anos
A invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos em 2001 forçou os membros da Al-Qaeda a abandonarem o país ou a se esconderem nas regiões montanhosas do Afeganistão. A repressão norte-americana contribuiu para um severo enfraquecimento da Al-Qaeda, mas o grupo nunca deixou de existir.
Em 2011, a Al-Qaeda sofreu um grande baque quando Osama bin Laden foi morto em uma operação militar norte-americana em Abbottabad, cidade do Paquistão. Atualmente, a Al-Qaeda é liderada por Al-Zawahiri e está presente em diversos locais do planeta, como o norte da África, e participa de conflitos que ocorrem na Síria e no Iêmen, por exemplo.
Créditos da imagem
[1] Asianet-Pakistan e Shutterstock