Quer estudar filosofia para o Enem e não sabe por onde começar? Leia este texto com informações úteis sobre como estudar essa disciplina maravilhosa para o Enem.
Muitas pessoas podem perguntar-se: afinal, como estudar filosofia para o Enem? É bom lembrar que estudar para o Enem é uma atividade que requer foco, disciplina e concentração, mas que não precisa ser difícil. Com as dicas certas e com a disposição para investir algumas horas do dia
em um estudo produtivo, qualquer estudante que tenha acesso à informação pode preparar-se de maneira adequada para sair-se bem na resolução das questões de filosofia no Enem.
No texto a seguir, vocês encontrarão algumas dicas para estudar e preparar-se para a prova de filosofia do Enem. Peguem seus cadernos e aproveitem!
Leia também: Tales de Mileto – considerado o primeiro filósofo ocidental
Como filtrar os conteúdos
Uma coisa muito importante de saber-se: é impossível conhecer TODA a história da filosofia. A filosofia é um saber milenar. Somente a filosofia ocidental soma mais de dois mil anos de história. Ao considerarmos a filosofia não somente uma disciplina histórica, mas um modo de pensar e de proceder o raciocínio, devemos entender que é impossível saber detalhada e profundamente todos os temas, períodos e autores da área. Dito isso, fica implícito que devemos fazer uma filtragem ao estudarmos para o Enem. Essa filtragem deve atender, obrigatoriamente, a dois pontos básicos: relevância e recorrência.
- Relevância: é a importância que um tema tem dentro de um sistema avaliativo, no caso, o Enem, e dentro da disciplina em geral. Sabemos, por exemplo, que Sócrates e Aristóteles são filósofos de grande relevância dentro da história da filosofia e que são significativamente cobrados em provas do Enem.
- Recorrência: é a melhor medida para a relevância de um tema dentro de um sistema de provas específico (o quanto o conteúdo é comum e recorrente nas provas?). É preciso ficar de olho nesse dado, pois há uma tendência de repetição de certos assuntos em provas do Enem, e isso acontece também em filosofia.
O que saber exatamente
É bom ter um conhecimento amplo e raso sobre toda a história da filosofia, ou seja, você não vai aprofundar-se em todos os períodos e filósofos nem em todas as correntes, muito menos tornar-se um estudioso de todas as escolas filosóficas, no entanto, você deve conhecer um pouco da história geral do desenvolvimento filosófico, sabendo, ao menos, o que acontecia em certo período da história e quais os principais pensadores de tal período.
É necessário, então, saber um pouco sobre:
- Filosofia antiga
- Filosofia medieval
- Filosofia moderna
- Filosofia contemporânea
Por quais meios estudar
Esse fator pode variar muito de pessoa para pessoa. Varia de acordo com o seu tempo, se você está inserido em um curso preparatório ou no Ensino Médio, ou ainda se está estudando por conta própria; varia de acordo com a sua condição material e com o modo como você aprende melhor. Seguem-se algumas dicas para começar o estudo:
- O livro é seu amigo: o livro didático de filosofia do Ensino Médio, uma manual de história da filosofia ou até mesmo uma apostila distribuída em cursos preparatórios e em escolas de Ensino Médio são de grande valor para ter-se uma fonte segura de informação. No caso de manuais, procure sempre por livros e autores sérios e renomados e fuja daqueles “guias” politicamente incorretos e títulos sensacionalistas.
- Quanto mais informação, melhor: quer aprofundar-se um pouco mais em alguns temas, mas não a ponto de ler diretamente um livro sobre aquele tema ou filósofo? Procure textos sobre o assunto, mas, cuidado: busque plataformas com informações e processos editoriais seguros, como o nosso site, o Prepara Enem.
- Videoaulas: uma boa saída para tirar dúvidas sobre aquilo que estudou, compreender melhor um assunto ou começar a estudar um assunto é assistir a uma boa videoaula. Também é preciso cautela na hora de selecionar o conteúdo. O YouTube está cheio de videoaulas de pessoas que nem sempre são professores especialistas no assunto. Sugerimos o canal do Brasil Escola como uma fonte segura.
