Gestrinona é um hormônio sintético que tem sido muito utilizado no Brasil para fins estéticos.
Gestrinona é um hormônio sintético que foi inicialmente estudado para o tratamento da endometriose (doença caracterizada pela proliferação do endométrio fora da cavidade uterina) por via oral. Atualmente, o uso desse hormônio está muito relacionado com procedimentos estéticos, os quais prometem aumentar a massa muscular, reduzir a gordura corporal e até mesmo melhorar a libido.
O uso do hormônio, no entanto, pode provocar efeitos desagradáveis, como distúrbios menstruais, aumento da oleosidade no cabelo e pele, aumento de acnes, edema, entre outros. Preocupado com o uso indiscriminado da gestrinona e outros esteroides androgênicos e anabolizantes, o Conselho Federal de Medicina proibiu a prescrição médica de terapias hormonais com tais substâncias com finalidade estética, de ganho de massa muscular ou de melhora do desempenho esportivo.
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Resumo sobre gestrinona
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Uma das suas propriedades é a androgênica, relacionada, por exemplo, com o aumento da massa muscular.
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O hormônio tem sido utilizado em um procedimento estético conhecido como “chip da beleza”.
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O “chip da beleza” promete aumentar a massa muscular, reduzir a massa gorda e aumentar a libido.
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Dentre os efeitos colaterais que podem ocorrer devido ao uso da gestrinona, podemos citar queda de cabelo, aumento de acne e da oleosidade da pele e dos cabelos.
O que é gestrinona?
Gestrinona é um hormônio sintético que tem sido cada vez mais utilizado pela população com finalidade estética. Dentre suas propriedades, podemos destacar:
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Propriedade androgênica: estimula ou regula o desenvolvimento de características masculinas. Um exemplo de ação da gestrinona relacionada com essa propriedade é o ganho de massa muscular.
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Propriedade antiestrogênica: reduz os efeitos do estrogênio (hormônio relacionado com o ciclo menstrual e o desenvolvimento das características sexuais femininas) no organismo.
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Propriedade antiprogestogênica: diminui os efeitos da progesterona (hormônio relacionado com a regulação do ciclo menstrual) no corpo.
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Inibição da liberação de gonadotrofinas pela hipófise: inibe a liberação dos hormônios folículo-estimulante e luteinizante, FSH e LH respectivamente.
Apesar de, nos dias atuais, a gestrinona ser usada por muitos para fins estéticos, trata-se de um hormônio estudado inicialmente para o tratamento da endometriose. Para o tratamento da doença, a gestrinona é administrada por via oral, não sendo possível afirmar, até o presente momento, que a administração por meio do implante hormonal, forma comum nos dias atuais, seja benéfica no tratamento da doença.
Sobre o tema, a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), por meio de sua Comissão Nacional Especializada de Endometriose, associada à Sociedade Brasileira de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva (SBE), se manifestou da seguinte forma:
Não se sustenta a colocação de que a via de administração de uma medicação, seja qual for, tem ação semelhante. Portanto, os efeitos do implante de gestrinona não podem ser, de forma alguma, comparados aos da gestrinona via oral. Esta via, apesar de ter sido avaliada em artigos científicos, possui evidências escassas sobre sua efetividade.
Efeito da gestrinona no organismo
Como salientado, a gestrinona possui propriedades androgênica, antiprogestogênica e antiestrogênica, além de inibir a liberação de gonadotrofinas pela hipófise. A substância é também considerada um anabolizante, sendo até mesmo proibida na prática esportiva. Devido a essas propriedades, a gestrinona age no organismo promovendo, por exemplo, aumento considerável na massa magra, perda de gordura corporal, melhora na disposição e na libido.
Entretanto, é importante destacar que, além dos efeitos considerados desejáveis, a gestrinona está relacionada com alguns problemas desagradáveis, tais como:
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aumento de acne;
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queda de cabelo;
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oleosidade na pele e nos cabelos;
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edema;
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aumento de pelos;
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mudanças na voz;
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hipertrofia do clitóris;
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distúrbios menstruais;
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sudorese;
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ondas de calor;
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redução das mamas;
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alterações na libido;
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ressecamento vaginal;
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nervosismo.
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Gestrinona e o “chip da beleza”
Se você ouviu falar a respeito da gestrinona, provavelmente ouviu falar também sobre um procedimento estético conhecido como “chip da beleza”.
O “chip da beleza”, apesar de seu nome, não se trata de um dispositivo eletrônico e sim de um implante hormonal que é colocado sob a pele do paciente. Esse implante pode ser feito de silicone ou material absorvível e contém, geralmente, a gestrinona na sua composição. Por ser um hormônio com ação androgênica, está relacionado com aumento da massa magra, redução da gordura e melhora na libido.
Apesar de prometer melhorias estéticas e físicas, o chip pode também provocar efeitos colaterais desagradáveis, como aumento de acne e ganho de peso.
Atualmente, esse tipo de procedimento estético está proibido. De acordo com a Resolução nº 2.333/23 do Conselho Federal de Medicina, fica proibida a utilização de formulações de esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos com a finalidade estética. Segundo essa Resolução, a proibição foi feita devido ao uso ser destituído de comprovação científica suficiente quanto ao seu benefício e segurança para o ser humano.