Agrotóxicos

Os agrotóxicos são produtos químicos utilizados no combate de agentes danosos à produção de alimentos, como animais e plantas. Eles são tipificados considerando-se a natureza da praga combatida, sendo os mais conhecidos os fungicidas, os herbicidas e os inseticidas.

A utilização de agrotóxicos cresceu exponencialmente a partir da Revolução Verde, que marcou o emprego de ferramentas mecânicas e biotecnológicas nas lavouras. A principal vantagem da aplicação dos agrotóxicos está no aumento da produção de alimentos em razão do combate efetivo dos agentes que prejudicam o crescimento e a produção das plantas. Entretanto, os agrotóxicos possuem inúmeras desvantagens, em especial, ligadas ao elevado impacto ambiental e ao prejuízo para a saúde dos produtores e consumidores de diversos alimentos.

O Brasil é conhecido mundialmente como um dos maiores consumidores de agrotóxicos do planeta.  Em grande parte, esses produtos são apoiados por legislações federais, além de incentivos fiscais, mesmo sendo sabido que muitos deles são comprovadamente prejudiciais à saúde humana.

Além disso, a utilização desses químicos expõe os trabalhadores rurais diretamente ao perigo de intoxicação. Os agrotóxicos nos alimentos são um tema polêmico e amplamente debatido. As principais soluções alternativas para o uso desses produtos estão voltadas para o emprego de práticas agroecológicas e para o incentivo ao consumo de alimentos orgânicos.

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O que são agrotóxicos?

Os agrotóxicos, conforme definição da legislação federal do Brasil, são os produtos e os componentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas; nas pastagens; na proteção de florestas nativas ou implantadas e de outros ecossistemas; e também em ambientes urbano, hídricos e industriais.

Sua finalidade é alterar a composição da flora e da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. Ainda, os agrotóxicos são substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento|1|.

Desse modo, os agrotóxicos são elementos produzidos artificialmente, sendo utilizados para combater plantas e animais que possuem uma atuação danosa sobre as práticas agropecuárias. Sendo assim, os agrotóxicos são amplamente utilizados nas áreas rurais, em plantações de hortaliças e outras plantas, para combater-se fungos, bactérias, insetos e outros agentes que prejudicam o desenvolvimento e a produção das plantas.

O desenvolvimento de agrotóxicos foi iniciado com a ocorrência da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), por meio da sua adoção como arma química. Posteriormente, com o processo de Revolução Verde, seu uso foi amplamente disseminado no mundo, em razão dos benefícios voltados para o aumento de produção e da qualidade dos alimentos. Entretanto, reconhece-se que os agrotóxicos causam inúmeros impactos negativos ao meio ambiente e à saúde humana, fato que fez com que vários deles fossem proibidos em diferentes países do globo.

Os agrotóxicos são insumos químicos utilizados nas lavouras para combater-se pragas e aumentar-se a produção agrícola.

Tipos de agrotóxicos

Os agrotóxicos são divididos em diferentes tipos, pela natureza da praga controlada e por sua origem química. De modo geral, são tipificados em nove grupos, sendo eles:

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Vantagens dos agrotóxicos

O emprego dos agrotóxicos no campo possibilitou uma transformação nas técnicas para o controle de agentes biológicos, como animais e plantas daninhas, que prejudicam o cultivo de alimentos. Desse modo, a principal vantagem desse uso está atrelada à capacidade desses insumos em exercer o controle de pragas no campo, que, por consequência, permite o melhor desenvolvimento das plantações assim como uma produção de alimentos em maior quantidade e qualidade.

Assim, a utilização de agrotóxicos resulta no aumento da produtividade agrícola e reduz os custos de produção. Ademais, por serem insumos baratos e de fácil utilização, os alimentos cultivados com agrotóxicos são mais competitivos comercialmente, com preços mais baixos que os alimentos orgânicos, por exemplo.

Desvantagens dos agrotóxicos

Ao longo das últimas décadas, pesquisas realizadas indicam que a utilização de agrotóxicos na produção de alimentos está associada à ocorrência de diversas doenças, como as de origem respiratória e hepática, por exemplo.

Além disso, o uso desses produtos pode gerar intoxicação, em especial, nos trabalhadores que atuam diretamente na sua produção e na sua aplicação nas lavouras. No mais, os agrotóxicos utilizados nas plantações permanecem nos alimentos consumidos pela população por um longo período, aumentando a exposição dela aos seus componentes nocivos.

Os agrotóxicos produzem inúmeros impactos ambientais, como a poluição da água e do solo. A utilização dessas substâncias próximo de nascentes e rios pode contaminar a água consumida pela população; já com relação à aplicação no solo, os agrotóxicos podem gerar, em longo prazo, uma perda da biodiversidade local assim como a diminuição da produtividade e o posterior esgotamento do solo.

