Cinismo

Para o Cinismo, corrente filosófica seguida por Diógenes, o cínico, a vida feliz só é possível por meio da libertação total dos bens materiais e das convenções sociais.

Para Diógenes, o ser humano necessitaria apenas do essencial para sobreviver e ter uma vida feliz

O Cinismo é uma escola filosófica desenvolvida no período helenístico da Antiguidade Clássica. Apesar de ser classificado pelos historiadores como uma escola filosófica, o Cinismo, assim como aconteceu com outros grupos de pensadores do período helenístico, não deixou uma obra filosófica escrita ou sistematizada. Os cínicos apenas viveram de algum modo que fora interpretado como uma doutrina.


Cinismo

Antístenes é considerado o primeiro filósofo cínico. O pensador grego foi discípulo de Górgias, o grande sofista, e, afastando-se dos ensinamentos de seu mestre, preferiu levar um estilo de vida simples e austero. Por ser filho de uma escrava estrangeira, Antístenes teve sua cidadania restrita e, com isso, não pôde adquirir terrenos na Grécia.

Apesar de atribuirmos a criação do cinismo a Antístenes, o cínico mais conhecido (talvez por existirem mais vestígios sobre ele para análise dos historiadores da Filosofia) foi Diógenes de Sinope. Ele é famoso por ter levado o estilo de vida cínico ao extremo, o que chocou parte da população da época e até chamou a atenção do Imperador Alexandre.

Para Diógenes, os seres humanos deveriam viver como animais, buscando apenas o que fosse extremamente necessário à manutenção da vida material. Bens, riqueza, honraria, fama, bem como conhecimentos sistemáticos de ciência, matemática, retórica e metafísica (amplamente defendidos e estudados pelos intelectuais da época), seriam desnecessários e levariam, por isso, a algum modo de infelicidade.

De acordo com Diógenes, a felicidade somente seria alcançada por meio da total liberdade e os bens materiais, as convenções sociais e o acúmulo de conhecimento levariam o ser humano a se afastar cada vez mais de sua liberdade. Para viver tal como sua doutrina cínica ensinava, o pensador grego passou vários anos de sua vida na mendicância, sobrevivendo apenas com o necessário, que conseguia pelas ruas.

Atribui-se aos cínicos também um modo de fazer filosofia por meio do humor, visando a desestabilização do interlocutor em um debate. Esse é um dos motivos pelo qual os cínicos ficaram conhecidos por esse nome, com um humor sarcástico.

Outro motivo para tal designação reside na acepção da palavra Kunos, que pode ser traduzida como “cínico” e tem a mesma raiz de Kyon, que significa “cão”. Os cínicos, assim como os cães, viviam nas ruas em busca do que fosse necessário para manter sua vida. Além disso, não tinham qualquer tipo de apego a convenções sociais (algo que somente o ser humano é capaz de fazer) nem qualquer tipo de pudor.


Histórias

Muitas histórias são contadas sobre Diógenes. Algumas delas foram registradas pela historiografia e outras podem ter sido criadas pela população. Porém, isso não tira a marca que o pensador deixou para a posteridade quando, por exemplo, foi abordado por Alexandre, o Grande. O imperador se postou à frente dele e, fazendo sombra à luz solar da qual Diógenes desfrutava, ofereceu ajuda. A resposta à grande figura pública grega foi mordaz – Diógenes disse que a ajuda que o imperador poderia oferecer era não tirar a única coisa que lhe interessava, a luz do Sol.

Outra história diz respeito ao momento no qual Diógenes, que carregava consigo apenas um lampião, uma cuia para comer e outra para tomar água, viu um menino tomando água na fonte diretamente com as mãos e percebeu que não precisava daquele objeto para beber. Imediatamente, ele se desfez de sua cuia.

Essas histórias e relatos sobre Diógenes resumem o básico da filosofia cínica: viver de acordo com a natureza, somente com o necessário, é o caminho para a liberdade e a felicidade.

Por: Francisco Porfírio

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