Por que olhar para o céu é ver o passado? A grande distância dos astros faz com que a sua luz só chegue até nós muito tempo depois.
A velocidade de propagação da luz no vácuo é de cerca de 3.108 m/s. Isso significa que, enquanto você leu este pequeno texto, a luz que escapou do nosso pequeno planeta Terra pode ter percorrido uma distância três vezes maior que a distância da órbita lunar, de aproximadamente 1,2 segundos-luz.
Na prática, isso significa que, quando olhamos a Lua da superfície terrestre, estamos enxergando o nosso satélite natural cerca de 1,2 segundos no passado e só saberemos se algo ocorreu a ela no próximo segundo.
Podemos ir ainda mais longe: O Sol, nosso astro rei, está situado a uma distância aproximada de 1,8.107 km. Sendo assim, a luz que deixa o Sol leva cerca de 8 minutos e 20 segundos para chegar até nós. Dessa forma, quando olhamos diretamente para o Sol, é o seu passado de 8 minutos atrás que estamos vendo.
Observando o céu, vemos o passado
Considerando as distâncias do nosso Sistema Solar, quando um telescópio é apontado para os seus limites, focando, por exemplo, o solitário planetoide Plutão, a luz que ilumina sua lente partiu de lá há mais de 5 horas.
Vale dizer, no entanto, que as distâncias do universo são muito maiores que isso. Um exemplo é a nossa galáxia, a Via Láctea, uma galáxia espiral cujo diâmetro é de aproximadamente 100 mil anos-luz, isto é, a luz proveniente de uma extremidade leva cerca de 100 mil anos para cruzá-la até o outro lado.
Depois do Sol, o nosso vizinho mais próximo é a estrela Proxima Centauri, com “apenas” 4,24 anos-luz de distância. A grande galáxia mais próxima da Via Láctea é Andrômeda, que está a cerca de 2,5 milhões de anos-luz de distância.
Em razão da interferência das luzes produzidas pelas cidades, da poluição e da atmosfera terrestre, objetos muito distantes são dificilmente observados da superfície da Terra, por isso, diversos telescópios, como o Hubble, são lançados na órbita da Terra. Em 2011, o telescópio Hubble foi capaz de identificar o objeto mais longínquo já conhecido, batizado com o código UDFj-39546284. Trata-se de uma pequena galáxia formada apenas 480 milhões de anos após o Big Bang, localizada a uma distância de 13,2 bilhões de anos-luz da Terra.