Cruz Vermelha

A Cruz Vermelha é uma instituição internacional, sem nenhum vínculo com governos, religiões e ideologias, que atua em vários países, ajudando as pessoas que sofrem com as consequências de um conflito armado. Essa instituição foi fundada em 1863, por Henry Dunant, um empresário suíço que testemunhou os horrores da Batalha de Solferino, na Itália. Ele ajudou as vítimas do conflito e, após essa experiência, percebeu a necessidade de criar um órgão internacional que ajudasse os feridos de guerra.

Atualmente, a Cruz Vermelha, que tem sede em Genebra, na Suíça, conta com a ajuda de milhões de voluntários no mundo todo. Ao longo de sua história, já ganhou vários prêmios internacionais, incluindo o Prêmio Nobel da Paz.

Leia também: 26 de outubro – Criação da Cruz Vermelha

Criação da Cruz Vermelha

Henry Dunant foi um empresário suíço que fundou a Cruz Vermelha, em 1863. [1]

A Cruz Vermelha, oficialmente denominada Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, foi criada em 1863, em Genebra, Suíça. Seu fundador foi o empresário suíço Henri Dunant. Ele testemunhou a Batalha de Solferino, na Itália, em 1859, e organizou uma ajuda humanitária para os feridos desse confronto. Dunant percebeu que não havia nenhum órgão internacional que prestasse socorro e outros auxílios aos feridos em conflitos armados. Essa experiência em Solferino o despertou para suprir essa lacuna e criar a Cruz Vermelha.

Naquela época, a Europa vivia vários conflitos armados. As unificações da Itália e da Alemanha foram obtidas após guerras envolvendo seus reinos divididos. Enquanto as potências europeias intensificaram o investimento financeiro na fabricação de armas potentes, nenhuma nação procurou criar uma organização que pudesse cuidar daqueles que foram feridos no campo de batalha e necessitavam de pronto socorro e de cuidados na sua recuperação.

Henri Dunant era um empresário suíço e, em 1859, estava em viagem à Itália para tratar de negócios. Durante sua passagem pelo território italiano, começou a Batalha de Solferino. Dunant nasceu em uma família calvinista e, desde cedo, aprendeu os valores da caridade e do cuidado com o próximo. Aquele conflito o comoveu em virtude da quantidade de mortos e da falta de um gerenciamento para o cuidado dos feridos. Dunant chamou voluntários para trabalhar com ele no campo de batalha, iniciando os primeiros cuidados com os feridos no conflito, sem considerar em qual lado o ferido estava lutando na batalha.

Assim que retornou para a Suíça, logo após a batalha, Henri Dunant decidiu publicar seu testemunho daquele campo de guerra e sua ação como voluntário no livro “Lembranças de Solferino”, lançado em 1862. O livro despertou a atenção de muitas pessoas e foi traduzido para vários idiomas. Dunant conseguiu mostrar a necessidade da criação de um órgão mundial que pudesse cuidar dos feridos de guerra. O relato publicado em livro uniu pessoas interessadas em serem voluntárias e ajudar Dunant no tratamento dos feridos e no cuidado daqueles que sofriam com os horrores da guerra.

A união de esforços pela causa levantada por Dunant surtiu efeito. Nos dias 26 e 29 de outubro de 1863, foi criado um comitê que formalizou a criação da Cruz Vermelha. Esse comitê era composto pelo próprio Dunant e contou com a participação de Gustave Moynier, Guillaume-Henri Dufour, Louis Appia e Theodore Maunoir. No ano seguinte, aconteceu a primeira Conferência Internacional de Genebra, com representantes de vários países.

