Urbanização no Enem

A urbanização é o processo de crescimento das cidades e ampliação dos espaços urbanos, que se intensificou a partir da industrialização e modernização do campo, acontecendo mais recentemente e de forma rápida e desordenada nos países subdesenvolvidos, como o Brasil. É um tema de extrema importância para a Geografia e aparece com frequência na prova do Enem, sendo abordado sob diferentes perspectivas.

Leia também: Globalização no Enem: como esse tema é cobrado?

Como a urbanização é cobrada no Enem?

A urbanização tem sido cobrada com frequência na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias do Enem e não se restringe apenas às questões de Geografia, aparecendo também no conteúdo de Sociologia, tendo em vista a interdisciplinaridade inerente ao tema. A urbanização pode ainda ser associada a outros temas dentro da própria Geografia no enunciado das questões.

Quanto ao conteúdo propriamente dito, é importante que o candidato compreenda as causas e a forma como a urbanização acontece nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos, o que inclui o Brasil. Como resultantes do processo de urbanização, as características e a articulação dos espaços urbanos podem ser o tema central de algumas das questões, merecendo destaque:

Além disso, o Enem aborda as consequências do crescimento sem planejamento das cidades e os principais problemas estruturais, sociais e ambientais encontrados nos centros urbanos. Listamos abaixo os assuntos com maior probabilidade de serem abordados na prova.

O que é urbanização?

A urbanização consiste no fenômeno de crescimento das cidades e do espaço urbano, estando comumente atrelada aos processos de industrialização e modernização das atividades agropecuárias desenvolvidas na zona rural. Embora a urbanização e o processo de expansão das áreas urbanizadas não sejam exclusividades do período histórico recente, a forma e a velocidade como ocorreram, a partir principalmente da segunda metade do século XX, conferem maior particularidade a esse fenômeno, sobretudo nos países subdesenvolvidos.

Nesses países, a urbanização começou tardiamente e aconteceu de forma rápida e, consequentemente, desordenada, o que se reflete na intensa segregação espacial e nos problemas de ordem estrutural presentes na maioria das grandes e médias cidades desses países.

Por outro lado, seguindo a Revolução Industrial do século XVIII, a urbanização nos países desenvolvidos se deu de forma lenta, gradual e mais ordenadamente – o que não significa que não haja problemas urbanos, embora sua natureza seja distinta.

Nos países subdesenvolvidos como o Brasil, a urbanização aconteceu de forma rápida e desordenada, resultando em uma série de problemas estruturais.

O processo de industrialização, que se dá essencialmente em um ambiente urbanizado, atua como um atrativo de população para os centros urbanos, seja pela possibilidade de melhoria na qualidade de vida, seja pelas oportunidades de trabalho. No Brasil esse movimento teve início na década de 1930, mas ganhou força a partir da década de 1950. A Revolução Verde e a modernização da atividade agropecuária – que no Brasil ocorreu a partir dos anos 1970 –, pautadas pela concentração de terras e pela intensa capitalização das lavouras agrícolas, acabaram por expulsar parte da população dos campos para a cidade (êxodo rural).

A falta de estrutura e de planejamento nos centros urbanos, assim como fatores de ordem econômica, pode gerar uma série de problemas nas cidades, como:

  • falta de mobilidade urbana;

  • acesso escasso ou ausência de serviços de saneamento;

  • especulação imobiliária e fundiária, que pode promover a expulsão de pessoas das áreas periféricas e levá-las a morar em locais ainda mais afastados;

  • aumento dos índices de violência;

  • maior poluição do ar e água;

  • aumento da quantidade de lixo urbano.

Destacamos que as consequências da urbanização desordenada não atingem apenas as metrópoles, mas são também cada vez mais comuns nas cidades médias.

Veja também: Temas de Geografia que mais caem no Enem

Questões sobre urbanização no Enem

Questão 1 – (Enem 2018)

Foi-se o tempo em que era possível mostrar um mundo econômico organizado em camadas bem definidas, onde grandes centros urbanos se ligavam, por si próprios, a economias adjacentes “lentas”, com o ritmo muito mais rápido do comércio e das finanças de longo alcance. Hoje tudo ocorre como se essas camadas sobrepostas estivessem mescladas e interpermeadas. Interdependências de curto e longo alcance não podem mais ser separadas umas das outras.

BRENNER, N. A globalização como reterritorialização. Cadernos Metrópole, n. 24, jul.-dez. 2010 (adaptado).

A maior complexidade dos espaços urbanos contemporâneos ressaltada no texto explica-se pela

A) expansão de áreas metropolitanas.

B) emancipação de novos municípios.

C) consolidação de domínios jurídicos.

D) articulação de redes multiescalares.

E) redefinição de regiões administrativas.

Resolução

Alternativa D. As novas tecnologias da informação e da comunicação características da era da globalização permitem a troca direta entre pessoas, empresas e lugares – nos quais aqui incluímos as cidades – sem a necessidade de intermediários, ou seja, sem a hierarquização dos processos, o que, no contexto urbano, permite a articulação de redes multiescalares.

Questão 2 – (Enem 2017)

A configuração do espaço urbano da região do Entorno do Distrito Federal assemelha-se às demais aglomerações urbanas e regiões metropolitanas do país, onde é facilmente identificável a constituição de um centro dinâmico e desenvolvido, onde se concentram as oportunidades de trabalho e os principais serviços, e a constituição de uma região periférica concentradora de população de baixa renda, com acesso restrito às principais atividades com capacidade de acumulação e produtividade, e aos serviços sociais e infraestrutura básica.

CAIADO, M. C. A migração intrametropolitana e o processo de estruturação do espaço urbano da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno. In: HOGAN, D. J. et al. (Org ). Migração e ambiente nas aglomerações urbanas. Campinas: Nepo/Unicamp, 2002.

A organização interna do aglomerado urbano descrito é resultado da ocorrência do processo de

A) expansão vertical.

B) polarização nacional.

C) emancipação municipal.

D) segregação socioespacial.

E) desregulamentação comercial.

Resolução

Alternativa D. Assim como acontece nos grandes centros urbanos, o Distrito Federal e a sua Região Integrada (Ride, referida também como Entorno) é marcada pela segregação sociespacial, uma vez que a oferta dos principais serviços e infraestrutura é maior no centro (ou seja, o DF), e seu acesso é determinado pela renda. A população mais pobre, por essa razão, desloca-se para as regiões periféricas, onde a disponibilidade de serviços essenciais é menor.

Questão 3 – (Enem 2016)

O Rio de Janeiro tem projeção imediata no próprio estado e no Espírito Santo, e parcela do Sul do estado da Bahia, e na Zona da Mata, e Minas Gerais, onde tem influência dividida com Belo Horizonte. Compõem a rede urbana do Rio de Janeiro, entre outras cidades: Vitória, Juiz de Fora, Cachoeiro de Itapemirim, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda – Barra Mansa, Teixeira de Freitas, Angra dos Reis e Teresópolis.

Disponível em: http://ibge.gov.br. Acesso em: 9 jul.2015 (adaptado).

O conceito que expressa a relação entre o espaço apresentado e a cidade do Rio de Janeiro é:

A) frente pioneira.

B) zona de transição.

C) região polarizada.

D) área de conurbação.

E) periferia metropolitana.

Resolução

Alternativa C. O Rio de Janeiro, uma das principais metrópoles brasileiras e capital do estado, exerce grande influência sobre outros municípios que se localizam nas suas imediações e em outros estados, o que se dá principalmente (mas não exclusivamente) pelo seu grande dinamismo econômico. Com isso, há a formação de uma região polarizada.

Por: Paloma Guitarrara

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