Da mesma forma que acontece nos condutores esféricos, em um condutor pontiagudo, as cargas elétricas ficam distribuídas por toda sua superfície e não em seu interior. A diferença que podemos verificar entre esses dois tipos de condutores é que nos condutores pontiagudos as cargas elétricas ficam mais concentradas nas regiões pontiagudas. Dessa forma, podemos dizer que nesses locais a densidade superficial de cargas elétricas é maior do que nas demais regiões.
A concentração das cargas elétricas nas regiões pontiagudas do condutor permite explicar, por exemplo, o funcionamento dos para-raios: o atrito das nuvens com o ar e entre suas próprias camadas gera eletrização. À medida que a carga da nuvem aumenta, aumenta também o seu potencial elétrico. Essa carga elétrica que vai se acumulando na nuvem induz na terra uma carga oposta à sua, ou seja, de sinal contrário. No momento em que o ar não consegue mais funcionar como isolante para a alta carga elétrica armazenada em uma nuvem, ela passa a se comportar como meio condutor, permitindo o movimento das cargas elétricas. Nesse instante, ocorre a descarga elétrica, ou seja, o raio.
O raio atinge a superfície da terra somente após ter induzido uma carga de sinal contrário nessa superfície. Como o para-raios é um dispositivo pontiagudo, ele pode acumular maior quantidade de cargas elétricas do que as demais regiões da superfície da terra. Por isso, há uma tendência da descarga ocorrer, sempre que possível, nos para-raios.
Aconselha-se que as pessoas não permaneçam próximas a objetos pontiagudos, como árvores, postes e torres durante os temporais, pois há risco de ocorrer uma descarga elétrica em tais objetos. O mais seguro mesmo é ficar abrigado, por exemplo, dentro de um automóvel, pois, mesmo que uma descarga elétrica atinja o carro, as cargas elétricas ficarão apenas em sua superfície, resguardando as pessoas em seu interior.