Vírus de plantas

Esquema do Mosaico do Tabaco.

A maior parte dos vírus de plantas possui duas características principais: o material genético geralmente é a molécula de RNA e a estrutura externa desses seres costuma não apresentar envelope lipoprotéico proveniente da membrana plasmática da célula hospedeira. Contudo, existem vírus não-envelopados de DNA e vírus envelopados de RNA.

Um dos mais estudados vírus de planta, devido à organização simplificada e a compreensão de seu ciclo de vida, é o vírus do mosaico do tabaco (TMV), inicialmente observado pelo cientista Wendel Stanley (1904 a 1971), evidenciado por manchas com coloração esverdeada ou amarelada na superfície das folhas.

Esse cientista, premiado em 1946 com o Nobel de Química, descobriu a potencialidade de cristalização do TMV e a capacidade de infecção e propagação do vírus em plantas sadias (Tabaco), mesmo após extenso período de latência.

A partir da aplicação e revelação, empregando microscopia eletrônica, foi possível constatar que esse vírus manifesta composição externa formada por cápsula protéica, constituída por proteínas globulares dispostas helicoidalmente revestindo um filamento de RNA.

Normalmente, a conseqüência mais comum da ação viral está relacionada ao desenvolvimento do vegetal (declínio na taxa de crescimento), ou seja, as plantas contaminadas crescem menos que as sadias.

O mecanismo de transmissão virótica é bem distinto, pode ocorrer por intermédio de agentes que inoculam a doença (um vetor: inseto, fungo e nematóide), através do pólen e sementes contendo o vírus, e até mesmo por meio de um mecanismo denominado de difusão mecânica, onde o vírus cristalizado se instala em subseqüentes exemplares botânicos devido à manipulação induzida pelo homem (mecanização em grandes lavouras).

Exemplo: o vírus da batata é transmitido por um inseto que pica o vegetal; o do mosaico do tabaco, por difusão mecânica.

Em videiras (Vitis spp.), existem cerca de cinqüenta doenças consideradas de origem viral, que atingem desde as folhas (enrolamento das bordas foliares); manchas e necroses de nervuras; e alteração no lenho das plantas (intumescimento dos caules e ramos), provocando o não amadurecimento das uvas e o definhamento gradativo da planta.

Por: Krukemberghe Fonseca

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