Missão da Cruz Vermelha

De acordo com o seu site oficial|1|, a missão dessa instituição internacional é:

  • agir, em caso de guerra, e preparar-se, na paz, para atuar em todos os setores abrangidos pelas Convenções de Genebra e em favor de todas as vítimas de guerra, tanto civis como militares;

  • contribuir, para a melhoria de saúde, prevenção de doenças e o alívio do sofrimento através de programas de treinamento e de serviços que beneficiem a comunidade; adaptados às necessidades de peculiaridades nacionais e regionais, podendo também, para isso, criar e manter cursos regulares, profissionalizantes e de nível superior;

  • organizar, dentro do plano nacional, serviços de socorros em emergências às vítimas de calamidades, seja qual for a causa;

  • recrutar, treinar e aplicar o pessoal necessário às finalidades da instituição;

  • incentivar a participação de jovens voluntários nos trabalhos da Cruz Vermelha, qualificando-o às finalidades da instituição;

  • divulgar os princípios humanitários da Cruz Vermelha, a fim de desenvolver na população os ideais de paz, respeito mútuo e compreensão entre todos os homens e todos os povos.

A Cruz Vermelha está presente em vários países, ajudando aqueles que sofrem por causa de conflitos armados. [1]

Estrutura da Cruz Vermelha

A estrutura da Cruz Vermelha tem sua origem em um tripé:

  • o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, fundado em 1863, que promove atendimento médico e humanitário;

  • a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, criada em 1919, logo após a Primeira Guerra Mundial, que tem como objetivo melhorar a comunicação e organizar com eficiência as ações da Cruz Vermelha em todo o mundo;

  • as Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, que representa as 191 sociedades por onde a Cruz Vermelha atua, cuidando-se para que cada país tenha apenas uma representação da entidade.

Os conflitos armados em várias regiões do mundo e o aumento significativo de feridos exigiram da Cruz Vermelha uma atuação eficiente nos países onde opera para que consiga alcançar aqueles que mais necessitam de tratamento médico e humanitário por conta das guerras.

Veja também: Organização das Nações Unidas (ONU)

Quais são os símbolos da Cruz Vermelha?

O Crescente Vermelho foi acrescentado em 1929, após pedido da Turquia, um país islâmico.

O símbolo da Cruz Vermelha foi criado no ano de sua fundação, em 1863. Por ter sido criada por suíços, a Cruz Vermelha traz elementos da bandeira suíça no símbolo da entidade. Em 1929, por pressão da Turquia, foi acrescido o Crescente Vermelho, símbolo do islamismo. Esse pedido se justificou porque a cruz é uma referência cristã. Ao atuar em países islâmicos, a Cruz Vermelha é representada pela cruz e o crescente na cor vermelha.

A Cruz Vermelha brasileira

O médico Joaquim de Oliveira Botelho foi o responsável por trazer a Cruz Vermelha para o Brasil, no começo do século XX. Em 1907, ele organizou um evento, no Rio de Janeiro, que serviu de base para a criação da Cruz Vermelha brasileira. A fundação oficial foi em 5 de dezembro de 1908, data em que o estatuto da entidade foi estabelecido. O reconhecimento internacional aconteceu em 1919. O primeiro presidente da entidade foi o médico sanitarista Oswaldo Cruz.

Durante a Primeira Guerra Mundial, o Brasil declarou guerra à Alemanha, após ataque de um submarino alemão contra navios brasileiros. Com isso, o nosso país se posicionou favorável à Tríplice Entente, formada por Estados Unidos, França e Inglaterra. A ajuda brasileira se deu por meio do envio de medicamentos e profissionais de saúde para atender os feridos da guerra.

Em 1916, a Cruz Vermelha brasileira abriu espaço para a participação das mulheres. Assim, foram criadas as Damas da Cruz Vermelha, o que contribuiu para a formação de enfermeiras. A atuação médica e humanitária do Brasil na Primeira Guerra Mundial incentivou as mulheres a se tornarem enfermeiras e atuarem na área da saúde.

Atualmente, a Cruz Vermelha brasileira está presente em 20 estados e no Distrito Federal, tendo sua sede no Rio de Janeiro.

Nota

|1| Acesse o site oficial da Cruz Vermelha aqui.

Créditos das imagens

[1] Starover Sibiriak / Shutterstock

[2] Richard Panasevich / Shutterstock

Por: Carlos César Higa

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