Os aparelhos celulares emitem ondas de rádio, que promovem o aquecimento da matéria. Considerando essa propriedade, surge uma dúvida: será que os celulares podem estourar pipoca?
Circulam pela internet diversos vídeos e publicações sobre a possibilidade de se estourar pipoca utilizando aparelhos celulares. Essa afirmação decorre do fato de esses dispositivos emitirem ondas de rádio quando conectados à rede móvel.
Essas publicações baseiam-se em um fenômeno físico conhecido como aquecimento dielétrico: algumas ondas eletromagnéticas, como as ondas de rádio e as micro-ondas, podem promover a vibração e, até mesmo, a rotação de moléculas polares, aumentando a temperatura dos corpos com os quais elas interagem. Considerando isso, surge a dúvida: é possível estourar pipoca usando um celular?
Mito ou verdade: é possível estourar pipoca com um celular?
Felizmente, não. Os grãos de milho precisam que a temperatura em seu interior chegue a valores próximos de 180º C para que a água em seu interior exerça uma pressão suficientemente forte para estourá-los. Além disso, a potência emitida pelos celulares, pouco mais de 1 W, é muito pequena em comparação aos 600 W de potência de um forno micro-ondas comum. Se um celular fosse capaz dessa façanha, sentiríamos imediatamente um grande aquecimento em nossos dedos, que seria capaz de produzir queimaduras quando fizéssemos ou recebêssemos uma chamada.
Efeitos da exposição do organismo ao celular
A radiação emitida por celulares não é ionizante, ou seja, não danifica células e moléculas de DNA. Isso não quer dizer que não devamos nos preocupar. Pelo fato de a popularização da comunicação móvel ser relativamente recente, os efeitos da exposição a longo prazo às ondas de rádio não são totalmente conhecidos pelos cientistas.
Em virtude disso, existem níveis de segurança internacionalmente adotados para fabricação e operação dos dispositivos que se comunicam por ondas de rádio, como TV, celulares e roteadores wi-fi. Os níveis de absorção desse tipo de radiação não devem ser superiores a 1,6 watts por quilograma. Quaisquer emissões acima desse valor não são bem-toleradas pelo corpo humano e podem produzir efeitos nocivos à saúde, sendo o mais imediato deles a possível perda da capacidade de termorregulação do corpo.