- Podcasts: você quer ouvir um bom conteúdo sobre filosofia enquanto faz outras coisas do seu cotidiano, assim aproveitando melhor o tempo? Uma boa fonte de conteúdo são podcasts disponíveis nos agregadores, e também recomendamos os podcasts do Brasil Escola como fontes confiáveis.
- Mapas mentais: para quem tem maior facilidade de aprendizado por meio da visualização de imagens (memória fotográfica) e da atividade manual, o mapa mental pode ser uma boa alternativa. Estude o tema, leia sobre ele, assista a videoaulas e, no fim, faça o mapa mental como um resumo imagético sobre tudo o que você estudou. Use cores, destaques, letras e desenhos, solte a criatividade! O importante é que o mapa mental seja feito por você mesmo, pois a sua eficácia principal está na construção. Também é importante que ele seja apenas uma etapa do seu estudo (a etapa final), pois, mais importante que o mapa em si, são as informações que estão nele.
- Resolva questões: conheça a prova, resolva questões do Enem e sinta as peculiaridades do modo como o exame trata os temas.
Tenha um roteiro ou um cronograma
Como foi dito, você pode não aprender profundamente toda a história da filosofia, mas você deve saber um pouco e de maneira ampla todos os períodos, principais autores, contexto histórico etc. Você precisa de palavras-chave que desencadeiem seu conhecimento sobre tal período. Para ordenar tal processo, é necessária muita organização. Infelizmente, eu não posso simplesmente traçar um cronograma ou roteiro de estudos que sirva para todas as pessoas que lerão este texto. Isso vai depender muito destes fatores:
a) o tempo disponível que a pessoa tem para estudar;
b) as dificuldades da pessoa nas áreas (alguns têm mais facilidade em humanas e dificuldade em exatas, e vice-versa);
c) o curso para o qual a pessoa almeja entrar (o peso das áreas varia no Sisu de acordo com o curso e com a universidade escolhida, sendo que, geralmente, a área do curso pesa mais).
É necessário, portanto, traçar um roteiro realista que leve em consideração o fato de que você não vai estudar somente filosofia, mas também outras disciplinas, e que leve em consideração o fato de que você não é uma máquina e precisa descansar. Não se iluda achando que vai planejar estudar 15 horas diárias seguidas de domingo a domingo e que vai conseguir levar essa meta até o fim ou vai aprender tudo dentro dela. Um cérebro cansado não aprende, e o não cumprimento das metas traçadas leva à frustração.
Após conseguir estabelecer uma quantidade de horas de estudo realista, que leve em consideração o descanso e o estudo de outras disciplinas, comece a estudar. Tudo dependerá também de quanto tempo você tem até a realização da prova do Enem. Se você é aquele estudante que está no primeiro ano do Ensino Médio, você terá tempo de estudar toda a história da filosofia, começando pelos pré-socráticos e indo até os contemporâneos, nos dois primeiros anos. No terceiro, haverá somente revisão. Lembre-se de fazer a prova nesses dois anos iniciais para adaptar-se e conhecer bem o sistema do Enem.
Se você não tem tanto tempo assim e já vai prestar o Enem este ano, vá pela recorrência e relevância dos temas, e não fique preso a uma abordagem somente histórica (por período), mas parta para uma abordagem temática (por exemplo, filosofia política, ética, teoria do conhecimento etc.).
Assuntos mais recorrentes nas últimas provas de filosofia
-
Recorte por períodos e autores
- Racionalismo moderno
- Filosofia contemporânea
- Sofistas, Sócrates e Platão
- Aristóteles e helenistas
- Filosofia medieval
- Renascimento
- Idealismo alemão
-
Recorte temático
- Ética e justiça: envolve temas de moral, política, convívio em sociedade, teorias sociais etc.
- Conhecimento: envolve temas relacionados à teoria do conhecimento e à filosofia da ciência, podendo ir desde os antigos pré-socráticos aos mais contemporâneos filósofos da ciência.
- Democracia e cidadania: também é um assunto de filosofia política que relaciona as formas de viver democraticamente em uma sociedade e a questão da participação cidadã nos modelos democráticos.
