6 de maio – Dia Nacional da Matemática

No Brasil, 6 de maio é a data escolhida para celebrar o Dia Nacional da Matemática. O projeto de lei que instituiu essa data foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2004 e apresentado pela Deputada Raquel Teixeira, que já havia sido professora e pesquisadora da área de Letras na Universidade Federal de Goiás.

Esse projeto de lei não propõe apenas que no dia 6 de maio seja comemorado o Dia Nacional da Matemática, mas também que o Ministério da Educação promova atividades culturais e educativas a fim de que, nessa data, haja uma reflexão a respeito da educação matemática para incentivar professores e estudantes a promover e cultivar o saber.

O dia 6 de maio foi escolhido em homenagem ao nascimento do grande matemático, escritor e educador brasileiro Malba Tahan. Esse nome, na verdade, é um pseudônimo utilizado por Júlio César de Mello e Sousa, nascido no Rio de Janeiro, no ano de 1895.

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A data de 6 de maio foi escolhida como o Dia Nacional da Matemática em homenagem ao nascimento de Malba Tahan.

Breve biografia de Júlio César de Mello e Souza

Júlio César formou-se em Engenharia Civil, mas jamais exerceu a profissão, pois desde cedo se ocupava com a educação: foi professor de História, Geografia e Física. Contudo, sua opção final foi pelo ensino de Matemática. Enquanto progredia em sua profissão, Júlio César percebia a necessidade de um ensino divertido e empolgante dessa disciplina. Simultaneamente, criava textos e contribuía com o jornal “O imparcial”.

O autor levou cinco de seus textos ao editor desse jornal. Depois de alguns dias, percebeu que o editor sequer havia lido seus textos. Júlio César resolveu apresentar esses textos novamente, mas usando o pseudônimo R. S. Slade. Ao explicar que havia trazido esses textos ao jornal porque R. S. Slade fazia sucesso em Nova York, teve seu primeiro texto publicado na manhã seguinte, embora esse autor fosse apenas uma criação de Júlio César.

A criação e obra de Malba Tahan

A experiência em “O imparcial” foi o que fez com que Júlio César utilizasse, em seguida, o pseudônimo “Malba Tahan”. Júlio César, que sempre foi apaixonado pela cultura árabe, percebeu que um codinome para a autoria de suas obras daria mais credibilidade ao seu trabalho.

Foi então que nasceu Ali Lezid Izz-Edim Ibn Salim Hank Malba Tahan. Para dar ainda mais credibilidade a esse nome, Júlio César criou uma pequena biografia, que contava que Malba Tahan nasceu em 1885, na cidade de Muzalit. Ele foi prefeito de El Medina, estudou em Istambul e no Cairo, recebeu uma herança de seu pai e morreu em 1921, após uma vida intensa. Além disso, Júlio César criou um tradutor para as obras de Malba Tahan, também com o intuito de obter credibilidade: o Professor Breno Alencar Bianco.

Júlio César é autor de mais de 120 livros. Com seu pseudônimo mais famoso, Malba Tahan, há pelo menos 50 obras. Um dos livros mais famosos é “O homem que calculava”, best-seller que apresenta vários enigmas matemáticos solucionados pelo calculista Beremiz Samir.

Júlio César e o ensino de matemática

Como professor, Júlio César acreditava que a educação não poderia ser “mecânica” e repetitiva para o aluno. Ele defendia a tese de que o ensino deveria ser envolvente e divertido, repleto de desafios para motivar os alunos a desenvolverem tanto o gosto pela Matemática quanto o próprio conhecimento a respeito dos conteúdos matemáticos.

O professor Júlio César classificava o ensino da época como “detestável método da salivação”, pois o método utilizado apenas exigia que o professor falasse durante todo o tempo de aula e os alunos ouvissem e repetissem tudo o que ele falava. Não simpatizando com esse método, passou a utilizar histórias, jogos, desafios, problemas etc. Isso garantiu a ele uma carreira brilhante como professor, com mais de 2000 mil palestras a respeito de educação matemática e aulas extremamente concorridas.

O maior legado de Malba Tahan foi este: a reflexão a respeito das possibilidades de um ensino que estimule os estudantes, que não provoque a angústia e a frustração por reprovações ou notas ruins e que estimule a criatividade e a fantasia durante o aprendizado.

Por: Luiz Paulo Moreira Silva

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