Além disso, ao combater-se pragas daninhas, os agrotóxicos impactam o ecossistema local, como a cadeia alimentar e a reprodução dos seres vivos, contribuindo, assim, para a extinção de espécies de plantas e animais.

Agrotóxicos nos alimentos

Os agrotóxicos estão presentes em diversos alimentos de origem vegetal e animal. O Brasil é um dos países que mais utilizam agrotóxicos na produção de alimentos. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dois terços dos alimentos consumidos diariamente pelos brasileiros estão contaminados com eles.

A utilização de agrotóxicos nos alimentos gera danos ambientais e sociais, além de prejuízos para a saúde dos consumidores. As entidades médicas alertam que o consumo de agrotóxicos por meio de alimentos impacta diretamente a saúde humana, sendo que esses produtos podem causar problemas de ordem neurológica e hepática, por exemplo.

O uso dos agrotóxicos nos alimentos é um tema polêmico que gera um intenso debate na sociedade brasileira, em razão do grande volume de químicos empregados nas lavouras do país. Uma maneira de eliminá-los da parte externa dos alimentos é lavar os vegetais com vinagre, por exemplo. No entanto, essa ação não elimina os agrotóxicos na parte interna do alimento. Não obstante, têm crescido alternativas aos alimentos com aditivos químicos, sendo as mais conhecidas os alimentos orgânicos e os agroecológicos.

Agrotóxicos no Brasil

O Brasil é um dos principais consumidores de agrotóxicos do mundo, sendo comumente apontado por diferentes veículos informativos como o maior do mundo. Em nosso país, o uso dos agrotóxicos foi iniciado pela modernização das práticas agrícolas, com destaque para a Revolução Verde, que alterou a forma de produção dos alimentos via fomento de técnicas de cultivo com base no uso de agrotóxicos e de sementes geneticamente modificadas.

Além disso, o predomínio da monocultura e o elevado impacto no meio ambiente provocado pelo modelo de produção da Revolução Verde contribuíram para o aumento do volume de espécies daninhas na lavoura, em especial, devido ao desequilíbrio ambiental.

No mais, as políticas públicas brasileiras incentivam o uso de agrotóxicos nas lavouras, seja por meio de incentivos fiscais, seja pela liberalização de produtos químicos proibidos em vários países do globo devido aos efeitos danosos à saúde humana. Nos últimos anos, o Brasil vive uma escalada de liberação de agrotóxicos potencialmente tóxicos que, muitas vezes, são utilizados sem as devidas precauções. Esse cenário resulta num elevado impacto ambiental e social nas zonas rurais assim como num impacto negativo à saúde dos consumidores.

Além disso, são comuns os relatos de intoxicação por agrotóxicos no país, seja pelo consumo propriamente dito, seja por sua aplicação, sendo que os casos de contaminação dos trabalhadores rurais são recorrentes.

(Fonte: Anvisa)

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Exercícios resolvidos

Questão 1 – (Unifei) A chamada Revolução Verde promoveu grande aumento da produtividade, em diferentes regiões agrícolas do planeta, por meio do uso de fertilizantes químicos, agrotóxicos e sementes selecionadas. Apesar do desenvolvimento técnico e econômico, a Revolução Verde provocou consequências ecológicas e sociais. Assinale a alternativa incorreta.

A) A utilização de fertilizantes e de agrotóxicos tem por objetivo aumentar a produtividade e evitar quebra na safra.

B) Os fertilizantes e agrotóxicos são levados pela chuva para os córregos e rios, prejudicando o equilíbrio ecológico de seus ecossistemas.

C) Houve um enriquecimento tanto da flora quanto da fauna silvestre devido à grande utilização de fertilizantes e produtos químicos.

D) Devido à utilização de fertilizantes e agrotóxicos, os produtos cultivados são mais vigorosos e abundantes.

Resolução

Alternativa C. Pelo contrário, a intensa utilização de agrotóxicos provocou a perda da biodiversidade local, seja pelo prejuízo ao crescimento das plantas nativas, seja pela diminuição da população de espécies de fauna, como as abelhas.

Questão 2 – (Enem 2019) Um alimento orgânico deve apresentar em sua embalagem o selo de uma instituição certificadora, garantindo ao consumidor que, além de ser um alimento isento de agrotóxicos, também é produzido com técnicas planejadas e controladas. A técnica de produção desses alimentos causa menor impacto aos recursos naturais, contribuindo para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Nesse sistema de produção de alimentos vegetais, o controle de insetos é manejado por meio do(a)

A) prática de adubação verde.

B) emprego da compostagem.

C) controle da irrigação do solo.

D) utilização de predadores naturais.

E) uso de sementes inoculadas com Rhizobium.

Resolução

Alternativa D. A utilização de predadores naturais, assim como outras práticas da agroecologia, permite uma elevação de produção aliada à preservação do meio ambiente e manutenção da biodiversidade local.

Nota

|1| BRASIL. Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. In: Legislação federal de agrotóxicos e afins. Brasília (DF): Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 1998. p. 7-13