Veja também: Direitos Humanos – categoria universal de direitos para garantir-se a justiça social
A estrutura da prova
O Exame Nacional do Ensino Médio, popularmente conhecido por sua sigla, Enem, é um exame a nível nacional que visa avaliar o desempenho de estudantes que terminaram ou estão terminando o Ensino Médio em nosso país. Em 2010, o Ministério da Educação criou a plataforma Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que visa utilizar o desempenho dos estudantes na prova do Enem para possibilitar o seu ingresso em instituições de Ensino Superior brasileiras.
No geral, a prova do Enem é composta por 180 questões objetivas e uma redação. São disponibilizados dois domingos para a resolução do exame, sendo que, geralmente, em um dia os candidatos têm acesso à prova de Linguagens, de Ciências Humanas e à redação, e, no outro, à de Matemática e à de Ciências da Natureza.
As 180 questões são divididas igualmente entre as quatro grandes áreas do conhecimento, ou seja, são 45 questões para cada uma das áreas citadas. As questões de filosofia estão, obviamente, na prova de Ciências Humanas. Há uma tendência muito forte do Enem (fator que o diferencia de outros vestibulares, inclusive) de trabalhar de maneira interdisciplinar, no entanto, apesar de haver uma forte tendência à interdisciplinaridade dentro das provas, podemos perceber um número significativo de questões de filosofia puras, ou seja, que não proporcionam uma mistura evidente com outras áreas.
É comum que questões de história e de sociologia, às vezes até de geografia, tragam conteúdos que cruzem com os de filosofia. Entretanto, o candidato deve saber que, ao menos, oito questões da prova de Ciências Humanas tratarão de conteúdos específicos da história da filosofia.
A estrutura das questões de filosofia
As questões de filosofia que se encontram na prova de Ciências Humanas do Enem (pelo menos aquelas oito) tendem a seguir uma estrutura comum: um fragmento de texto de um filósofo canônico (aquele que já foi consagrado como cânone, que tem uma importância histórica pela relevância de seus estudos, podendo ser atual ou não) ou um comentador (estudioso de história da filosofia e dos pensamentos dos filósofos canônicos), um enunciado e as alternativas.
Há uma conexão entre fragmento, enunciado e alternativas que geralmente se completa por uma lógica argumentativa. É como se as alternativas dessem continuidade ao pensamento expresso no texto (caso o enunciado seja afirmativo) ou neguem o pensamento expresso no texto (caso o enunciado seja negativo). O trabalho do candidato é raciocinar de maneira a, de algum modo, completar o pensamento proposto pelo texto ou romper com ele. Portanto, é extremamente necessário que o candidato do Enem que quer se dar bem nas questões de filosofia saiba ler e interpretar textos, além de conseguir estabelecer um nexo causal argumentativo. Achou que só precisaria argumentar na redação? Achou errado.
Como orientar-se nessa estrutura
Sempre leia o enunciado primeiro. Prepare sua caneta preta na hora da prova, leia o enunciado e tenha em mente o que é pedido nessa parte da questão. De posse da informação passada pelo enunciado, leia o fragmento de texto, sublinhando, com sua caneta preta, os pontos do texto importantes para aquilo que o enunciado pediu. Em seguida, leia as alternativas e tente encontrar o elo entre o fragmento, o enunciado e as alternativas. É importante ler o enunciado primeiro para ler o fragmento sabendo o que procurar. Tendo em vista o tempo escasso (3 minutos e 33 segundos para responder cada questão), não é bom perder tempo desnecessariamente.
Se não conseguir achar a resposta com essa primeira leitura, tente isto antes da segunda leitura: leia as informações contidas abaixo da citação do texto. Geralmente há uma linha ou duas informando os dados referenciais do fragmento citado: autor, página, livro, ano de publicação etc. Essa dica pode ser útil, pois se, por acaso, você já ouviu falar ou estudou o filósofo ou a obra citada, você pode lembrar-se de algo que te ajude a resolver a questão. A nossa memória é associativa, e, quando menos esperamos, podemos lembrar-nos de algo importante.